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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Torá na Terra de Santa Cruz




No Brasil Colônia, os cristãos-novos se miscigenaram e ganharam destaque, mas nem sempre escaparam das perseguições da Inquisição.
                          Quem nunca ouviu dizer que não se deve deixar sapato virado ao contrário, roupa pelo avesso, portas de armário abertas, varrer o lixo pela porta da frente de casa, dizer que alguém está “chorando a morte da bezerra” ou apontar a primeira estrela no céu? Estas e outras práticas do cotidiano de tantas famílias de Norte a Sul do país encontram, muitas vezes, associação no judaísmo oculto que era praticado na Colônia. No caso da limpeza das residências, por exemplo, é costume entre os judeus manter sobre o batente da porta de entrada uma mezuzá – pequeno pergaminho contendo trechos da Torá. Por isso, varre-se a casa, por respeito e honra, da porta para dentro, onde o lixo é então recolhido, para que não passe pela mezuzá.
                          Embora muitos desconheçam, a participação judaica esteve presente no Brasil desde o descobrimento. Entre os navegadores e marinheiros que avistaram as terras brasílicas encontravam-se alguns cristãos-novos, antigos judeus convertidos ao catolicismo. O primeiro de que se tem notícia é Gaspar da Gama, originário de Alexandria, que fizera a viagem de Cabral, mas é provável que não fosse o único.

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