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sexta-feira, 29 de junho de 2012

COBERTURA DO FESTIVAL DE QUADRILHAS



Confira as fotos do IV Festival de Quadrilha em COBERTURA DE EVENTOS!

AGORA É SÓ COMEMORAR


O Festival de Quadrilhas chegou ao fim e a Organização do Evento só tem a agradecer a todos os participantes e a todos que foram prestigiar nossa festa. A saudade já bateu mais só nos resta comemorar o sucesso de mais um ano.
E pra finalizar confira o resultado das Quadrilhas Estilizadas vencedoras!

1º LUGAR - Arraiá do Quebra-Quebra - Umarizal/RN
2º LUGAR - Arraiá Mandacaru do Sertão - Major Sales/RN
3º LUGAR - Cia Junina Juventude Nordestina - Olho D'Água dos Borges/RN


Lembrando que as Quadrilhas vencedoras que não estavam presentes a divulgação do resultado deverão procurar a Secretaria Municipal de Educação de Pau dos Ferros para receber a premiação!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A equipe da SEMECE está feliz com o resultado da primeira noite do IV -Festival de Quadrilhas, dentro da programação do Pau dos Ferros Cidade do Forró. Neste sentido aproveitamos para parabenisar as vencedoras e a todas as quadrilhas participantes. Parabéns.


 

Segunda Colocada Grupo Cultural Arraia da Juventude - Portalegre /RN
Terceira colocada Arraiá d´Seu Raimundo - Rafael Fernandes / RN
  
Corpo de Jurados 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

TUDO PRONTO !

 
  Pela primeira vez não estou em pânico às vesperas de um grande evento. O festival de quadrilhas que começa amanhã, promete um verdadeiro show de versatilidade. As arquibancadas já estão montadas na arena da praça de eventos, os jurados já foram contactados e confirmados, e a equipe de organização está afiadíssima.  Aplausos..!! Só temo pelas forças da natureza que podem querer mostrar serviço e mandar um toró de chuva... Mas, se estamos no auge da sêca, pode ser mais um motivo pra comemorar.
   Espero vocês na praça de eventos N. Sra da conceição a partir das 19hs de amanhã. Teremos 12 quadrilhas matutas disputando e a abertura será feita pela quadrilha "Tradição Junina". YES!
       Vianney

A DESVALORIZAÇÃO DOS PLANOS DE SAÚDE

 
 Antigamente, plano de saúde era sinônimo de garantia de atendimento mais rápido e comodidade. As pessoas que possuiam essa regalia eram consideradas privilegiadas. A coisa acanalhou tão rapidamente, que hoje é bem mais fácil ser atendido num hospital público do que num conveniado. As vagas de exame para quem tem o" bendito plano " variam de 45 dias a dois ou três meses. Se você tiver grana, esse mesmo exame pode ser feito no mesmo dia. Caso de policia!
   Hoje, tive que ir a uma clínica com minha mãe para realizar um exame marcado há dois meses. Mesmo assim, fui às 6 da manhã para pegar um lugar, a história da ordem de chegada. Mas não estava marcado?? Depois disso, as funcionárias "muito simpáticas " com  cara de paisagem, começaram a atender por volta das 7:30 e a médica só iria chegar às nove. Detalhe: O exame exigia que minha mãe, com 71 anos, estivesse em jejum. Me fez lembrar dos tempos em que tínhamos de dormir na fila do INPS para conseguir uma extração dentária e enfrentar a fúria de um funcionário chamado Manuelito, que a essas alturas deve estar ardendo nas caldeiras daquele "simpático lugar".
                                       Vianney

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O CADERNO DE DATAS COMEMORATIVAS E OUTRAS COSITAS MAIS.


   Antigamente  os anos iniciais ou ensino fundamental menor, era chamado de primário.As disciplinas que estudávamos eram muito restritas: Comunicação e expressão(olha só), Matemática, Estudos Sociais e Ciências. Além dessas engraçadas e básicas matérias existia uma coisa chamada Datas Comemorativas. No caderninho caprichado eram elencadas as datas marcantes do calendário como dia das mães, dia da poesia, dia do índio e outras coisas do agrado dos militares. Lembro-me que fomos induzidos a comprar umas gravuras amarelas com a foto de todos os presidentes da ditadura. Inocentes que éramos, ficávamos exultantes quando completávamos a coleção(Que horror!). O meu livro de Comunicação e expressão da quarta série era enorme e volumoso e narrava as aventuras de uma galinha professora chamada Dona Telica. Me sentia muito orgulhoso de levar aquele pacotão de livros e cadernos para o Tarcísio Maia e lia todo o livro antes mesmo da turma. Agora, se havia algo que eu odiava, era quando nas quintas-feiras, tínhamos que cantar o famigerado Hino Nacional. Dessa época, ficou uma sequela tão grande que até hoje detesto cantar o "hino", apenas faço movimentos com a boca.
              Vianney

quarta-feira, 20 de junho de 2012

NÃO TEM PRA NINGUÉM !!!


  Não adianta criticar, a Globo é a melhor em telenovelas. O tão esperado remake de Gabriela, vale a pena assistir, mesmo chegando atrasado no dia seguinte ao trabalho. Fiel à obra de Jorge Amado, o folhetim tem um elenco espetacular, cenários deslumbrantes, além da deliciosa trilha sonora. O pouco que achei dissonante, foi a glamourização do Bataclam, o famoso cabaré. Achei que ficou um pouco Moulin Rouge...mas como dizem eles, trata-se de uma obra aberta. Outra coisa que estou adorando é a atuação de Ivete Sangalo, que toda a imprensa tratou de falar mal mesmo antes da estréia, morram, por que ela está muito bem. Não é uma Fernanda montenegro mas.... pior são as aberrações veteranas que estão por aí nas novelas como Nuno Leal Maia(Faz sempre a mesma coisa) e a maioria do elenco de porcarias do tipo "Malhação". E por falar em novelas, a das sete também é maravilhosa. É melhor ver novelas que assistir ao banho de sangue nos telejornais. Pronto falei!

terça-feira, 19 de junho de 2012

NOSSAS MUSAS .

  Finalmente a seção Nossas Musas voltou. O grande problema é que as mulheres lindas dos anos 1970 e 1980, já não moram mais em Pau dos Ferros.  Lembrando que nossas musas não usavam Botox, nâo faziam plástica e na época de juventude não dispunham de tantos cosméticos como temos hoje. ERAM BONITAS MESMO! E ainda são.
  Nossa musa de reestréia é Débora França Rocha, nascida em São Miguel, mas que veio muito jovem ainda para Pau dos Ferros. Débora sempre me pareceu aquelas atrizes mexicanas maravilhosas, e sempre que eu a via, logo reparava nos seus olhos sempre delineados com lápis azul ou verde. Sua pele é de matar de inveja qualquer um que more  nessas terras quentes como é o nosso caso. Hoje é difícil acreditar que a Sra. Gilvam Cajá já é mãe de 03 filhos, também lindos,diga-se de passagem. E as feiosas que rezem para vir como ela na próxima reencarnação...





segunda-feira, 18 de junho de 2012

GLITTER E LANTEJOULAS PARA ELA

 (foto Franskin Leite)
  Hoje minha querida amiga Emília Suzana está aniversariando, ao contrário dos outros, ela não envelhece, está na dieta do formol.
   Votos de muita felicidade para essa incentivadora  da cultura....

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mossoró contra Lampião

 O mais temido dos cangaceiros estava acostumado a pilhar os povoados do sertão nordestino. Permaneceu invencível até o dia em que a resistência dacidade potiguar o obrigou a bater em retirada

Xico Sá | 01/12/2005 00h00
Uma festa de arromba promovida pelo Humaytá Futebol Clube fazia ferver a sociedade de Mossoró naquela noite do 12 de junho de 1927, véspera do dia de Santo Antônio. Foi quando começou a correr a notícia de que Virgulino Ferreira, o temido cangaceiro Lampião, se aproximava da cidade. Horas antes, ele e seu bando haviam atacado a vizinha vila de São Sebastião (atual município de Governador Dix-Sept Rosado). Em poucos momentos, todo o rigor daquele baile – que exigia branco para os cavalheiros e azul e branco para as damas – amarfanhou-se e perdeu graça, abalando o momento de glamour ostentado pela elite do sertão.
Mossoró era uma das mais prósperas cidades do Rio Grande do Norte. O coronel Rodolfo Fernandes, o prefeito, já havia alertado, nos últimos dias, sobre o perigo do ataque do “rei do cangaço” ao município. A maioria dos habitantes, no entanto, parecia não acreditar. Tudo estava tão tranqüilo que, no mesmo 12 de junho, Mossoró parecia mais preocupada com o clássico entre os times de futebol do Ipiranga e Humaytá do que com a possível chegada de Lampião às suas cercanias.
A partida de futebol transcorreu dentro da mais absoluta rotina. Já o baile, por mais que alguns participantes e os diretores do clube tentassem abafar as notícias vindas da vila de São Sebastião, foi tomado pelo alvoroço e pelo medo. “O apito da locomotiva da rede ferroviária suplantava o pânico dos mossoroenses”, narra o jornalista Lauro da Escóssia, testemunha do acontecimento, no livro Memórias de um Jornalista de Província. “Os trens começavam a se movimentar, conduzindo famílias e quantos quisessem fugir de Mossoró.” Segundo ele, durante toda a noite e na manhã seguinte, a ferrovia permaneceu ininterruptamente agitada.
Na vila de São Sebastião, conforme as notícias que desmancharam o baile do clube Humaytá, Lampião havia incendiado um vagão de trem cheio de algodão e depredado a estação ferroviária. Havia também arrasado a sede do telégrafo – uma modernidade sempre combatida pelo chamado “rei do cangaço”, na tentativa de impedir que o seu paradeiro fosse sendo informado e ajudasse a polícia a persegui-lo.
Até as primeiras horas da manhã do dia 13, muita gente havia deixado suas casas em Mossoró, que à época tinha cerca de 20 mil habitantes. O temor ao famoso cangaceiro não era brincadeira. Duas mulheres em pleno serviço de parto, conta Escóssia, foram retiradas em macas para a cidade de Areia Branca, a quilômetros dali. Mas o esvaziamento não era só fruto do pânico. A estratégia da prefeitura – que havia conseguido ajuda oficial em armas e munição mas não em combatentes – era manter na cidade apenas os habitantes que estivessem armados. Quanto mais vazio o lugar, na avaliação do coronel Rodolfo Fernandes, maior a chance de repelir o bando de cangaceiros.
Fazia tempo que Lampião planejava encarar o desafio de invadir Mossoró. Seria a maior tentativa de rapinagem do bando, como conta o historiador Frederico Pernambucano de Mello no seu livro Guerreiros do Sol – no qual defende a tese de que o cangaço era um meio de vida. Pouco antes de chegar à cidade, Lampião enviou um bilhete chantageando a prefeitura. Nele, pedia a quantia de 400 contos de réis para não atacar o município, um valor pelo menos dez vezes superior ao que costumava exigir em ocasiões semelhantes. Na tarde de 13 de junho, feriado de Santo Antônio, ele e o bando já se encontravam nos arredores do município potiguar.
Sem resposta ao primeiro comunicado, Lampião, já impaciente, bufando de raiva, manda um segundo aviso. Os termos do bilhete, que consta nos arquivos do jornal O Mossoroense (um dos mais antigos do país, com 133 anos de circulação), eram muito diretos e recheados de erros de português: “Cel. Rodopho, estando eu aqui pretendo é drº (dinheiro). Já foi um a viso, ai pª (para) o Sinhoris, si por acauso rezolver mi a mandar, será a importança que aqui nos pedi. Eu envito (evito) de Entrada ahi porem não vindo esta Emportança eu entrarei, ate ahi penço qui adeus querer eu entro e vai aver muito estrago, por isto si vir o drº (dinheiro) eu não entro ahi, mas nos resposte logo”. Ele assinava “Cap. Lampião”.
O coronel Rodolfo Fernandes e seus homens disseram não a Virgulino, para surpresa do mais temido cangaceiro de todos os tempos. A cidade tinha o dinheiro, informou o prefeito. Mas Lampião teria que entrar para apanhá-lo. Às 16 horas daquele dia 13, caía uma chuvinha fina e havia uma neblina de nada sobre Mossoró. Foi quando os primeiros estampidos de bala ecoaram.
Sangue e areia
Lampião tinha 53 cangaceiros no seu bando. Não imaginava, porém, que iria enfrentar pelo menos 150 homens armados na defesa da cidade. O repórter Lauro da Escóssia estava lá, vendo tudo de perto. “Durante toda a noite, a detonação de armas em profusão. Parecia uma noite de São João bem festejada”, escreveu em O Mossoroense. Mas as mulheres rezavam para outro santo junino, o Antônio festejado naquele dia.
No ataque, Lampião perdeu importantes cabras de seu bando. Colchete teve parte do crânio esfacelado por balas. E Jararaca, depois de capturado, foi praticamente enterrado vivo (veja quadro na pág. 48). Em menos de uma hora após o início da luta, o capitão do sertão – outra das alcunhas dadas ao célebre cangaceiro – sentiu que dominar a cidade seria praticamente impossível. Ordenou então a retirada da tropa, para evitar a perda de mais homens e não manchar ainda mais sua reputação. “A partir desse momento a estrela do bando lentamente passaria a brilhar cada vez menos”, escreveu o historiador Pernambucano de Mello.
O mito do Lampião invencível caíra por terra, o que reanimou a força policial, que passou a enfrentar o rei do cangaço com menos temor. Era o começo do declínio da carreira de Virgulino. Por causa do desastre no Rio Grande do Norte, as deserções no grupo foram consideráveis. Mossoró, cidade conhecida por marcas pioneiras (como quando foi o primeiro município brasileiro a admitir o voto feminino, em 1934), passaria também à história por esse acontecimento que assombrou todo o Nordeste. Até hoje, os filhos daquela terra se orgulham do feito de braveza ao contar que seus antepassados “botaram Lampião para correr”. Os inimigos do cangaceiro, entretanto, ainda teriam que esperar mais 11 anos pela morte do capitão, assassinado somente em 1938, na chacina da gruta de Angicos, em Sergipe.

Como morre um cangaceiro

Antes de ser executado,Jararaca riu com as lembranças de suavida ao lado de Lampião
Um dia depois do combate, quando o povo de Mossoró ainda temia o possível retorno de Lampião sequioso por vingança, um dos principais cangaceiros do bando, Jararaca, foi capturado se arrastando por um matagal. O que se deu a seguir foi um roteiro tragicômico, conforme a narrativa de Lauro da Escóssia, então repórter do jornal O Mossoroense. O nome do pernambucano Jararaca era José Leite de Santana. Ele tinha apenas 22 anos – nos registros policiais, contudo, aparece com 26. Mesmo com um rombo de bala no peito, conseguiu gargalhar durante uma entrevista na cadeia. O cabra de Lampião dizia que era por causa das “lembranças divertidas do cangaço”. Entre as memórias que ouviu do preso, Escóssia descreve o dia em que Lampião teria invadido a festa de casamento de um inimigo e, com seu próprio punhal, sangrado o noivo. Já a noiva teria sido estuprada na caatinga pelos cabras do bando. Segundo o relato de Jararaca, Virgulino também ordenou que os convidados de um baile tirassem as roupas e dançassem um xaxado completamente nus. Vera Ferreira, neta de Lampião, que hoje cuida das memórias do avô em Aracaju, Sergipe, vê muito folclore nesse tipo de história. Nega, a partir das suas pesquisas, que o cangaceiro tenha ordenado ou praticado estupros (ela é co-autora do livro independente De Virgolino a Lampião, que escreveu com o pesquisador Amaury Corrêa, dono de um dos maiores acervos sobre o rei do cangaço, em São Paulo). Fato é que, na cadeia, Jararaca virou atração pública na cidade potiguar. Quando já apresentava alguma melhora do ferimento, mesmo sem ser medicado, ouviu que seria transferido para a capital, Natal. Era mentira. “Alta noite, da quinta para a sexta-feira, levaram Jararaca para o cemitério, onde já estava aberta sua cova”, relata Escóssia. Pressentindo a armação, Jararaca diz: “Sei que vou morrer. Vão ver como morre um cangaceiro!” O capitão Abdon Nunes, que comandava a polícia em Mossoró, relatou dias depois os momentos finais do capanga de Lampião: “Foi-lhe dada uma coronhada e uma punhalada mortal. O bandido deu um grande urro e caiu na cova, empurrado. Os soldados cobriram-lhe o corpo com areia”. Pelas circunstâncias da morte, o túmulo de Jararaca virou local de romaria. Até hoje as pessoas rezam e fazem promessas com pedidos ao cangaceiro executado. Na terra do Sol, Deus e o Diabo ainda andam juntos.

Saiba mais

Livros
Guerreiros do Sol – Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil, Frederico Pernambucano de Mello, Girafa/Massangana, 2004 - É considerado o mais completo e minucioso estudo sobre o tema. Ao contrário da maioria dos historiadores, que romantiza Lampião, o autor mostra evidências de que o rei dos cangaceiros era um bandido profissional, sendo responsável, por exemplo, pelos primeiros seqüestros no Brasil.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

RÁPIDAS

---Para quem ainda tinha dúvidas quanto ao São João em Pau dos Ferros, teremos sim senhor. A programação vai de 26 a 29 de Junho. Aguardem.
---Estou muito triste com a morte precoce da amiga Lucia Aquino, amiga de infância e colega de faculdade. A morte e suas surpresas... desagradáveis...
---Ontem aconteceu o São joão do IFRN, uma promoção do grêmio estudantil Joaquim Correia. Parabéns pela empreitada!

PARABÉNS EM DOSE DUPLA



               Hoje aniversaria minha sobrinha querida Karolaine, 15 anos e amanhã minha mamãe maravilhosa (71).

               Beijos intensos!!!


terça-feira, 12 de junho de 2012

A PITORESCA HISTÓRIA DE UM POTIGUAR QUE VOOU EM COMBATE NOS CÉUS DA EUROPA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Por Rostand Medeiros


Patch da Fifteenth Air Force (15th AF).
Durante a Segunda Guerra Mundial, até onde eu sei,  nenhum dos filhos do Rio Grande do Norte que atravessaram o Atlântico para combater em terras italianas foi piloto de combate do 1º Grupo de Aviação de Caça, o famoso “Senta a Pua”.
Mas na houve um ser vivo, oriundo das plagas potiguares, que foi membro da 15ª Air Force da USAAF – United States Army Air Force e chegou a ter 50 horas de combate em céus europeus.
Tal como o “Senta a Pua”, coincidentemente este potiguar combateu nos céus da Itália. Mas a sua base ficava na cidade de Bari, na região da Puglia, sul daquele belo país. Já a sua unidade aérea de combate era designada como 154Th Weather Recon Squadron, sendo este o único esquadrão de reconhecimento da 15ª Air Force que utilizava o poderoso caça bimotor Lockheed P-38 Lightning.

O belo e poderoso Lockheed P-38 Lightning. Fonte – NARA
Este potiguar era muito querido pelos seus companheiros estadunidenses, saiu da Cidade do Sol através de Parnamirim Field e já foi entrando na cabine de um P-38 e ganhando os céus italianos.
Até porque de céu este conterrâneo nosso entendia bastante, pois ele era um simpático papagaio.
É sério!
Esta é a incrível história de “Jock”, um papagaio potiguar comprado por um dos milhares de aviadores militares americanos que passaram pelo Rio Grande do Norte durante a Segunda Guerra Mundial e que, por obra do destino, participou de missões de combate e ainda foi notícia em vários jornais americanos.
Para que os “doutores” em história da aviação potiguar não digam que o que eu escrevo é mentira, vejam a reprodução da matéria do jornal carioca  ”A Noite”, edição de quarta-feira, 19 de janeiro de 1944.

Jornal “A Noite”, edição de quarta-feira, 19 de janeiro de 1944.
Não vou nem reproduzir o que está descrito na reportagem, ela fala por si.
Acredito que pelos dados que encontramos na matéria, informando que o louro tinha um tamanho de 10 polegadas (26 cm), hábito de repetir palavras e bico forte que quebrava lápis, deveria ser da espécie Papagaio Verdadeiro (Amazona aestiva), que é um bicho bem sociável.
Os mais velhos me narraram que este pássaro era fácil de encontrar no Rio Grande do Norte, principalmente no agreste. Mas isso em uma época quando a nossa natureza era muito mais preservada e não existia nem o IBAMA e o ICMBIO para controlar a venda de nossos emplumados psitacídeos aos aviadores gringos.

Seria “Jock” um Papagaio Verdadeiro como o da foto? – Fonte – http://www.kakatoo.com.br/FotoAve1.html
Mas será que “Jock” era mesmo potiguar?
Bem, como não existe registro de nascimento lavrado em cartório e nem carteira de identidade para papagaio, vale o lugar onde ele foi comprado.
Procurei saber mais sobre os P-38 Lightning”da 15º Air Force e descobri que eles eram subordinados ao 305th Fighter Wing, com base em Salsola, Italia. A esta grande unidade estavam subordinados três grupos de caças P-38, com três esquadrões cada. Já o 154Th Weather Recon Squadron, pela espinhosa função de reconhecimento, era como uma unidade a parte no organograma da 15ª Air Force.
Bom, fiz uma pesquisa rápida na internet sobre algum piloto chamado Clark, dono de um louro brasileiro, servindo na Itália, etc. Descobri que a notícia publicada no jornal carioca foi também reproduzida em vários jornais americanos. Pesquei a primeira página do jornal “Charlotte News”, de Charlotte, North Caroline e outro de um jornal nova-iorquino, onde a notícia é bem mais detalhada.



Matéria sobre “Jock” publicada no jornal Evening Leader, da cidade de Corning, Nova York.
Soube que o dono do psitacídeo potiguar era o piloto Donald L. Clark, de 28 anos, natural de Oakland, Califórnia. Daí encontrei a foto do pessoal do 154Th Weather Recon Squadron e o Senhor. D. L. Clark está lá na segunda fila, mas nada do penoso.

Oficiais do 154Th Weather Recon Squadron. O piloto Clark está na segunda fila dos que estão sentados, sendo o terceiro da direita para a esquerda. Fonte – NARA
Já em relação à história transmitida ao repórter Hal Boyle, da Associated Press, pelo piloto Clark, eu posso entender que “Jock” dormisse durante muitos dos voos, pois eram missões de reconhecimento, onde o melhor é o piloto não chamar atenção e fazer suas fotos bem quietinho, que depois seriam enviadas para o alto comando da 15ª Air Force. Mas esta história que o penoso louro da terra “Papa Jerimum” dormia em missões de bombardeamento e não acordava nem com “artilharia antiaérea”, aí tenho minhas dúvidas.
Pode ser que as alterações de pressão e de temperatura devem ter ajudado o bicho a esticar as pernas e tirar um ronco após cada decolagem, mas só um biólogo, ou um ornitólogo, para definir se esta história tem fundamento.

P-38 em voo. Fonte – NARA
E o danado do “Jock” fez bonito no meio da gringalhada, pois aprendeu, além do português materno, mais quatro idiomas, até mesmo o árabe. Pena que só servia para repetir palavrões.
Agora os pilotos americanos erraram quando inventaram de dar brandy misturado com água ao danado do emplumado potiguar e ele não quis mais beber em uma colher. Tivesse sido cachaça ele beberia até em cálice de igreja. Afinal, quem já ouviu falar em um norte-rio-grandense bebendo brandy?

Pilotos e um P-38 do 154Th Weather Recon Squadron. Fonte – NARA
Apesar de saber que papagaios em geral vivem muito, acredito que no ritmo meio amalucado que o piloto Clark descreve como era a vida deste emplumado norte-rio-grandense e ainda mais com os pilotos baforando fumaça na cara do infeliz, ele não deve ter durado muito.
É uma pena não ter encontrado nada mais sobre este valoroso combatente potiguar que cumpriu tantas missões nos céus da Europa.
Com a história pitoresca de “Jock”, agora posso orgulhosamente afirmar que o Rio Grande do Norte teve um representante em uma cabine de pilotagem durante a Segunda Guerra Mundial.
Para aqueles que vivem nesta terra banhada de sol e admiram com enorme respeito à participação dos nossos conterrâneos no maior conflito da história mundial, podem agora se ufanar de ter um potiguar nesta listagem tão nobre e distinta.
Afinal, é melhor se orgulhar de “Jock” do que da maioria dos políticos desta minha bela terra.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

CONVITE


HECATOMBE DE DEZENOVE



Caros leitores, atentem,
Para o que eu vou relatar
Sobre Joaquim Correia
Conforme eu posso afirmar,
Por ter lido nos jornais
E em livros de outros locais
Um fato bem singular.

No ano de Dezenove,
Pau dos Ferros, na história,
Teve um acontecimento
Cheio de sangue e sem glória
Algo no tempo marcado
Para sempre registrado
Nos arquivos da memória.

Se reuniram um dia
Num encontro, em brevidade,
Na casa de José Ayres,
Homens de rivalidade
Como falsa propaganda
Para tratarem da banda
De música da cidade.

Houve esse primeiro encontro,
Porém foi só no segundo
Que aconteceu o desfecho
Num crime muito profundo
Parecendo, em esparrelas,
Na maldade com aquelas
Grandes batalhas do mundo.

A pauta era os instrumentos
Da banda municipal,
Mas por trás dessa temática
Havia um alvo central
Que foi a maldade feia
De matar Joaquim Correia
Seguindo os mandos do mal.

Começou a discussão
Se aguçando os sentimentos
E Joaquim Correia disse
Quem pagou os instrumentos
Por ter os nomes na lista
E propôs muito otimista
A solução dos intentos.

 Propôs que quem deu dinheiro
Ficasse com os instrumentos
Ou quem quisesse ficar
Desse ali os mesmos tentos,
Porém não houve harmonia
No que ali se decidia
Só piorando os momentos.

Mandaram que os instrumentos
Fossem todos divididos,
Por haver ali pessoas
De diferentes partidos
Os ânimos se acirraram
E à matança se entregaram
Como maldosos bandidos.

Seu Martiniano Rêgo
Cumprindo um feio papel,
Com uma faca na mão
Quis matar o Coronel,
Mas matou neste momento
Cecílio do Nascimento
Que fez defesa fiel.

O senhor Francisco Dantas
Envolto na mesma teia
Quis dar uma punhalada
Também em Joaquim Correia,
No entanto, Manoel Justino
Também foi defensor fino
Morrendo pela alma alheia.

Manoel Justino era
Genro do bom coronel
E foi tentar defender
De mais um golpe infiel;
Por má sorte, infelizmente,
Caiu morto em sua frente
Num golpe muito cruel.

No palco daquela guerra
Existiu grande alarido,
Joaquim Correia viu
Seu genro muito ferido
Quis ainda lhe acudir
Querendo dali fugir
Porém ficou aturdido.

 Quando ele, de seu genro,
Viu ali o ferimento
Chegou nessa mesma hora,
O juiz em bom momento;
Doutor Régulo Tinoco
Pra lhe tirar do sufoco
E lhe livrar do tormento.

Quando os dois iam saindo,
Por pura infelicidade,
Ao cruzarem o batente
Viram rifles à vontade
Todos ali apontados
Justamente preparados
Pra matarem por maldade.

Gritaram: “Este é o homem,
Atirem que ele é o ruim!!”
Visando Joaquim Correia,
Mas o doutor disse assim:
“Sou juiz dessa cidade
E esse homem, na verdade,
Vai garantido por mim”.

Já na casa do juiz
Soube notícia indiscreta
Que a polícia ali tinha
Baleado sua neta
E que Pascoal Ayres tinha
Morrido naquela rinha
Pela polícia incorreta.

Pascoal Ayres quando viu
O seu pai apunhalado
Por Martiniano que
Proferiu um golpe errado,
Ali não quis nem demora
E naquela mesma hora
Lhe fez logo assassinado.

Nesse momento foi quando
Houve ali grande mazela,
A polícia atirou tanto
Que ele pulou a janela,
Porém teve o desconforto
Porque logo caiu morto
Com um tiro depois dela.

 Morreu assim Pascoal Ayres
Por traição do destino,
Assim como seu Cecílio
E seu Manoel Justino
Nessa batalha maldita
Que na história está escrita
Como episódio ferino.

Ficou claro para todos
Que viviam na aldeia,
Que isso foi armação,
Uma malograda teia,
Com a intenção infiel
E a sede louca e cruel
de matar Joaquim Correia.

Este é episódio que
Da história não se remove,
Que aos parentes silencia,
E que os críticos comove
Feio e ruim como uma Kombi,
Tendo por nome: Hecatombe
Do ano de dezenove.

Com este fato Joaquim
Correia achou ideal
Sair de nossa cidade
Por ter clima desigual,
Assim temendo os complôs,
Com poucos dias depois
Foi “simbora” pra Natal.

Por Manoel Cavalcante