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terça-feira, 28 de maio de 2013

Renê Guida da Silva, natural de São Miguel/RN, na rua 13 de Maio, cujo parteiro foi o memorável Milton França. Nascido na década de 1960, filho do casal José Guida da Silva e Maria Rodrigues da Silva, de origem afro-descendente, ou chamados de “mestiços” por ter em sua árvore genealógica a presença genética de negros e índios, portugueses e holandeses, prevalecendo os traços típicos do caboclo, reconhecendo-se como negro. Desde criança demonstrou amor a sua cor (melanina da pele), tanto que, o empenho em louvá-la estava na preferência em representar nos desfiles cívicos de “07 de setembro”, as raças negras e índios, bem como, o desejo de ouvir as historias, contos, lendas e manifestações culturais dos seus antepassados e por isso esta na companhia de famílias negras como: os Grossos, Cacau, Zefa Pereira, as Lenas e a família Bráz era a sua alegria. Nesse convívio fazia oralmente a coleta de dados e informações, ganhando fatos raros, foi construído um acervo, que contribui para ilustrar os livros históricos sobre São Miguel: “São Miguel na historia dos fatos”, de Antonio Neto (1994); “ A vida em Clave de Dó”, De Zenaide Almeida (2005) e, “João Rufino: Um Visionário de Fé” (2011) de Rostand Medeiros.



Foi coadjuvante de certa forma nessas produções, quando acompanhou as reedições e as publicações, bem como, as pesquisas de campo.
Reconhecendo-se como afro-brasileira, sua formação acadêmica em Historia – Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, deu-lhe competência acadêmica – cientifica para empreender pesquisas (ainda inconclusas), sobre as origens étnico-históricas do povo micaelense.
Professor de historia e cultura do Rio Grande do Norte na rede pública municipal de São Miguel/RN faz de sua docência um meio para difundir sentimentos de pertencimento à sua terra natal, para construir as bases da valorização humana e respeito à diversidade cultural da sua gente e da sua origem. Colunista social do jornal O mossoroense desde 2003 sendo pioneiro em nossa serra. Diretor de Cultura de 2005 á 2010 no município de São Miguel. Atual coordenador de cultura.
Diz sorrindo que “Adora ser negro”, e que a beleza que emana da alma negra é a essência da garra, da resistência e da determinação para lutar por seu lugar na sociedade. “Ao longo de cinco séculos muito tem se emancipado, porém, o preconceito e o racismo ainda se dissimulam e ferem a dignidade das raças negras e indígena, verdadeiras brasileiras”. Ser negro, para o historiador Renê Guida é ser o remanescente de uma saga triste, que graças à Deus, começa a ser superada por meio da educação.