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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

TRISTE PERDA.





Notícias chegadas ao blog dão conta de que o radialista e pagodeiro/seresteiro, Jeovan Sena, 44 anos, deu cabo à sua vida na manhã desta segunda-feira, 29. O meio utilizado por ele foi o enforcamento.
Segundo informações, Jeovan, mesmo não demonstrando, estava com depressão, possivelmente em virtude de uma separação conjugal recente.Ainda de acordo com informações postadas na rede social facebook, Jeovan chegou a ligar para um amigo íntimo afirmando que iria cometer o suicídio. Quando este chegou à sua residência, localizada na rua José Batalha, bairro Princesinha do Oeste, o fatídico episódio já tinha acontecido.




Jeovan comandava um programa aos sábados na rádio Dumbo FM, fazia apresentações musicais com uma banda de pagode e, como bom religioso, participava de alguns grupos da Igreja Católica, como a ‘Renovação Carismática’.




O corpo de Jeovan deverá ser conduzido à sede do ITEP, em Mossoró, para necrópsia.




Poderemos voltar, a qualquer momento, com informações adicionais.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

OS CIRCOS QUE ALEGRARAM NOSSA VIDA II







Ainda menino em Ubajara ou Ibiapina o simples anúncio de que “ o circo chegou” era motivo de grande alvoroço nas cidades. A expectativa era grande entre adultos e crianças. O espetáculo que íamos ver teve sua origem na antiguidade, passou pelas arenas romanas e chegou à idade média com grupos de malabaristas, artistas de teatro e comediantes viajando pela Europa. Coube ao inglês Philip Astley, em 1769, organizar as apresentações circenses debaixo de uma tenda de lona que mudava de cidade constantemente. 

O circo da minha infância no interior do Ceará não tinha cobertura. Lona só dos lados.  “Hoje tem espetáculo?"  - Tem sim senhor?  - Às 8 da noite? - Tem sim senhor. Arrocha negrada – Uuuuurrra!!! gritava a meninada que tinha um dos braços pintado com uma numeração, o que lhe daria direito a entrar de graça. A propaganda pelas ruas da cidade era conduzida por palhaços acompanhados pela garotada. Hoje temos um palhaço deputado federal, o cearense Tiririca. No passado, o máximo que um palhaço  conseguia era aparecer na televisão, como o Bozo, Carequinha ou Arrelia. O palhaço mais famoso do Brasil foi Piolin, encarnado pelo paulista Abelardo Pinto, de Ribeirão Preto. Morreu em 1973 mundialmente conhecido. Além de grande criatividade cômica, Piolin era equilibrista e ginasta. Foi considerado "o maior palhaço do mundo". Ele nasceu no dia 27 de março de 1897. O dia de seu nascimento foi escolhido para ser o Dia do Circo no Brasil.

Circo Nerino


Um outro palhaço famoso foi o Nerino. Mas esse fui conhecer quando estava mais velho e morando em Fortaleza. Minha casa ficava na avenida padre Ibiapina, ao lado da praça São Sebastião, local destinado a armação dos circos.  Nerino, dono do circo, era o palhaço Picolino Segundo que matava todos de rir com suas estripulias. O circo Nerino foi criação do pai dele, Picolino Primeiro, em 1913. O Nerino fez sua última apresentação em setembro de 1964, em Cruzeiro do Sul, em São Paulo, depois de marcar a memória de muitos garotos país a fora.

Circo Tihany


Desses circos paulistas, o único que ainda  está com a lona armada é o Tihany. Fundado por Franz Czeisler em 1954 na cidade de Jacareí, em São Paulo, o circo sobrevive porque foi levado para o exterior.  A origem do nome vem de sua cidade natal Tihany, na Hungria. Foi ainda com o nome de Circo Mágico Tihany que esteve em Fortaleza. Antes de vir para o Brasil como imigrante em 1952, Franz já trabalhava nos palcos da Hungria, Romênia e Tchecoslováquia, como ator, bailarino e, por último, mágico. Após uma rápida passagem pela Flórida, o circo fixou-se em Las Vegas, onde Czeisler, de 96 anos, vive até hoje. O sucessor dele e atual diretor do Tihany Spetacular Circus   é o argentino  Richard Massone.

Circo Garcia


De todos esses circos o que me marcou mais foi mesmo o Garcia. Muita gente se apaixonou pelas artistas. Algumas delas ficavam hospedadas na mansão dos Limaverde, na rua Clarindo de Queiroz, em frente a praça São Sebastião, onde foi armado várias vezes. Antolim Garcia dizia que todo circo tem que ter uma velha. É a mãe de artistas, pode ser a mulher do empresário. Garcia dizia que circo sem velha não existe. Ela costura, examina uma colega grávida, chama a parteira, faz massagens, faz tudo, zela por todos e ainda faz fofocas, intrigas que ela mesmo se encarrega de desfazer. 

No livro que escreveu sobre o circo em 1962 Garcia comenta os costumes e prolemas dos companheiros que amou. Ele revela que no Brasil o circo se compõe de duas classes: uma representada pelos tradicionais, que é formada por artistas nascidos em circos e que são a continuação dos imigrados que iniciaram a vida circense no país. A outra classe é a dos aventureiros, constituída por artistas que antes exerciam outras atividades e que ingressaram para o circo por conveniência ou boemia.

A  velha e o Curió

O Garcia tinha uma velhota que comandava a classe dos aventureiros em 1955, na época em que o circo se preparava para ir à Guiana, sua primeira viagem internacional. Essa família tinha cinco membros. Essa senhora, viúva, recebeu o nome de Babá pelo cuidado que tinha pela família, duas filhas de criação, um garoto sapeca de uns cinco anos e o Curió, um caboclo atarracado que possuía conhecimentos acrobáticos. Ele viu nas meninas de Babá as partners que precisava para montar um grande ato e com ele entrar no mundo do espetáculo. Aproximou de Lelé, a mais velha das irmãs e começou um namoro que logo ele quis transformar em casamento. A velha Babá, temendo que Curió, depois de casado fosse embora com sua filha, foi contra e armou um golpe. Chamou Curió pra uma conversa. Disse-lhe que na sua família casamento sempre foi considerado um ato de grande responsabilidade. Que na família sempre se apoiou, sem objeções, a escolha de qualquer de seus membros, desde que se obedeça praxes legadas dos antepassados. Curió, balançando a cabeça como concordando com aquilo, dizia “cumprirei tudo”. E a velha afirmou que “nosso costume é casar primeiro os mais velhos”. Curió sorriu na certeza de que tinha escolhido a Lelé, a mais velha. “Sem que os mais velhos casem os jovens não poderão contrair matrimônio” - Certíssimo, disse Curió.
- Perdão, atalhou a velha. É bom que você saiba que a mais velha aqui, embora não pareça, sou eu; por conseguinte, antes que eu encontre um novo marido, Lelé não poderá casar-se.”
E a velha continua, descaradamente: “diante desse imperativo só vejo um recurso.”
-Qual?, pergunta um impaciente Curió. A velha lança um olhar furtivo e sugere; -Case comigo.
Curió, que ia levando uma xícara a boca, tomou um susto tão danado que entornou o café sobre calça. Babá pediu que trouxessem um pano molhado com água quente, ajoelhou-se diante do rapaz e começou a limpar as nódoas de café. Curió, que na verdade estava mesmo afim de montar um grande ato que permitisse que se apresentasse num grande circo, agarrou as mãos da velhota e disse: “sabe, nunca gostei de ter por mulher uma jovem piegas e inexperiente. A mulher que verdadeiramente gostei à primeira vista é você. Babá levantou-se e aos gritos chamou as duas filhas e comunicou: “O Curió aqui pediu-me para casar com ele e eu aceitei.

Uma vez casado com a matrona que sofria do fígado e de pedras na bexiga, Curió montou logo um grande ato com as duas caboclas. Babá pedia ao marido que levasse Lelé aos cinemas e passeios já que a bílis não lhe permitia sair. Os três passaram a viver felizes.
           
O livro de Antolim Garcia que conta essa história de Babá e Curió foi escrito em 1962, quando seu circo comemorava 47 anos de existência .

Garcia desce suas lonas

O fim do circo Garcia foi noticiado assim pelo Correio Popular, de Campinas, matéria assinada por Rogério Verzignasse :

"As cortinas do espetáculo se fecharam. Para sempre. Atolado em dívidas que chegam à casa dos R$ 800 mil, o Circo Garcia, o mais antigo do Brasil, encerrou as suas atividades. Fundada em Campinas, em 1928, a companhia circense chegou a figurar, na década de 70, entre as quatro maiores do mundo.

Seu fundador foi Antolim Garcia, paulistano, filho de imigrantes espanhóis, que conduziu o Circo Garcia ao sucesso no Exterior. O apogeu aconteceu entre 1954 e 1964, quando os espetáculos, com cinco lonas e cerca de 200 artistas contratados, viajaram por 72 países do mundo.


Desde a década de 80, o Garcia enfrentou crises financeiras sucessivas.  A arte circense já encarava a concorrência da televisão, que passou a oferecer diversão sem que as pessoas precisassem sair de casa. Muitas lonas foram baixadas, no Brasil inteiro. Mas a instabilidade econômica atual foi decisiva. A alta do dólar tornou inviável o pagamento de artistas internacionais, com remunerações atreladas à moeda norte-americana. O Garcia chegou a pagar US$ 2,7 mil por semana a trapezistas mexicanos. Quase toda a dívida atual é referente a salários atrasados.  Alguns acontecimentos marcaram, de maneira particular, a derrocada do Garcia. Antolim morreu em 1987. Desde aquele ano, o grupo era administrado por sua mulher, Carola Boets, e pelo filho dele, Rolando Garcia, que faleceu em setembro de 2002  “Sem meu enteado, fiquei muito sozinha”, afirma Carola. “Aqui nós estávamos empatando dinheiro”. Além de Rolando, morreram desde o 2000 os outros dois filhos de Antolim, Ruth e Romero.  No dia 29 de dezembro de 2002, aconteceu o último espetáculo do Garcia, que estava montado na Avenida Guarapiranga, região do Santo Amaro, Zonal Sul paulistana. Sinal cruel dos tempos. Só 280 pessoas compareceram ao espetáculo, e se espalharam pela arquibancada construída para 3.500 espectadores. A arrecadação, lastima Carola, não foi suficiente nem para pagar os R$ 300,00 gastos com a manutenção dos geradores em uma noite de espetáculo."

Agradecimentos aos plantonistas do HRCCA em Pau dos Ferros ! Colunista nossoparanarn


Família Arlindo
Costumamos usar os meios de comunicações e redes sociais, sempre para criticar, reclamar e denunciar.


Hoje(25/12) quero fazer algo diferente, quero elogiar, agradecer e tornar público, o brilhante trabalho desenvolvido pela a equipe de plantão diurna, do dia 25 de dezembro deste, no Hospital Regional de Pau dos Ferros.

Ao casal de médicos, Dr.Antonio e Dra Thais, pela dedicação com que conduzem seus trabalhos, pela atenção dobrada a cada paciente que necessitou de atendimento e encontraram neles o apoio que tanto se espera, quando se recorrer aos órgãos públicos nesse pais e principalmente neste estado. Quero agradecer pelo atendimento rápido, diligente e o diagnostico preciso que salvou a vida do meu pai Antonio Arlindo, de 86 anos de idade. A preocupação da doutora Thais, no primeiro momento, fez toda a diferença para que fosse tomadas todas as medidas de urgências sem as quais, o resultado não seria tão positivo. Logo após, tal preocupação foi compartilhada por doutor Antonio, que contribuiu para com o resultado supracitado alegrando a todos os meus irmãos e familiares. Tais atitudes desses jovens médicos, nos revelam o real sentido do Natal de Jesus, já que a data era propícia.

Enquanto estivemos naquele hospital, vimos que a demanda era grande de pessoas de várias cidades que circundam Pau dos Ferros. Vimos também que, mesmo com um número grande de pessoas necessitadas de atendimento, não se ouvia reclamações com relação ao atendimento oferecido e se houve, foi injustamente. Que o comportamento desses médicos, sirva de exemplos para os demais, já que a parir deles, os outros servidores se contagiam, mesmo com toda dificuldade das condições do trabalho, em darem sempre o melhor deca da um como ser humano.

Ao enfermeiro Anilson, que com toda a calma e paciência, conduz sua equipe com maestria para melhor atender àqueles que estão sob seus cuidados. A parir da recepção, no caso do meu pai, esse enfermeiro já se preocupou, mesmo antes da solicitação médica, em realizar um exame providente que foi importantíssimo para um diagnóstico preciso, nosso muito obrigado.

Aos técnicos de enfermagem, Dona Dalva, Graça e Gilda, pela preocupação constante com todos os pacientes que estavam em observação na urgência do referido hospital, nosso muito obrigado.

Afinal, queremos agradecer a todos os funcionários que estavam no plantão, desejando um Feliz Natal e que no ano vindouro suas aspirações sejam superadas.


São os votos e agradecimentos de,

JOSE NILSON DE OLIVEIRA ARLINDO E FAMÍLIA.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL!!!!!!!!!!!!!!!

 Tão óbvio né..... Mas para não fugir à regra, desejamos a todos os nossos leitores e aos fazedores da verdadeira cultura UM BELO NATAL E ANO NOVO TAMBÉM. Que o  ano vindouro nos traga mais avanços  e mais pesquisas acerca do nosso passado, tão menosprezado por quem deveria privilegiar.
     VIVA PAU DOS FERROS!!!!!!!!!!
             Equipe do cultura Pau ferrense.

UMA VIDA DEDICADA AO COLÉGIO DIOCESANO SANTA LUZIA

 No dia 09 de junho de 1956, com a inauguração das novas instalações do colégio Diocesano Santa luzia, Padre Sátiro passou a ocupar o cargo de vice-diretor e na mesma época, a direção do colégio de padres. Em 1 de janeiro de 1961 foi designado diretor do colégio Diocesano e desde então, tem se dedicado a mantê-lo como um dos mais conceituados estabelecimentos de ensino do estado, sempre visando um ensino de qualidade, referência e com o olhar atento para o futuro das gerações que lá chegam em busca de conhecimentos.
 Hoje, Padre Sátiro nos seus 84 anos de vida, ainda divide a atribuição de dirigir a escola com o jovem educador Padre Charles Lamartine que atualmente conduz um novo momento no conteúdo pedagógico e também, mudanças de ampliação da estrutura física do colégio.
  PARABÉNS QUERIDO PAU-FERRENSE, NOS ORGULHAMOS MUITO DE VOCÊ!
                  CULTURA PAU FERRENSE E EQUIPE.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

PADRE SÁTIRO CAVALCANTI DANTAS-UM PAUFERRENSE EXEMPLAR - primeira parte

 Sempre sonhei em entrevistar o Padre Sátiro, mas as condições ideais nunca foram possíveis, pois eu precisaria de cinegrafista, microfones e transporte para ir à Mossoró. Quem sabe isso não aconteça agora, livre das amarras do poder público, vou tentar a empreitada sozinho.
 Sátiro Cavalcanti Dantas nasceu em 22 de Janeiro de 1930, na cidade de Pau dos ferros, integrando uma família de mais cinco irmão.Aos Onze anos, ficou órfão de pai, João  Fernandes Dantas, cabendo a sua mãe, Erondina Cavalcante, a condução da  família. Da sua forte ligação com sua mãe, herdou a devoção a santa clara de Assis.
 Começou sua formação na Escola Joaquim Correia, em Pau dos ferros, depois veio fazer o ginásio em Mossoró. No dia 9 de fevereiro de 1943, após seguir viagem de trem, desembarcou na cidade de mossoró juto com a mãe e os cinco irmãos. E no mesmo dia ingressou no seminário em Mossoró. O despertar para a vocação religiosa veio aos 14 anos. Antes, havia surpreendido a todos quando pediu para ser coroinha na paróquia de N. senhora da Conceição em Pau dos ferros.Quando decidiu ser sacerdote, enfrentou a descrença dos familiares e amigos.
 Em seguida, o jovem seminarista passou para para o seminário maior de João Pessoa, cursou filosofia em São Leopoldo(RS) e passou pelos seminários em Fortaleza (CE) e Recife(PE). Posteriormente seguiu para Roma, onde estudou teologia Dogmática na Pontifícia universidade gregoriana-de 1951 a 1954 e depois concluiu o curso de direito canônico. Recebeu sua ordenação no dia 08 de dezembro de 1955, retornou ao Brasil para celebrar a primeira Missa de ordenação, em sua cidade Natal, Pau dos Ferros, onde celebrou  a sua primeira missa.
 Voltaremos amanhã co mais histórias de Padre Sátiro.
                  Israel Vianney

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Um dos adolescentes que estava aterrorizando Pau dos Ferros foi apreendido


Policia em ação  
Hoje 16/12/14, o adolescente Maxsuel  foi pego no Bairro São Geraldo em novo condomínio que está sendo construído, o menor é um dos três, que está aterrorizando a cidade, todos os dias são varias casas que são arrombadas, ele que já tinha roubado os Ganeses que moram no São Geraldo estava rondando próximo ao condomínio quando um Ganês percebeu e chamou a Policia. Dias a traz os três roubaram mais de dois mil Reais dos ganeses.


UMA NOITE MÁGICA NO TEATRO DO BARRO VERMELHO

UMA NOITE MÁGICA NO TEATRO DO BARRO VERMELHO

A (7)
Autor – Rostand Medeiros 
Em um passado já distante, quando Natal ainda era uma pequena capital, antes até da existência do Teatro Alberto Maranhão, ocorreu um espetáculo teatral na região do Barro Vermelho que marcou época e ficou na mente dos natalenses por décadas. Como foi este espetáculo e um pouco da vida de Joaquim Lourival, um dos atores desta apresentação e um homem que foi uma grande fonte de informações históricas para Luís da Câmara Cascudo.
História do Teatro em Natal
O historiador Cláudio Augusto Pinto Galvão, em seu maravilhoso sobre a história do Teatro Alberto Maranhão, intitulado “100 anos de arte e cultura – Teatro Carlos Gomes – Teatro Alberto Maranhão” (Natal : Ed. RN, 2005), informa que a mais antiga notícia documentada sobre uma encenação na cidade de Natal deve-se a uma correspondência de D. João V, rei de Portugal, datado de 23 de agosto de 1730 e dirigida ao Governador e Capitão-general da Capitania de Pernambuco, em que informa que o Capitão-mor do Rio Grande (do Norte), em carta dirigida à Sua Majestade, comunica que, ao tomar conhecimento do casamento do príncipe português D. José com a princesa espanhola Dona Maria Ana, fez festejar devidamente o evento nessa capitania, com nove dias sucessivos com comédias e várias festas de cavalo e outras celebridades iluminando-se três noites todas as casas da dita cidade avantajando-se nas ruas, pois se acendiam nela oitenta luzes cada noite sendo toda esta despesa a sua custa, assim descreve o documento.
As imagens que aqui apresentam teatros e peças teatrais do século XIX, são da coleção da Biblioteca Nacional, mas servem apenas de caráter ilustrativo. Nenhuma delas mostra teatros em Natal no século XIX.
As imagens que aqui apresentam teatros e peças teatrais do século XIX, são da coleção da Biblioteca Nacional, mas servem apenas de caráter ilustrativo. Nenhuma delas mostra teatros em Natal no século XIX.
Segundo Luís da Câmara Cascudo, no seu livro “História da cidade do Natal” (Páginas 215 a 217, 3ª Ed. Natal, 1999), os documentos existentes sobre o teatro em Natal apontam que em 1841, havia um barracão de palha onde funcionava a Sociedade do Teatro Natalense. Este simples local de apresentação teatral foi construído na antiga praça Gonçalves Ledo, onde atualmente se encontra o prédio do antigo Dispensário “Sinfrônio Barreto”. Sob a batuta de Matias Carlos de Vasconcelos Monteiro, era uma sociedade amadora, onde mulheres não participavam das peças teatrais e que em pouco tempo teve o barraco de palha incendiado. Matias Carlos tentou conseguir apoio governamental, mas quando este saiu em 1843, a sociedade já tinha sido desfeita. Cláudio Galvão aponta que nem são conhecidas as razões da desistência e não há mais notícia do “teatro” da Sociedade de Teatro Natalense[1].
Devido ao autor do texto não possuir fotos de Natal na década de 1880, as ilustrações utilizadas para mostrar a capital potiguar são dos anos finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Devido ao autor do texto não possuir fotos de Natal na década de 1880, as ilustrações utilizadas para mostrar a capital potiguar são dos anos finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Outros grupos teatrais surgiram em vários locais da cidade, com peças continuando a serem realizadas em simples barracões de palhas. No mesmo local onde a Sociedade do Teatro Natalense construiu seu primitivo local de apresentação, um novo barracão foi construído por outro grupo teatral e novamente queimado em 31 de dezembro de 1853. Iluminar estas apresentações com lampiões a querosene era fogo, literalmente falando!
No ano seguinte, a Sociedade Theatral Apóllo Riograndense alugou uma casa ao negociante português Manoel dos Santos Martins Romano. Aparentemente na capital potiguar esta foi a primeira casa onde se realizou uma peça teatral feita de alvenaria. Cláudio Galvão aponta que o imóvel localizava-se onde se encontra o Instituto Histórico e Geográfico, com a frente para a Rua Grande, atual Praça André de Albuquerque. Consta que lá ocorreram apenas duas apresentações[2].
A (12)
Outras casas, por outros grupos teatrais amadores foram alugadas e espetáculos eram realizados com muito improviso.
Em 1860 foi realizada uma tentativa oficial de criação de um teatro, o que mostra que havia um anseio, talvez uma cobrança, da população natalense por uma casa de espetáculos digna do nome. Mas esta tentativa não deu certo.
Entre 1865 e 66, em pleno período da Guerra do Paraguai (que ocorreu entre 1864 e 1870), no mesmo local onde o teatro da Sociedade de Teatro Natalense havia sucumbido ao fogo, um terceiro teatro de palha foi construído. Aparentemente esta casa seguia seu curso de apresentações de maneira positiva, proporcionando ao natalense um pouco de diversão entre os dias modorrentos de cidade provinciana e as notícias da guerra. Mas em uma noite de espetáculo o alferes Rolim Cavalcanti de Albuquerque cercou o local com uma patrulha militar e prendeu seis homens que foram levados a força para o Quartel local e encaminhados para combater os paraguaios nos batalhões de Voluntários da Pátria[3].
Conflito armado entre militares e civis brasileiros, no período da Guerra do Paraguai. Esta cena poderia ser parecida com a ocorrida no conflito do antigo teatro.
Conflito armado entre militares e civis brasileiros, no período da Guerra do Paraguai. Esta cena poderia ser parecida com a ocorrida no conflito do antigo teatro.
Logo o barracão de palha foi queimado. Existem duas versões para o episódio. Em uma o fogo realizado a mando do Alferes Rolim, como castigo para aqueles que deixavam as obrigações militares para assistir funções teatrais. Já a outra versão, a mais aceita, foi que o teatro de palha foi queimado pelo povo de Natal para evitar que o local servir-se de nova “ratoeira” para levar jovens para a guerra.
Um Recanto Natalense
O Barro Vermelho é hoje um dos bairros centrais da nossa cidade, ainda com muitas casas antigas, mas que vai se verticalizando rapidamente. Luís da Câmara Cascudo aponta na página 257, do seu livro “História da cidade do Natal” (3ª Ed. Natal, 1999), que esta região de Natal foi uma “Antiga área de sítios, casas de veraneio, longe do mar e da mata, onde aconteceram festas memoráveis e maravilhosas festa juninas”[4].
A (1)
Um destes sítios pertencia ao Vigário Bartolomeu Fagundes de Vasconcelos, conhecido como padre Memeuzinho. Homem que gostava das artes, maçom, foi o padre que abriu as portas de sua propriedade para que no dia do nascimento de Jesus Cristo de 1886, ali ocorresse as apresentações teatrais[5].
Quase 33 anos depois, o Professor Joaquim Lourival Soares da Câmara, conhecido popularmente como Professor Panqueca, concedeu uma entrevista sobre aquele memorável espetáculo que ficou na mente dos antigos natalenses. Lourival era conhecido na pequena Natal por ser um homem que tinha uma memória prodigiosa, que lhe proporcionava um vasto e profundo conhecimento dos costumes de outrora, que via o presente como um fardo insuportável e que tinha nas recordações do passado um dos consolos da vida. Mas além de tudo isso, Joaquim Lourival foi um dos atores daquele espetáculo.
Parte do relato do conhecido Professor Panqueca, publicado com destaque na primeira página da edição de 14 de dezembro de 1911 do jornal natalense “A República”
Parte do relato do conhecido Professor Panqueca, publicado com destaque na primeira página da edição de 14 de dezembro de 1911 do jornal natalense “A República”
O relato foi publicado com destaque na primeira página da edição de 14 de dezembro de 1911 do jornal natalense “A República”[6].
Recordações de Uma Noite Maravilhosa
O autor do texto de 1911 utilizava o pseudônimo de Paulo da Terra. Este encontrou o velho Professor na sua casa, no final da tarde, descansando na sua velha espreguiçadeira e com uma bíblia na mão, livro ao qual ele denominava holofote dos céus.
Rio Potengi
Rio Potengi
Em uma Natal onde existiam mais cata-ventos para retirar água dos poços artesianos, do que automóveis circulando pelas ruas esburacadas, Joaquim Lourival vivia no final da poeirenta Rua dos Tocos, atual Avenida Princesa Isabel, já nas proximidades da igualmente contemporânea Avenida Deodoro.
Em meio a uma prosa reproduzida em parte pelo jornal, Paulo da Terra perguntou a Joaquim Lourival, homem nascido no ano de 1849, como ele via as mudanças em uma Natal que crescia muito para os padrões da época. Para o velho Mestre o presente lhe invadia a alma de tristeza, enquanto o passado lhe trazia consolação[7]. Preferia o passado, pois não era um homem de deixar amores velhos por novos. Dispensava concertos de palácios para ouvir modinhas cantadas por Botelho, ao som do violão de Heronildes. Era um homem que ainda gostava das Lapinhas e recordava com extrema satisfação as ocasiões em que ia para os “pagodes” da praia da Redinha e dos teatros do Barro Vermelho[8].
Nesse ponto o articulista Paulo da Terra buscou mais informações sobre estes espetáculos teatrais e comentou que não era primeira vez que ouvia falar destas apresentações.
O teatro possuía uma enorme importância na sociedade brasileira na década de 1880.
O teatro possuía uma enorme importância na sociedade brasileira na década de 1880.
A apresentação trouxe uma grande multidão, que para o jovem ator Lourival deixou o perímetro da cidade “sem ninguém”. Era o dia 25 de dezembro de 1868, um sábado, era o Presidente da Província, o governador da época, Manuel José Marinho da Cunha, que havia tomado posse do cargo a menos de dois meses e este se fez presente a função com toda seu séquito[9].
Joaquim Lourival tinha entre 17 e 18 anos e foi o protagonista do drama “Camila no subterrâneo ou os alteadores do Montenegro”, do italiano Camillo Frederici[10]Era a primeira tentativa de se fazer teatro ao ar livre em Natal, aproveitando a noite de lua clara e muitos colaboraram com candeeiros para iluminar o local. Não houve incêndios!
Claudio Galvão, em sua tese de doutorado em história intitulada “Alguns compassos – Câmara Cascudo e a musica (1920 – 1960)”, na página 19, traz um texto do folclorista Câmara Cascudo, através dos relatos do Professor Joaquim Lourival, sobre a peça apresentada no sítio do Barro Vermelho e publicada em um dos capítulos do livro “Histórias que o tempo leva” (1ª ed. Editora Monteiro Lobato, S. Paulo, 1924).
Devido aos preconceitos e as regras sociais da época, nenhuma jovem natalense aceitou o convite de fazer parte do grupo teatral e coube a um jovem ator fazer o papel de uma protagonista da peça. Mas ele foi dublado por uma veterana atriz chamada Maria Epiphania, a quem Câmara Cascudo conheceu pessoalmente e faleceu idosa em 1918. Talvez ela não tenha participado deste evento no Barro Vermelho devido a sua idade e por exigência do roteiro, pois já havia encenado esta mesma peça dez anos antes.
Pouco antes de iniciar a função teatral, mesmo sem explicar a razão, descobriram que não tinha como ser apresentada nenhuma música. Foi o Senhor José Macabeu de Vasconcelos que se lembrou que em casa tinha um realejo de corda e correu a sua residência para pegar o instrumento e salvar o espetáculo. Em sua entrevista ao articulista Paulo da Terra, Joaquim Lourival fala deste realejo, mas informa que também havia flautas, um violino e a apresentação seguiu tranquila para deleite dos antigos natalenses. Houve grande alegria com a apresentação teatral ao ar livre.
A apresentação teatral de 25 de dezembro de 1886 terminou com fogos e balões, quase uma festa junina.
A apresentação teatral de 25 de dezembro de 1886 terminou com fogos e balões, quase uma festa junina.
Era alta madrugada quando o espetáculo terminou. Foram soltos balões e disparados vários fogos de artificio.
Diferenças Deixadas de Lado
Mas enfim, porque este espetáculo marcou época em Natal?
Ocorreu um grande afluxo de autoridades e de pessoas do povo ao Barro Vermelho. Aquele congraçamento coletivo, com a presença do presidente da província (o que garantia que ações como a realizada pelo alferes Rolim não se repetissem), igualmente aliviava as tensões.
Não podemos esquecer que a Guerra do Paraguai estava no seu quarto ano e filhos da terra morriam, ou ficavam aleijados em terras distantes. Para aliviar o fardo da saudade nada melhor do que assistir na noite de natal a um belo trabalho teatral, de forma coletiva e democrática.
A (16)
Aparentemente foram deixadas de lado as provincianas diferenças de classe existentes na pequena Natal e todos que ali estavam aproveitaram muito aquela noite do nascimento de Jesus Cristo em 1868.
Foi uma noite onde as coisas funcionaram a contento, mesmo com certas doses de improviso. E não ocorreram incêndios!
Evidentemente que o trabalho daqueles que estavam no palco e nos bastidores deve ter sido singular. A produção, mesmo sendo tida como simples, parece ter sido muito bem trabalhada pelos atores e a peça do italiano Camillo Frederici caiu no gosto popular.
A (11)
Joaquim Lourival comentou que a repercussão foi tanta que nos dias posteriores o poeta e acadêmico Manoel Quintiliano dedicou um poema ao espetáculo, que foi publicado com destaque nos jornais de Natal. Em 1911 o velho Professor ainda lembrava das estrofes.
Claudio Galvão aponta, em outro escrito de Câmara Cascudo no livro “Histórias que o tempo leva”, que ocorreu a realização de uma reprise atendendo a inúmeros pedidos, no mesmo local, a 1º de janeiro de 1869.
Parece que Dionísio, o deus grego do teatro, ajudou para que aquela noite de natal, em Natal, fosse mágica e inesquecível!
O Destino de Um Amante da História
Na primeira página do jornal “A República”, de 13 de setembro de 1926, temos a notícia do falecimento de Joaquim Lourival.
Em um longo obituário soubemos que o fato ocorreu na sua casa, às 22 horas de 10 de setembro e houve grande consternação em Natal. Ao seu velório compareceram o governador José Augusto Bezerra de Medeiros e várias autoridades. Tinha o velho Mestre 77 anos de idade, era filho do poeta Lourival Açucena e foi também Professor do poeta Ferreira Itajubá. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Grau 33 da Maçonaria potiguar e estava aposentado. Mas não inativo!
“A República”, de 13 de setembro de 1926,  notícia do falecimento de Joaquim Lourival.
“A República”, de 13 de setembro de 1926, notícia do falecimento de Joaquim Lourival.
Temos a notícia que a sua casa era sempre procurada por aqueles que desejavam saber mais da história da capital potiguar, desde tempos coloniais, sendo ele considerado “tradição viva” da cidade. Grande sabedor da cultura popular, dono de uma memória prodigiosa, Joaquim Lourival Soares da Câmara foi um grande informante de Cascudo e de outros pesquisadores sobre a Natal antiga.
Nas década de 1880, a imagem mais comum ao período natalino estava sempre focada na figura de Jesus Cristo.
Nas década de 1880, a imagem mais comum ao período natalino estava sempre focada na figura de Jesus Cristo.
Pessoas como o Professor Joaquim Lourival Soares da Câmara, o conhecido Professor Panqueca, merecem todo nosso respeito e admiração. Principalmente por não deixarem a história morrer e democratizarem a esta informação junto aos mais jovens que valorizam o conhecimento do passado.
COM ESTA HISTÓRIA SOBRE UM INTERESSANTE MOMENTO DAS ARTES NA MINHA MARAVILHOSA CIDADE E A LEMBRANÇA DE UM HOMEM QUE AMAVA A HISTÓRIA, DESEJO A TODOS QUE FREQUENTAM O NOSSO BLOG UM FELIZ NATAL!

NOTAS
[1] Ver Relatório apresentado à Assembleia Provincial do RN pelo Vice-Presidente André de Albuquerque Maranhão no dia 7 de setembro de 1843.
[2] Ver “Acta Diurna”, de Luís da Câmara Cascudo. O teatro em Natal. “A República”, Natal, 15 de agosto de 1940.
[3] Quando a Guerra do Paraguai teve início, aproveitando o patriotismo que tinha tomado conta do país, muitos voluntários se apresentaram para lutar espontaneamente. O governo assegurava vantagens aos voluntários como prêmio em dinheiro, terras, preferência nos empregos públicos, patentes de oficiais honorários, liberdade a escravos, assistência a órfãos, viúvas e mutilados de guerra. Com o passar do tempo, o aumento da mortandade em combate e a diminuição do entusiasmo popular, o governo imperial passou a exigir dos presidentes das províncias cotas de voluntários, que deveriam recrutar. Cada Província foi solicitada prover, no mínimo, 1% da sua população. Essa foi a razão da ação do alferes Rolim no teatro. Por outro lado, havia várias formas de se escapar da convocação: os aquinhoados faziam doações de recursos, equipamentos, escravos e empregados para lutarem em seu lugar; os de menos posses alistavam seus parentes, filhos, sobrinhos ou agregados; aos despossuídos só restava a fuga para o mato. O Rio Grande do Norte formou o 28º Corpo de Voluntários da Pátria (28º CVP) e no 55º CVP os potiguares se uniram aos piauienses. Por razões que não sei explicar, o 28º CVP foi dissolvido durante a guerra e seus homens incorporado aos 34º CVP (Pará) e ao 36º CVP (Maranhão).
[4] A região do Barro Vermelho era assim conhecida já em fins do século XVIII, quando um antigo documento aponta que o sargento João Antônio Freitas era morador do “Barro Vermelho” e requereu mais outros pedaços de terra até a “Lagoa Seca”.
[5] Bartolomeu Fagundes de Vasconcelos nasceu em 1815, na localidade de Vila Flor, no Rio Grande do Norte. Viveu num ambiente onde a política e a religião eram assuntos preponderantes e foi ordenado em 1839, no seminário de Olinda. Além da formação religiosa recebeu também influências de Padres-Maçons que sonhavam com um Brasil livre e governado por Brasileiros. Homem de caráter firme e sentimentos nobres contrariou o poderoso Bispo Dom Vital por não ter abjurado à maçonaria. Serviu ao sacerdócio por 34 anos e a maçonaria por 37. Foi político, chefe de partido e Vice-Presidente de Província. Faleceu em 1877. Texto de Luís Soares de Lima, exibido no endereço eletrônico http://vigariobartolomeu.org/o-patrono/
[6] Segundo Claudio Galvão, o apelido Panqueca se deveu a um personagem que interpretara, ele que fora ator amador na maioria das sociedades teatrais em atividade na Natal do século XIX.
[7] Certamente o rápido crescimento populacional da capital potiguar dos primórdios do século XX, trouxe para o Professor Panqueca a ideia que o passado lhe trazia mais consolo na vida. Mas não é difícil compreender esta situação quando nos debruçamos sobre os números frios do crescimento estatístico de Natal entre 1900 e 1920 (em 1910 não ocorreu o censo demográfico). Observamos que em vinte anos a cidade saltou de 16.056 para 30.696 habitantes. Pode parecer pouco aos olhos de hoje a proporcionalidade deste crescimento, mas ao observarmos o resultado do censo de 1890, quando Natal tinha 13.725, seu crescimento populacional em dez anos foi de meros 2.331 habitantes. Ao passo que entre 1900 e 1920, este crescimento foi de 14.640 pessoas. Mesmo levando em consideração o hiato de tempo entre os levantamentos estatísticos, a forma de coleta destes dados, é perceptível um aumento da população natalense. Em grande parte isso se ocorreu pelo incremento de novas vias de transporte (principalmente ferroviário). Ver –http://pt.wikipedia.org/wiki/Natal_%28Rio_Grande_do_Norte%29
[8] No início do século XX era normal a população de Natal assistir muitos folguedos populares tradicionais, fato que perdurou com maior força até a década de 1930. Provavelmente a Lapinha que Joaquim Lourival assistia era a da velha Rosário, na Santa Cruz da Bica, próximo a atual sede da COSERN. A Lapinha era uma dança tipicamente religiosa, parecida com o Pastoril, mas que divergia em pontos essenciais de sua execução. Os repertórios eram inspirados em motivos religiosos, onde tinham como figura central o “Pastorzinho”, que dançava junto com as pastoras. Vestiam-se de maneira discreta. Ver Deífilo Gurgel, in “Espaço e tempo do folclore potiguar”, págs. 105 e 106 e 112, Natal, FUNCART, 1999.
[9] Manuel José Marinho da Cunha foi presidente da província do Rio Grande do Norte entre 1 de setembro de 1868 a 10 de março de 1869. Ver –http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Jos%C3%A9_Marinho_da_Cunha
[10] Camillo Federici, nasceu em Garessio, Itália, em 9 de abril de 1749 e morreu em Padova no dia 23 de dezembro de 1749. Foi um dramaturgo e ator de teatro, cujo verdadeiro nome era Giovanni Battista Viassolo.