Nos idos da minha infância e adolecência, na década de 1930, o mundo era muito diferente do atual. Hábitos, crendices e tabus faziam parte do cotidiano das pessoas, porém, no decorrer dos tempos foram desaparecendo, tornando-se apenas meras lembranças nos dias de hoje.
Hábitos que hoje não existem mais, observados pelas mulheres que davam a luz a uma criança: cumprir 30 dias de resguardo com uma alimentação especial a base de galinha caipira presa em chiqueiro, cozida ou assada, acompanhada de farofa ou pirão de farinha de mandioca, o primeiro banho com água fria somente depois de 30 dias. Algumas mulheres nos primeiros dias do puerpério eram confinados em quartos fechados, as brechas de claridade tampadas com pano, permaneciam enroladas dos pés a cabeça, ouvidos tampados com algodão para evitar ouvir barulho o que poderia fazê-las quebrarem o resguardo. Em algumas famílias principalmente na zona rural, não por motivo de pobreza, mas por hábito, não usavam mesa para tomarem as suas refeições. Na hora do almoço ou jantar estendiam no chão na cozinha uma esteira de palha de carnaúba e se sentavam ao redor dela, colocando no centro da mesa as panelas de barro com a comida e cada pessoa fazia o seu prato. Antes e depois das refeições os donos da casa faziam uma oração de agradecimento a Deus pelos alimentos que lhe eram concedidos, da qual participavam todas as pessoas que tomavam parte da refeição. Vale salientar que nos dias atuais este hábito ainda permanece em algumas famílias principalmente da zona rural.
Por Dr. José Edmilson de Holanda
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