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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

AS ALIANÇAS POLÍTICAS EM PAU DOS FERROS




Existem, na história recente de Pau dos Ferros, três grupos políticos tradicionais e predominantes, representados por políticos da velha-guarda e seus filhos. O grupo que chamaremos de A, é representado por Nilton Figueiredo e seus filhos Lara e Bráulio Figueiredo. O grupo que chamaremos de B, é representado por Getúlio Rêgo e seu filho Leonardo Rêgo. O grupo que chamaremos de C, é representado Maria Rêgo e seu filho Fabrício Torquato. Os três grupos possuem seus adeptos, seus contin(gente)s, seus impactos e as respectivas importâncias na história da política partidária de nossa terra. No presente artigo, vamos demonstrar as arrumações, as conjecturas dos grupos durante as eleições municipais dos últimos 20 anos.

Eleição de 1996

No ano de 1996, lá estavam os grupos A e B unidos contra o grupo C. Nessa época, os grupos eram representados pelos caciques mais experientes e seus filhos ficaram de fora. Partidariamente, Getúlio Rêgo e Nilton Figueiredo estavam coligados contra Maria Rêgo.


Eleição de 2000

No referido ano, lá estavam os grupos A e C unidos contra o grupo B. Nilton Figueiredo tendo por vice Maria Rêgo, se uniram contra o grupo de Getúlio Rêgo que tinha como vice o popular Aliatá Chaves de Queiroz, o Baiba. Os protagonistas dos grupos ainda eram os "pais". A partir deste ano, os grupos A e B nunca mais se uniram numa eleição municipal. 


Eleição de 2004

Em 2004 se manteve o mesmo cenário da eleição de 4 anos atrás, Grupos A e C coligados contra o grupo B. Neste pleito, surge a primeiro herdeiro, o primeiro dos descendentes, Leonardo Rêgo, filho de Getúlio, se candidata pela primeira vez.


Eleições de 2008

Neste ano, uma nova conjectura se desenha. Os grupos B e C se unem contra o grupo A. Surge o segundo herdeiro, Fabrício Torquato, filho de Maria Rêgo, surge como o vice de Leonardo Rêgo, filho de Getúlio Rêgo.


Eleição de 2012

Se mantém o mesmo cenário de alianças de 4 anos atrás. Os grupos B e C se mantém unidos contra o grupo A. No referido pleito, se candidata mais um descendente, Braulio Figueiredo, filho de Nilton Figueiredo, contra Fabrício Torquato, filho de Maria Rêgo.

Eleição de 2016

Uma nova-velha arrumação se formou. Os grupos A e C, unidos nos pleitos dos anos 2000 e 2004, voltaram a se coligar contra o grupo B, surge Lara Figueiredo, outra herdeira política de Nilton Figueiredo, se candidatou ao lado de Fabrício Torquato. Contra Leonardo Rêgo.

Ao longo dos anos, "terceiros" candidatos surgiram. Em 1996, Milton Urbano, pelo PT. Em 2000, Salismar Correia, pelo PL. Em 2004, Genilson Pinheiro pelo PPS e em 2016, Juscelino Rêgo pelo PMB, no entanto, fora das alianças com os grandes grupos, se tornaram coadjuvantes nos pleitos, obtendo, previsivelmente, uma quantidade mínima de votos. Uma nota interessante é que, em 2014, nas eleições de governo federal e estadual, os grupos A e B, "se uniram" entre aspas mesmo, a favor do nome do candidato a governo do estado Henrique Alves, mas, antagônicos ferrenhos no âmbito municipal, não participaram do mesmo palanque, fizeram manifestações políticas separadas.

Este ano de 2020 inicia-se, a barragem está vazia há anos, mas as conversas políticas já começam a encher as calçadas, as negociações já começam a ocorrer, novos-velhos candidatos se apresentam, novas-velhas formações se perlustram. Difícil é aparecer um eleitor de Pau dos Ferros, que ao longo desses 20 anos, não tenha votado em no mínimo dois desses grupos, ou até nos 3. A dança das letras e dos números já começa a tocar nas trombetas da cidade. Os grupos e candidatos brigam, fazem as pazes, brigam, fazem as pazes, brigam, fazem as pazes e o eleitor... o eleitor apenas sobrevive, assiste e fica refém dessas situações enfadonhas e repetitivas... tendo que atacar quem defendeu e tendo que defender quem atacou. Que ruflem os tambores... Dias melhores para a nossa terra, para além de interesses maiores de quem deseja manter ou retomar o poder, para além de letras, cifras e partidos, para além das cores de bicudo e bacurau... Dias melhores.


Por Manoel Cavalcante