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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ACADEMIA NORTE RIOGRANDENSE DE TROVAS


Fundada no dia 12 de Novembro de 1965, a Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, já teve membros efetivos ilustres no Brasil como Luís da Câmara Cascudo e Monsenhor Walfredo Gurgel. No entanto, meus leitores..., a Cadeira de número 17 que tem como patrono um dos primeiros repentistas e o maior romanceiro da história, Fabião das Queimadas, parece ter sido feita de Oiticica, a árvore que deu origem à cidade de Pau dos Ferros. A cadeira 17 da ATRN (Academia de Trovas do RN) teve como primeiro ocupante o poeta trovador Sebastião Soares nascido em Pau dos Ferros-RN em 1918 e como seu sucessor, há quase um ano, tomou posse o também pauferrense Manoel Cavalcante nascido em 1990, este último será motivo de outra matéria.
Sebastião Soares nasceu em 15 de Novembro de 1918, no sítio Gangorra, então município de Pau dos Ferros-RN e hoje município de Rafael Fernandes-RN, filho de Miguel Arcanjo Soares e Maria Freire da Conceição, foi poeta, epigramista, advogado, trovador e editor do jornal “A Trombeta”. Pertenceu a Academia de Trovas do RN sendo por duas vezes presidente dessa instituição, nos biênios 1987-1988 e 1989-1990. Pertenceu também à União Brasileira dos Trovadores secção Natal-RN. Foi um trovador notadamente lírico e premiadíssimo em todo Brasil, faleceu em Natal-RN no final da década de 90 sendo sepultado nesta mesma cidade.
Sebastião Soares fora vereador em Pau dos Ferros-RN em meados da década de 70 inclusive sendo colega do bisavô do seu sucessor na Academia de Trovas do RN, o também ex-edil, Antônio Elias Feitosa.
Abaixo algumas trovas do Poeta Sebastião Soares:

Uma criança abandonada
Pela calçada da rua,
Espelha a folha arrancada
Que na torrente flutua.

Premiada em Bandeirantes/PR – 1979.

Eu sei de uma negra cruz,
de tão negra não tem nome:
essa que o pobre conduz
pelo calvário da fome.
2° Lugar Sete Lagoas/MG – 1986

Entre o amor e o sonho vão,
eu sei que foste, querida,
a chave de um ilusão
na porta da minha vida.

Premiada em Belém/PA – 1991
O beijo – doce expressão,
Obra de um grande inventor,
é a chave do coração
abrindo a porta do amor.

Premiada em Belém/PA – 1991.
O destino, nos seus lances,
fez o que jamais pensei:
trouxe-me vários romances
mas levou o que eu sonhei...
Sino, nossa estranha sorte
Deus assim que ver comprida,
canta o tormento da morte
que eu vou chorando os da vida!
Quando toda luz desfeita
se derrama pelo monte,
o crepúsculo se deita
sobre a rede do horizonte.

5 comentários:

  1. É bom saber de nossos valores. Viva à poesia pauferrense!

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  2. Lindas composições...!!!
    Parabéns a Pau dos Ferros!
    * Manoel, tem que publicar algumas trovas de sua autoria!
    Abraços a todos!

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  3. "...faleceu em Natal-RN no final da década de 90 sendo sepultado nesta mesma cidade."
    Se memória não me falha ele (Sebastião Soares) morreu no ano de 2008.

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  4. "...faleceu em Natal-RN no final da década de 90."
    Sebastião Soares faleceu no ano de 2008.

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