03

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SER OU NÃO SER: EIS A QUESTÃO


Sempre que um país tem um novo governante passa a viver um novo tempo. O Brasil do momento está se perguntando.Como será esse novo tempo?
Se o Brasil fosse uma empresa e a contratação do diretor-presidente estivesse em suas mãos, você contrataria Dilma Roussef?
A Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, da UNESCO, definiu para educação um conjunto de aprenderes: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e enfim, aprender a ser. O primeiro deles refere-se a saberes codificados, ou seja, aquilo que podemos encontrar nos livros e em geral é passado pelos professores nas salas de aula. É interresante como as pessoas relacionam a educação apenas com essa prática. Porém, há muito mais que isso!
O aprender a fazer está ligado ao desenvolvimento de habilidades e competências, sem as quais o conhecer perde o sentido. O aprender a conviver refere-se  ao desenvolvimento do espírito de socialização e da capacidade de comunicação, o que é fundamental para saber que tudo depende de parcerias. O aprender a ser está relacionado ao respeito, a moral e a ética o que realmente complementa a  moral de uma pessoa. Estes três últimos aprenderes, podem ser recebidos na escola, mas, certamente, são tão ou mais recebidos fora dela. Essa reflexão tem como objetivo enteder alguns fatos intrigrantes como: o fracasso pessoal de algumas pessoas estudadas e o sucesso às vezes espetacular de pessoas que não estudaram como é o caso do ainda presidente Lula. O sucesso de Lula iletrado, não significa para o país nesses oito anos a desimportância do estudo, mas sim a importância das qualidades pessoais. (COMO SERÃO AS DE DILMA ROUSSEF HEIM?!)
As vezes, surge uma pessoa à qual não escapa nada ou quase nada do que acontece no seu tempo. Uma dessas pessoas foi Aristóteles, na Grécia do século IV a.c. Duas obras desse grande filósofo nos ajudam a referendar essa reflexão: Ética a Nicômaco e a política. Na primeira ele faz referência aos princípios da educação segundo seu ponto de vista  e na segunda sobre a relação do homem com a sociedade. Há uma profunda relação entre essas duas obras. Segundo Aristóteles o homem é um animal político e também um animal que aprende. Ser político é desenvolver a capacidade de viver em sociedade. Aqueles que possuem essa qualidade de forma mais acentuada estão autorizados a ocupar cargos de liderança. É o caso de um Presidente da República. E a comunidade ou digamos melhor a sociedade é capaz de aferir essa capacidade. E aí está a GRANDE diferença entre contratar e eleger. Contratamos objetivamente e elegemos subjetivamente. Dilma talvez não fosse contratada, mas a danada foi eleita
 e aí?
  


Aristóteles ainda diz que quando nascemos, os costumes se apoderam de nós e nos acompanham por toda a vida. Os que transcedem estarão automaticamente autorizados a falar em nome das pessoas. Esses,  nós denominamos de líderes, afirma também, que tudo o que aprendemos deriva do ensino (akouontes) ou da experiência (ethzomenoi), o então e ainda presidente, está nesse segundo grupo e o fez com louvor. Quando o Brasil o elegeu o fez porque percebeu nele um conjunto de vontades, que foram: a de liderar, a de beneficiar os outros e principalmente  a  de  superar-se. Tudo isso acompanhando de um carisma que é dele por natureza.
Temos que ser justos com nossas percepções e esperanças. E é por isso que questionamos as qualidades daquela que a maioria dos brasileiros escolheu para liderar esse país rumo a um destino melhor.
Lula é um exemplo para a juventude, mas seria ainda melhor exemplo se tivesse estudado. Por mais que acusemos as escolas de estarem preocupadas apenas em passar conteúdos, não podemos deixar de reconhecer que vamos treinando nosso cérebro para lidar com as complexidades. Aprendemos lógica por meio de matemática, linguagem por meio da língua portuguesa e do idioma estrangeiro, aprendemos sem saber porque, a lidar com a dedução de idéias por meio do ensino de ciências. Isso ajuda a viver a vida. Esse é realmete um valor agregado a escola.
Enquanto Lula foi brilhante como mostra sua biografia, imagino que também teria passado com brilho pela vida acadêmica, pois aprendeu a conviver, a fazer e a ser. Agora a sua sucessora Dilma Roussef vai ter que demonstrar que não só passou pelos bancos escolares em grande estilo, mas, principalmente, que os aprenderes educativos vão fazer parte de sua trajetória como líder nacional escolhida democraticamente. Mas isso só saberemos mais tarde, ou seja em um artigo escrito daqui há uns 4 anos.


Alexandrina Maria da Silva
Profª Especialista em Educação
    

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As postagens que venham a desrespeitar moralmente ou legalmente a algo ou alguém, serão excluidas.. Para evitar que isso aconteça evite esses tipos de comentários.. Desde já agradecemos..