Foi
complicado montar a linha de tempo de Dona Raimunda caraúbas, pois são
tantos fatos interessantes que prometo fazer o mais breve possível, um
documentário com a mesma, ainda mais com a memória maravilhosa que a
mesma tem. Adiante.....Na vida sofrida e ao mesmo tempo alegre que
levava Dona Raimunda pariu 11 filhos, isso mesmo. Dos 11, apenas 7
sobreviveram. Numa ocasião ela me revelou que o segredo para parir
rápido era o seguinte: Ao sentir as primeiras contrações, fazia um chá
de pimenta malagueta , tomava-o, sentava sobre uma "cuia de oito" e
puxava uma corda amarrada a um caibo(exercício para apressar a
dilatação)" O moleque saia voando", nas palavras dela.
Com vários filhos, dando expediente dobrado(De dia lavava e passava e à
noite diversão no rabo da gata), no final da década de 1960, o prefeito
de então Dr Pedro Diógenes transferiu a rua do sexo para um lugar
distante do centro, ocupando o que foi o antigo "BATACLÁM"(Hoje Posto
Bolivel, à entrada do bairro Nações unidas). Dona Raimunda seguiu as
"Meninas", lavando a roupa das mesmas e fazendo pequenos favores
remunerados. Lembrando que a partir da nova localização do "Brega", os
proprietários também mudaram e a organização também, eram eles : Seu
Martil e Maria garrote, Sargento Moacir, Sargento Joazinho e depois o Sr
"Tiquinho Balaio".
Família grande , dinheiro pouco,nossa biografada começou a lavar as
roupas do Hospital Centenário, Hoje hospital Nelsom maia. Só que a coisa
não parecia ser tão fácil assim. Segundo ela, levava duas enormes
trouxas de roupa para serem lavadas na pedra do Taboleiro(Hoje
imediações do Conj Manoel Deodato,) pois a água ali ainda era consumível
e sem tanta poluição, voltava à tardinha cansada e os poucos lanches
que fazia eram à base se batata doce assada, cedida gentilmente pelo Sr:
Jorge Guedes do Rêgo (Meu avô paterno) que morava numa fazenda próxima
de propriedade do Sr Antônio Holanda.
Um certo dia O Sr Osvaldo Januário do Rêgo e a Sra Maria do Carmo, vendo
o esforço daquela pobre mulher, conseguiram um emprego com carteira
assinada , para continuar na administração da lavanderia do hospital.
Com os primeiros salários, comprou logo um pequeno casebre num bairro,
outrora distante e chamado de VELAME, hoje, defronte à delegacia de
polícia civil, mas na época só mato. Continuamos amanhã....... Vianney
Sou seguidor fiel de seu blog;assim,me reconecto com a terrinha .Proponho ao nobre blogueiro postar artigo do tempo em que os americanos,voluntários da pátria,estiveram aí.Susana era sua vizinha,seus pais devem lembrar.
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