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sábado, 26 de dezembro de 2020
JUSTINO - O ANJO NEGRO DO ESPORTE PAUFERRENSE
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
O CASARÃO DE ELÍSIO MAIA: memórias de Vicente de Paula Fernandes
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
ELEIÇÕES 2020 - PERSPECTIVAS HISTÓRICAS
A VITÓRIA DE MARIANNA ALMEIDA
As eleições 2020, em Pau dos Ferros-RN, trouxeram resultados históricos. No executivo, Marianna Almeida foi a primeira mulher eleita da história de nossa cidade, a primeira eleita pelo voto democrático e será a terceira a governar nossa terra. Tivemos, em 1946, Eulália Fernandes Bessa, através de nomeação, governando o executivo municipal por apenas 45 dias, vulgo um mês e meio, de 31 de janeiro a 15 de março daquele ano. Depois, em plena ditadura militar, com idas e vindas nos pleitos, resultados das eleições anulados por várias vezes, toda a instabilidade instaurada pelo regime, enquanto se resolviam os babados todos, foi nomeada para governar o município interinamente, Maria Izete de Queiroz, em 31 de janeiro de 1969 e, desta feita, ela ficou até 5 de maio, um pouco mais de que 3 meses no poder. Marianna Almeida, além de quebrar a hegemonia de 4 vitórias consecutivas do grupo de Leonardo Rêgo, ainda entra para a história como a primeira prefeita eleita pelo voto direto.
A DERROTA DE LEONARDO RÊGO
Caso vencesse as eleições, Leonardo seria o primeiro prefeito da história da cidade a ter quatro mandatos. Segue a sina dos "12 anos", dos 3 mandatos. Nenhum prefeito, até hoje, conseguiu ultrapassar 3 mandatos no poder do executivo municipal. Além de Leonardo Rêgo (2004-2008), (2008-2012), (2016-2020), tivemos mais dois. José Fernandes de Melo e Nilton Figueiredo. José Fernandes (1953 - 1958), (1973 - 1977), (1983 - 1988). Nilton (1988 - 1992), (1996 - 2000), (2000 a 2004). Com dois mandatos tivemos Francisco Fernandes Sena, Licurgo Ferreira Nunes e José Edmilson de Holanda.
ELEIÇÕES DE VEREADOR(A)
Na próxima legislatura, teremos 11 representantes, assim como nessa legislatura corrente. Com alguns destaques... Nessa, a câmara só conta com uma mulher dentre todos os eleitos, Itacíria Aires, Bolinha, que foi reeleita. Na próxima, a casa legislativa volta a ter 3 mulheres nos púlpitos e tribunas. O recorde de mulheres na câmara foi de 4 mulheres, na legislação de 1997-2000. Além de Bolinha, tivemos Professora Aldaceia e Zélia Leite, esta, volta à câmara de vereadores como a candidata mais votada, em primeiríssimo lugar. Pau dos Ferros deu vez às mulheres. Em outro feito histórico, Professora Aldaceia quebra a mística do Partido dos Trabalhadores, PT, nunca ter elegido um vereador na cidade, é a primeira vereadora eleita pelo Partido dos Trabalhadores na história política de nossa cidade.
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
A ELEIÇÃO DAS PEDRAS
Desde 1856, pelo menos, duelam Fernandes e Rêgos pelo poder
em Pau dos Ferros, principal cidade do Alto Oeste potiguar. Cento e sessenta e
quatro anos de luta política![1]
Este ano, 2020, de um lado temos o prefeito Leonardo Nunes
Rêgo – o nome já diz tudo – e, do outro, enquanto principal nome da oposição, o
ex-prefeito Francisco Nilton Pascoal de Figueiredo, muito embora sua candidata
seja Marianna Almeida.
Nilton Figueiredo, como é conhecido, é descendente de
Childerico Fernandes de Queirós, que do seu segundo casamento, com Maria Amélia
Fernandes (Mãe Marica), teve Umbelina Fernandes da Silveira, mãe de Maria
Fernandes de Figueiredo (Dona Lalia), sua avó paterna.[2]
Em 1864, na sessão do dia 23 de dezembro, a ata da Câmara
Municipal dá conta de requerimento apresentado por alguns vereadores ao
Presidente da Província solicitando fosse-lhes “relevada” a aplicação de
algumas multas a eles impostas. Requeriam a eles, diretamente, alegando que a
Câmara não se reunira em outubro e novembro passados, porque seu presidente,
Manoel Pereira Leite, aliado dos Rêgos, estava foragido e “perseguido pela
força do Delegado de Polícia”.
Assim decorreram os anos subsequentes, afirma o cronista,
José Dantas.
No período que vai de 1865 a 1872, os Fernandes dominaram a
Câmara Municipal, presidida por Viriato Fernandes e Hemetério Raposo de Melo,
casado com Umbelina Fernandes, filha de Childerico Fernandes de Queirós.
No dia 6 de outubro de 1872, houve eleição para juízes de
paz dos distritos e vereadores à Câmara Municipal. Durante quinze dias vieram
os eleitores votar, mas não lhes tomaram os votos. A Junta Paroquial, presidida
pelo 3º Juiz de Paz, Galdino Procópio do Rêgo, instalou-se na Igreja Matriz,
para realizar a eleição, sob o protesto dos Fernandes, sob o argumento da sua
incompetência para presidi-la.
A discussão transformou-se em violenta pancadaria dentro da
igreja, e, fora, os liderados de ambos os grupos políticos travaram-se em briga
corporal, armando-se de paus e pedras.
Muitos foram os feridos, e a Matriz foi seriamente
danificada. Cessada a luta, a Junta Paroquial cercou a igreja com um grupo
armado, para evitar outra confusão.
Os Fernandes, inconformados, organizaram uma outra Junta,
sob a presidência do 1º Juiz de Paz, Childerico José Fernandes[3], e
realizaram outra eleição, na Casa da Câmara. Submetida a documentação das duas
Juntas à apreciação da Câmara Municipal, esta, em 16 de novembro de 1872, sob a
presidência do Dr. Hemetério Raposo de Melo decidiu, por unanimidade de votos,
a favor da eleição realizada na Casa da Câmara.
Foram, então, diplomados o Tenente Coronel Epiphanio José de
Queiróz, Alferes José Alexandre da Costa Nunes, Manoel Francisco do Nascimento
Souza, Manoel Queirós de Oliveira e Pedro Lopes Cardoso.
Vários argumentos foram levados em conta para a decisão,
dentre eles o de que o eleitorado foi impedido de entrar na Matriz por uma
força armada de clavinote, e o encerramento da eleição ter ocorrido no Sítio
“Logradouro”, de propriedade dos Rêgos quando, à meia-noite, os últimos votos
foram recolhidos em um chapéu improvisado de urna.
Entretanto, o Governo da Província não lhes foi simpático, e
anulou a eleição realizada na Câmara dos Vereadores. E, em 27 de outubro de
1873, por Aviso Ministerial, a Câmara foi cientificada que o Governo Imperial
confirmava a eleição promovida pela Junta Paroquial.
Tiveram, assim confirmadas suas diplomações, Galdino
Procópio do Rêgo, João Bernardo da Costa Maya, Norberto do Rêgo Leite,
Florêncio do Rêgo Leite Gameleira, e João Afonso Batalha.
O povo, que a tudo e todos alcunha, quando sua atenção é
despertada, não deixou por menos: batizou o episódio de “eleição das pedras”.
Natal, em 8 de outubro de 2020
Honório de Medeiros
Trineto de Childerico José Fernandes de Queirós, por parte
do seu primeiro casamento, com Guilhermina Fernandes Maia.
[1]
FREIRE, Cônego Manoel Caminha e outros. Revista Comemorativa do
Bi-Centenário da Paróquia e Centenário do Município de Pau dos Ferros. Natal.
Sebo Vermelho. Edição fac-similar. 2015.
[2]
FERNANDES, João Bosco e FERNANDES, Antônio Mousinho. Memorial de Família.Teresina.
Halley S/A. 1ª edição. 1994.
[3] Trisavô de Francisco
Nilton Pascoal de Figueiredo.
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
MARIA FATEIRA E OS ESTIGMAS SOCIAIS
sexta-feira, 4 de setembro de 2020
Pau dos Ferros - Emancipação política x Criação do município
A PRIMEIRA TENTATIVA
O primeiro pedido foi proposto em 1841, através de um abaixo-assinado, conta-se que 492 pessoas compuseram esse abaixo-assinado, inclusive alguns ágrafos, "analfabetos", que puseram as impressões digitais. Todavia, nessa primeira tentativa, não obtivemos sucesso.
A SEGUNDA TENTATIVA
Em 1847, O deputado João Inácio Loiola de Barros, defendeu projeto na Asembleia Legislativa do RN para transferir a sede do município para nossas terras, para o seio de nosso povoado. No entanto, novamente, não foi aprovado.
A TERCEIRA TENTATIVA
A terceira tentativa se deu pelas mãos do Barão de Assu juntamente com Elias Antônio Cavalcanti de Albuquerque. Em 1853, mais precisamente no dia 12 de abril, o projeto apresentado defendia a elevação de Freguesia à Vila e a nomeação como Vila Cristina. Mais uma vez não foi aprovado. Como diria a música, "tentativas em vão".
A QUARTA TENTATIVA
A quarta tentativa aconteceu pelo projeto do Deputado Bevenuto Fialho, que fora apresentado em 23 de Agosto de 1856. A proposição, desta feita, foi aprovada e sancionada no dia 4 de setembro de 1856, pelo presidente das províncias do Rio Grande do Norte, Antônio Bernardo Passos. A Lei de número 344, elevou à Freguesia à Vila e desmembrou nosso povoado de Portalegre. Obtivemos independência política. A chamada Emancipação. E em 19 de janeiro de 1857, Manoel Silvestre Ferreira foi o primeiro Presidente da Câmara de nossa vila, o que correspondia, na época, ao prefeito da Vila. Seus atos primeiros foram destinar verba para construção da Matriz e do Cemitério, no ano de 1858. Em 1859, criou-se a feira da Vila, primeiramente aos domingos e, em 1873, aos sábados como acontece atualmente.
A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO
De 1856 a 1924, Pau dos Ferros existiu independentemente na categoria de Vila. Apenas no dia 2 de dezembro de 1924, o município teve sua criação legal. Através da Lei 593, o município de Pau dos Ferros foi criado. Seu primeiro prefeito institucional eleito foi Francisco Dantas de Araújo, em 1929, inclusive foi ele, conforme a história atesta, que construiu o prédio da prefeitura municipal com dinheiro do próprio bolso. Francisco Dantas, fora destituído do cargo um ano depois na revolução de 1930.
A criação do município é um ato olvidado em nossa cidade, não se vê em lugar nenhum de nosso tempo e de nossa história, uma menção à data de 2 de dezembro de 1924, que se fique registrada essa data. Não somente à emancipação de 4 de setembro de 1856.
No mais, hoje chegamos a 164 anos de independência, com muito desenvolvimento, muita prosperidade, mas com muitos desafios adiante, inclusive a preservação de nossa memória. Viva!
Por Manoel Cavalcante