No país dos machões, na era dos generais, as campeãs de vendagem de livros eram duas mulheres: Cassandra Rios e Adelaide Carraro.
Cassandra, nascida Odete Rios Perez Gonzalez Hernanes Arellano, numa familia espanhola de São Paulo, escrevia sobre lesbianismo, paixões proibidas, romances tórridos: Volúpia do pecado, Nicoleta ninfeta, Carne em delirio, A Piranha sagrada, entre dezenas de títulos. Mesmo com as mutilações da censura, vendia 300 mil cópias de seus livros, vivia exclusivamente de direitos autorais e tinha uma cachorrinhas chamada Betânia (Consta que Maria Bethânia era uma de suas maiores fãs).
Sua principal rival era Adelaide Carraro, que, em 1974, se orgulhava de suas 18 passagens por delegacias diversas e das vendas astronômicas de seus livros - Eu e o governador (que contava seu caso com Jânio Quadros), Submundo da sociedade e O travesti, entre dúzias de outros.
"Até bofetada de delegado, na cara levei. O que mais temiam? Já não estava eu proibida? (...) Verdade que, na época, assim diziam, só eu vendia! O público consumidor via, só nas páginas dos meus livros, gente com as quais hoje cruzam nas ruas, livres, sem ter que disfarçar e pagar pelo que nasceram."
Você com sempre trazendo matérias do fundo do baú, adoreiiiiiiiii,seu blog está de parabéns, abraço bem forte Adriano freitas.
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