É impossível a qualquer pauferrense nascido nas últimas décadas, não reconhecer a voz do nosso entrevistado. Estou falando de Hermes Leite de Morais,"A voz de ouro do alto oeste". Nascido no município de José da Penha , mudou-se com a família para nossa cidade aos oito anos de idade. Ainda muito jovem começou a trabalhar vendendo ovos, galinhas, mangas e bananas e...adivinhem quem eram suas melhores clientes? As Meninas de "vida Fácil" que frequentavam ou moravam no "Rabo da gata", antiga rua de prostituição.
Sua mãe, Dona Maria Raimunda da Conceição ou dona" Mariinha", católica fervorosa, começou a levá-lo à igreja e lá foi incentivado a fazer leituras durante a missa, evoluindo para avisos e programação das festas de Maio e da Padroeira. Num belo dia, foi convidado para substituir Luiz Antônio Colares e Carlinhos de Walter Correia num programa da difusora da igreja chamado "A Voz do Campanário" como também na hora do Anjo diariamente às 18 hs. Convite feito, convite aceito.
Aquela voz diferente e marcante, foi ficando conhecida e apareceu uma nova chance profissional: Fazer o programa "A voz do oeste" na difusora do Pavilhão substituindo J. Oliveira. Aí, podemos dizer que a fama se consolidou, porque na referida difusora o programa de variedades tinha músicas, comunicado de autoridades, Declarações de amor pagas e o evento que marcava o àpice da programação anual: A divulgação do resultado do exame de admissão(uma espécie de vestibular para ingressar no quinto ano ) e o resultado do vestibular propriamente dito... a Praça lotava na expectativa dos resultados e Hermes se tornava mais famoso.
Uma curiosidade: Nosso entrevistado foi o PIONEIRO em fazer acompanhamento de enterros ao som de músicas. A primeira vez que isso aconteceu foi no dia 24 de fevereiro de 1975 no sepultamento de seu irmão "Chiquinho de Letício, morto num crime passional que tornou-se lendário até hoje. Muito emocionado, Hermes instalou uma radiola sobre um carro, fez as devidas adaptações e o enterro foi todo acompanhado com o fundo musical "Funeral March", um clássico de Chopin. Daí em diante todos o queriam contratar, e o funeral que tocava somente na igreja , passou a acompanhar os defuntos até o cemitério.
Pronto..a partir dalí os avisos sonoros no "carro de som" passaram a ser seu meio de vida. No início,alugava carros como Uma Brasília, um Fusca e uma Kombi do sr Paulo Costa e até uma Rural, da qual me lembro muito bem. Seus melhores clientes eram O "Cine Lourimar" , A Sertaneja, Armazém Paraíba, e claro.... os mortos.
Seu primeiro carro foi comprado às custas de sucessivas chamadas de Bingos( que tiveram seu auge no início dos anos 80, com sorteios milionários em dinheiro e automóveis), foi uma Veraneio em 1982, melhorando também a sua vida financeira as campanhas políticas, das quais participou ativamente. Sua melhor lembrança vem do Embate entre Dr. José Edmilsom de Holanda versus João Catingueira em 1976, tendo vencido o primeiro citado.
Com a vida mais ou menos estabilizada, resolveu investir na Pousada Parque das serras, que já possui há 15 anos e palco da nossa alegre entrevista.
Em 1985 com a chegada da Rádio cultura do oeste, fez parte do elenco da casa, onde fazia o jornal do meio dia e encerrava a programação diária como programa " Seresteiros da noite". Essas e outras histórias, fazem de Hermes Morais um nome conhecido e respeitado em nossa região, a ponto de receber o título de Cidadão pauferrense, Emitido pela Cãmara municipal.
Nas palavras dele " Tudo que possuo devo ao meu trabalho e ao povo pauferrense". Aplausos pra ele!!
Israel Vianney
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