MALUQUICE X LOUCURA

Maluco Beleza = Raul Seixas.

Enquanto você se esforça prá ser

um sujeito normal e fazer tudo igual

Eu do meu lado, aprendendo a ser louco

um maluco total, na loucura real

Controlando a minha maluquez

misturada com minha lucidez

Vou ficar

ficar com certeza

maluco beleza

Este caminho que eu mesmo escolhi

é tão fácil seguir

por não ter onde ir

Controlando a minha maluquez

misturada com minha lucidez

Vou ficar

ficar com certeza

maluco beleza

eu vou ficar...

              Diante da música e os escritos do meu amigo Daniel Alencar sobre Psiquiatria, tomei a decisão de compartilhar “maluquice” com os leitores desse blog, que eu adoro, diga-se de passagem.

             A compreensão sobre “loucura” tem passado ao longo dos tempos por muitas metamorfoses, em que significados e interpretações são diversos no imaginário do homem como ser social.

            Ao retomarmos nossa história enxergamos claramente, que a saúde estava relacionada a ter “pensamentos sadios”, como também se dava muitas explicações sobrenaturais a certos comportamentos utilizando-se de métodos mágicos e/ou religiosos, definindo as questões ligadas à saúde mental.

          Dentro do nosso contexto social temos a observância que, mesmo de forma velada, existe o enclausuramento de pacientes portadores de transtorno mental, pelo fato de tal situação provocar constrangimento aos familiares.

Precisamos ter um novo olhar... pois o sofrimento vivido ao longo da trajetória desse ser humano, é causado por acontecimentos e fatos, incluindo-se a experiência social como tal é, e no decorrer da história esse “louco” perde sua cidadania, sofre preconceitos e é segregado.

       Devemos, portanto, colaborar da forma que nos for possível para amenizar o enfrentamento quotidiano desses “loucos”, reforçando o trinômio relacional: paciente x família x serviço.

       Talvez não devamos ignorar o que diz a sabedoria popular: “de médico e louco todos nós temos um pouco”.  

Débora Marques de Siqueira