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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

MARIAS CHEIAS DE GRAÇA




















Há muito, se conhece (ou não) sobre os tipos populares das "Três Marias da Barragem", assim como outros tipos populares que permeiam as ruas de Pau dos Ferros. No entanto, o cancão piou diferente e uma danada por nome de Vanessa Maria de Queiroz Freitas, beliscada pelo "menino ruim" da História, cutucada pelo ferrão da curiosidade, decidiu estudar "As três Marias da Barragem" em seu artigo de conclusão de curso.

Foi nesse terreiro, que o feijão foi desbulhado de outra maneira, sob a ótica da História e os olhares de Michael Foulcaut e seus coleguinhas. Foi com um grande prazer que recebi o convite de fazer uns versos para a epígrafe e como conheço a autora desde o tempo em que eu era ruim que nem presta, assim como a história das 3 Marias, não hesitei. Fiz.

Três Marias de verdade.
Maria da Lucidez,
A da Singularidade,
E a da Ingênua Timidez.
Três Marias autorais
Mentoras dos próprios ais
Donas da própria agonia...
Um mundo só em três mentes,
Três Marias diferentes
De qualquer outra Maria.

Marias da inconsciência,
Da margem da sociedade,
Da própria história em essência
Das mãos da desigualdade.
Marias da vida inglória,
Marias filhas da História,
Almas vagando em vielas,
Pedintes de amor interno
Rainhas do trono eterno
Do próprio refúgio delas.

Ela muito bem descreve objetivamente as três personagens reais:

"Lilita. Antônia. Helena. Três mulheres. Um mistério comportamental. Falar das “Três Marias da Barragem” é falar de três irmãs que são conhecidas e nomeadas pela maior parte da população pauferrense por andarem sempre juntas e compartilharem de hábitos recorrentemente parecidos, em público, ou seja, as três irmãs não costumam se comunicar com outras pessoas, usam sempre um pano na cabeça para cobrir o rosto e se afastam de todos que tentam alguma aproximação; além disso, esta ligação com a barragem se dá pelo momento em que elas passaram a ser mais vistas na cidade, quando moravam no Sítio Barragem, pertencente à cidade de Pau dos Ferros – RN."

O academicismo pôs um quê a mais neste universo já belo, porém obscuro. Com a lanterna do conhecimento, Vanessa clareou um caminho bastante enigmático e controverso e com isso, prestou um grande serviço à literatura, ao misticismo, à história de Pau dos Ferros, aos deuses, e a quem quiser se sentir tocado por tudo isso. Filha do ex-vereador Eraldo Alves e consequentemente neta do também ex-vereador João Queiroz, ela traz em si, um espírito genuinamente pauferrense, de buscar, de preservar e de valorizar tudo aquilo que nos remete. Também Maria, Vanessa é uma Maria além do vértice, mais uma Maria singular, mais uma Maria afogada no universo humano. Pelo artigo, no mundos das outras três, percebemos inquietações, padrões vencidos, corpos modificados, vidas moldadas por mãos imaginárias, histórias talhadas com o cinzel das realidades. É uma loucura, é uma lucidez, é uma divindade. É um conflito entre o belo e o intrigantemente belo. É uma dose de história com "três" de dedos de imaginação (ou de cana). Viagem pela memória, é a tampa de um baú secular. É tudo e mais um pires de doce de leite. Tá bom. Parei. Mas quem quiser, continue!

Por Manoel Cavalcante

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

20 FATOS SOBRE A HISTÓRIA DO SEXO

Sexo-Mesopotamia
O sexo acompanha o ser humano em toda a evolução. Apesar de nossos antepassados e todos nós termos nascidos a partir de um ato sexual, o tema ainda é motivo de polêmica e taboo em várias culturas e/ou religiões ocidentais e orientais. Com o objetivo de conhecermos a forma como nossos ancestrais encaravam o tema, confira 20 fatos sobre a história do sexo.
- Estudos feitos por arqueólogos em objetos e pinturas rupestres indicam que os seres humanos na Pré-História já distinguiam sexo de reprodução, usavam cosméticos naturais para incrementar a paquera, faziam sexo em posições diferentes e usavam até mesmo métodos anticoncepcionais.
- As posições sexuais variavam. Uma imagem encontrada em Ur, na Mesopotâmia, datada de 3200 a.C., mostra a mulher por cima, posição também encontrada em obras de arte da Grécia, do Peru, da China e da Índia. Uma outra imagem mostra a mulher sentada com as pernas levantadas para facilitar a penetração.
- No Paleolítico, os machos dominantes se casavam com várias mulheres, seguindo o comportamento de animais polígamos, como bisão e veado. Já no Neolítico, a monogamia passa a ser predominante. Observando o estilo de vida dos animais domesticados, os homens passaram à monogamia.
- Não faltam exemplos da prática da masturbação na Pré-História: há de estátuas a bastões fálicos talhados em madeira ou em pedra. Uma das estátuas, de Malta, mostra uma mulher se masturbando de pernas abertas por volta de 4000 a.C. Outra retrata um homem no ato em 5000 a.C.
- Os homens usam plantas medicinais há pelo menos 40 mil anos. Arqueólogos desconfiam que plantas do gênero Aneilema eram usadas para evitar a gravidez, enquanto a borragem provavelmente já era usada para amenizar os sintomas da tensão pré-menstrual nas mulheres e como afrodisíaco para os homens.
Sexo-Venus-Willendorf
- Pesquisadores apontam que a atividade homossexual masculina e feminina é comum em mais de 200 espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e insetos, o que poderia indicar que também era praticada pelos homens pré-históricos.
- O sexo entre homens e animais – a zoofilia – também era praticada. Há uma pintura rupestre de cerca de 3000 a.C., em Val Camonica, na Itália, que mostra um homem copulando com um asno! Já na Sibéria aparecem imagens de homens copulando com alces.
- Os homens faziam estátuas eróticas que podem ser consideradas ancestrais da pornografia. A mais famosa é conhecida como Vênus de Willendorf: uma mulher de nádegas e peitos grandes com traços de corante vermelho, encontrada em uma região ocupada há 40 mil anos atrás.
- Na hora da paquera, o homem pré-histórico já tinha à disposição cosméticos feitos de plantas, como a hena, usada nos cabelos. Sabe-se que extratos de beladona eram usados para dilatar as pupilas e, assim, chamar mais a atenção. Havia ainda pigmentos avermelhados, que destacavam partes da pele.
- Quando o homem virou bípede, o corpo passou a ter novos focos de atração sexual. Os peitos das mulheres, únicas fêmeas entre os primatas que têm seios permanentemente grandes, passaram a ser tão atrativos quanto a bunda. O ser humano passou a ser um dos poucos animais que fazem sexo cara a cara.
Sexo-Roma-Antiga
- Na Antiguidade, a prostituição era regulamentada, o divórcio começou a existir e havia até deuses do sexo! Os romanos, por exemplo, prezavam tanto o sexo que havia uma lei para desincentivar o celibato: a solteirice e a falta de filhos eram punidos, e as pessoas cheias de herdeiros tinham privilégios.
- Os conhecimentos sobre a atividade sexual começaram a se aprimorar com Hipócrates, considerado o pai da medicina. Os romanos também estudavam o corpo humano e já conheciam algumas doenças venéreas, como a gonorreia, termo cunhado por Galeno no século 2.
- Os gregos e romanos eram monogâmicos – no império de Diocleciano, em Roma, a bigamia foi declarada ofensa civil. Mas os greco-romanos descobriram que o amor nem sempre é eterno: foi nessa época que surgiu o divórcio. As mulheres adúlteras podiam ser condenadas à morte.
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- Em Roma, as posições sexuais apareciam em pinturas, mosaicos e objetos de uso cotidiano, como lamparinas, taças e até moedas. Em uma face, ficava a posição sexual, e, na outra, um número. Para alguns historiadores, as moedas eram fichas de bordel, e as posições com penetração tinham números maiores.
- na Grécia e na Roma antigas, a masturbação era vista como natural. No Egito, a masturbação era até parte do mito da criação. Um dos ditos piramidais afirma que Aton, o deus do Sol, teria criado o deus Shu e a deusa Tefnut através do sêmen de sua masturbação!
- Casais de homem com homem e mulher com mulher eram comuns na Grécia. Havia até mitos para explicar a origem da pederastia, a relação entre homens maduros e jovens: o primeiro dizia que Orfeu, um dos seres da mitologia grega, acabou se apaixonando por adolescentes depois que sua mulher, Eurídice, morreu.
- O grego Hipócrates achava que o útero poderia deslocar-se pelo corpo da mulher em busca de umidade e poderia chegar até o fígado! Mas ele também deu bolas dentro: calculou a duração da gravidez em 10 meses lunares (cerca de 290 dias do nosso calendário), tempo parecido com os 9 meses atuais.
Orfeu-Euridice
- Os galanteios dos romanos seguiam um manual: o livro A Arte de Amar, do poeta Ovídio, escrito entre 1 a.C. e 1 d.C. Entre as dicas, estava o uso do goró: “O vinho prepara os corações e os torna aptos aos ardores amorosos”. Recomendava: “Esconda os defeitos e, o quanto possível, dissimule suas imperfeições físicas”.
- A legislação sexual romana era polêmica! Eram puníveis com a morte: adultério cometido pela esposa, incesto e relação sexual entre uma mulher e um escravo. No estupro, a punição sobrava até para a vítima – se não gritasse por socorro, a virgem poderia ser queimada viva.
- Em Roma, as prostitutas eram registradas e pagadoras de impostos, se vestiam com tecidos floridos ou transparentes, e, por lei, não podiam usar a estola, veste das mulheres livres, nem a cor violeta. Os cabelos deviam ser amarelos ou vermelhos.
Pintura da Idade Média
Pintura da Idade Média
- Na Idade Média, o orgasmo não tinha nada a ver com um prazer racional; era considerado uma força incontrolável. O corpo feminino era considerado mais suscetível ao pecado e à corrupção, necessitando da vigilância maculina. Não se costumava ficar completamente nu, nem para fazer sexo.
- O centro de uma casa nobre era um casal procriador, cercado de filhos solteiros, parentes e agregados. Porém, o adultério era comum nas famílias nobres e a poligamia era praticada e até admitida. Segundo a literatura, numa casa repletas de irmãs, sogras, tias, primas e cunhadas, só podia rolar incesto.
- A noite de núpcias poderia acontecer antes da cerimônia oficial do casamento, porque os noivos já estavam comprometidos pelo desponsatio, a partir do qual a noiva se tornava responsabilidade do marido e se mudava para o novo lar.
- No período medieval, um único leito não servia apenas ao casal, mas também a filhos e parentes. Ou seja, era cama famliar e não de casal, o que causava grandes preocupações morais. Cortinas podiam isolar a área destinada ao senhor. Quem tinha mais riqueza e poder, mantinha seus criados íntimos num quarto vizinho.
- O rapto de mulheres era corriqueiro até o século XII. Frequentemente, era feito com a concordância da mulher ou instigado por ela. Tratava-se de um modo de fazer valer a vontade dos pombinhos contra um casamento arranjado ou um meio de uma mulher se livrar de um mau marido.
Espartilho
- Os cabelos longos eram obrigatórios para as mulheres. Porém, como as longas madeixas tinham grande poder erótico, deveriam sempre ser trançadas. Todas as mulheres que não fossem prostitutas ou meninas, bem como as casadas quando saíam do quarto, deveriam cobrir as tranças com touca.
- Os costumes medievais recatados continuaram na Idade Moderna, mas a Reforma Protestante ajudou a tornar alguns deles menos rígidos. O divórcio, por exemplo, que era proibido pelo catolicismo, passou a ser aceito na Igreja Anglicana.
- A partir deste período, mudarm os padrões de beleza – mulheres com cinturas fina e seios fartos passaram a ser as mais desejadas. No século XVI, surgiu o espartilho, peça de roupa que projetava o peito da mulherada para cima e afinava suas cinturas.
Sexo-Cortesas
- De 1545 a 1563, o Concílio de Trento tornou a Igreja a responsável pelo casamento – antes, os casamentos eram só civis, e aconteciam em casa mesmo. A partir daí, passaram a acontecer diante de um membro da igreja.
- No século XVI, o pintor italiano Giulio Romano pintou uma série de 16 desenhos para um livro de sonetos obscenos de Pietro Arentino, retratando várias posições sexuais. Em um dos quadros, um homem de joelhos segura uma mulher, que está na diagonal e com uma das pernas sobre seu pescoço.
- As pinturas de Giulio Romano são fichinha comparadas ao Kama Sutra, que foi escrito provavelmente entre os séculos 3 e 4, mas só foi popularizado no Ocidente a partir de 1883, quando ganhou uma tradução em inglês. O livro contém a descrição de 529 posições sexuais.
- Mesmo com a pena de morte por enforcamento, os homossexuais não deixavam de sair do armário. No século 18, começaram a surgir vário bordéis masculinos na Inglaterra, as “molly houses” (“molly” era a palavra em inglês para “efeminado”).
Imagem do livro Les Bijoux Indiscrets, de Diderot.
Imagem do livro Les Bijoux Indiscrets, de Diderot.
- As prostitutas eram chamadas de cortesãs e seus quartos eram cheios de pentes, caixas de pó e frascos de perfume. Havia dois tipos de cortesãs. Algumas atendiam em casa e tinham uma agente, a alcoviteira, que buscava clientes nas ruas. Havia ainda as que trabalhavam em bordéis, tabelados pelo estado.
- A paquera às moças solteiras tinha data para acontecer. Nas noites de 30 de abril, árvores parecidas com pinheiros, chamadas maio, eram plantadas diante das casas das moças. Plantas espinhosas eram dedicadas às garotas orgulhosas e o sabugueiro, que exala mau odor, era uma forma de debochar das pobrezinhas.
- Os casamentos por amor, e não apenas por interesse, passaram a se tornar mais comuns, assim como o hábito de trocar cartas entre apaixonados. Muitas cartas tinham códigos secretos – o rei Henrique IV, que governou a Inglaterra de 1399 a 1413, usava, por exemplo, o $ em seus textos quando queria esconder algo.
- Na escola, todos já ouviram falar de Rousseau e Voltaire. Esses intelectuais do Iluminismo também escreviam pornografia. Na era moderna, tornaram-se comuns livros de contos eróticos. Voltaire escreveu o livro Candide, que tem alguns textos eróticos, enquanto Diderot fala de sexo em Les Bijoux Indiscrets.
- As leis mais humilhavam que puniam. O adultério, por exemplo, era punido na França com um desfile dos maridos traídos e das mulheres traidoras. Os homens eram obrigados a montar um asno e passear pela cidade usando chifres, enquanto as mulheres adúlteras tinham que montar em um asno, cobertas de penas.
- Em 1495, os soldados franceses em Nápoles dão sinais de tumores genitais. É o início da sífilis na Europa, uma das piores doenças sexuais modernas. Só em 1527,  é empregada pela primeira vez a expressão doença venérea, por Jacques Bethercourt.
- Por volta de 1550, o médico italiano Gabriel Fallopius descreveu os órgãos reprodutivos femininos, e um deles ganhou seu nome: as trompas de Falópio, hoje chamadas de tubas uterinas. A invenção da camisinha moderna também é creditada a Fallopius e ocorreu nessa década.
- Em 1554, o médico alemão Johannes Lange descreve uma doença bizarra: a clorose, que atacava quem não fizesse sexo. Entre os sintomas, letargia e palidez. O tratamento para curar a doença, obviamente, era a prática sexual.
Livro-Breve-Historia-Sexo
Se você gostou desta lista, sugerimos a leitura do livroUma breve história do Sexo, de Claudio Blanc, mostra ao leitor como a sociedade encarou o sexo desde os tempos mais longínquos da Pré-História, acompanhando as diferentes alterações passadas pelas concepções no decorrer da linha do tempo.

domingo, 8 de dezembro de 2013

VIVA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO!!!!!!!

Supõe-se que  a construção da igreja matriz de N. Sra da Conceição foi iniciada em 1738. Somente no dia 19 de dezembro de 1756, foi elevada à categoria de freguesia de N. Sra da Conceição de Pau dos ferros, com uma superfície de 783 km quadrados. Não se conhece lamentavelmente, nenhum decreto ou alvará de criação da paróquia. Todos os historiadores são unânimes ao afirmar que a criação da paróquia tenha sido em 19 de dezembro de 1756. 
 A primeira doação foi feita em 25 de março de 1740 pelo coronel Bento Fernandes lima. E isso acabou tornando-se um hábito entre os abastados da época...por isso pagamos alguns impostos (caros) à igreja por morarmos em terras de seu domínio. Mas....a devoção à virgem da conceição  já remonta há mais de 200 anos e o rebanho de fiéis, mesmo com todas as crises pelas quais  a religião enfrenta ,só tende a aumentar. apesar  de  algumas comemorações meio duvidosas, tipo motoromaria...talvez o antiquado seja eu....Em relação às mudanças  arquitetônicas da matriz....destroem os patrimônios históricos em detrimento de prédios retangulares e sem graça nenhuma. Assim como sumiu o livro de tombo, também desaparecem os bancos antigos, peças sacras e outros mimos que eu adoraria possuir. Mesmo assim Viva Nossa Senhora.!...que sempre me emociona na saída da procissão, toda minha vida passa como num filme.....Sigamos adiante!!!!
            Vianney

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A RECUSA DO PRAZER

      

  Os séculos ditos "modernos" do Renascimento não foram tão modernos assim. Um fosso era então cavado: De um lado, os sentimentos, e do outro, a sexualidade. Idolatrava-se a pureza feminina na figura de uma virgem Maria. Para as igrejas cristãs, toda relação sexual que não tivesse por finalidade a procriação confundia-se com prostituição.
  Porém... No Brasil, as missas do século XVIII eram animadas por toda parte de risos, acenos e olhares furtivos, transformando as igrejas, para desgosto dos bispos, e, concorridos templos de perdição.
   Mal iluminadas, suas arcadas e colunas e os múltiplos altares laterais ofereciam recantos, resguardados da curiosidade alheia, onde se podia ir do beijo ao intercurso sexual.
  A costumeira reclusão das donzelas de família e a permanente vigilância a que prestavam expostos todos os seus passos tornavam missas, procissões, ladainhas e novenas, ocasiões sedutoras, para as quais contribuíam os moleques de recado e as alcoviteiras, ajudando a tramar encontros.
(Trecho do livro "Histórias Intimas" de May Del Priore)
P.S: Vejam vocês meninas danadas, pessoas como vocês sempre existiam. Depois trago mais detalhes.


                                                                        By Israel Vianney 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

VELHAS HERANÇAS


                  O título dessa matéria é o nome do mais novo livro do historiador e jurista Norte-Riograndense Hélio Galvão, lançado pela editora Sebo Vermelho.
         Trata-se de uma compilação de inventários e testamentos dos séculos XVIII e XIX, onde se vê o lugar de destaque que as roupas ocupavam na vida dos colonos potiguares.
        Era um velho costume Luso-brasileiro deixar as roupas no testamento.
         A pesquisa de Hélio Galvão, realizada entre 1951 a 1972 no 1º Cartório Judiciário de Goianinha, cobriu o período de 1705 à 1840. Na época vivíamos ainda como colônia de Portugal, e o pacto colonial proibia a instalação de manufaturas na colônia. Tudo era trazido de Portugal e portanto, caríssimo. Daí, a valorização da roupa como uma bem importante.
    Os velhos testamentos mostram pessoas de algumas posses, fazendeiros de gado, militares e funcionários da coroa Lusitana, que podiam comprar tecidos finos para se vestir.
   Os alfaiates e costureiras da época se abasteciam basicamente de linho, cambraia, seda, cetim, chamalote, tafetá, chita, veludo, sarja e baeta (um tipo de lã de algodão). O tom no geral era sóbrio, como convinha a uma sociedade reduzida, religiosa e patriarcal.
       Os testamentos revelam que não havia preocupação com as medidas dos herdeiros, o importante era legar a roupa, junto com as terras, animais , casas, móveis, jóias, prataria e escravos.
         Daí a anedota do "Defunto era maior (ou menor)", toda vez que se vê alguém usando uma roupa cujo tamanho não assentou bem.
           Mais detalhes, só adquirindo o livro.


                                                                        By Israel Vianney


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O LOBISOMEM

De acordo a Lenda, o Lobisomem é um ser que seria resultado de uma oração poderosa feita numa noite de sexta-feira,de preferência de Lua Cheia num estábulo ou cocheira de burro ou cavalo,no qual a pessoa rola no local como se fosse o animal ,dizendo a reza e é feita como pacto com entidades malignas. Em algumas Regiões a transformação em Lobisomem acontece numa noite de sexta-feira sempre meia noite numa encruzilhada, onde repetindo os atos de um cavalo rolando no chão, a pessoa transforma-se.

O Lobisomem seria a fusão do lobo com o homem. Muitas histórias são contadas sobre este ser. No Brasil é comum em todos os Estados, principalmente nas localidades da Zona Rural, onde é muito comum as pessoas afirmarem que já o viram ,que também passa a ser um mistério para quem vê e quem ouve a história. O Lobisomem ataca animais e pessoas para se alimentar de sangue e volta a forma humana somente com o raiar do Sol.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A ERA REBELDE CHAPA - BRANCA



                   É com esse título, que o cantor, compositor, e escritor Lobão, estreou uma nova coluna na revista Veja. Poucos conhecem o lado intelectual de Lobão, mas o cara é uma fera. Super inteligente, irônico e corajoso. O texto é uma pérola, digna de figurar entre as produções dos melhores críticos da atualidade. São vários os alvos da sua caneta Ultra ácida: MST, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Black Block, entre outros. 
            Só para sentir o gostinho, aí vai uma pequena amostra: "uma das características dos rebeldes chapa branca é o uso da técnica do espantalho: criam uma figura caricatural, colocam frases fora de contexto (quando não inventadas) em sua boca  e tentam fazer acreditar que essa figura patética é você! Um vodu psicopata".
     Essa coluna promete!!! E o nosso Lobão está envelhecendo como os bons Uísques em tonéis de carvalho.

By Israel Vianney.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

ARTISTA BOA NA ÁREA

 De volta à terrinha depois de dez anos de ausência a cantora Krigna Karisiah. A mesma com várias formações musicais e um repertório super eclético, depois de estrear no chá beneficente do colunista Lisboa Batista, estará  fazendo um Sarau Cultural, onde se misturarão Música, Poesia, Humor e tudo que é necessário para uma noite perfeita. O evento acontecerá nesta quinta feira 14, véspera de feriado na Arena casa Branca que fica localizada próximo ao edifício Titanic. A noite promete!!!! Junte sua turma e vamos lá ouvir e dançar música de qualidade, o preço é super camarada!!! estarei lá....sim, lembrando, haverá vendas do cd da mesma. Apareçam!!!!!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

PRA QUEM GOSTA DE HISTÓRIA.

Artistas ou agiotas?

Autora de biografias de grande sucesso, Mary del Priore fala em entrevista sobre a história das narrativas sobre a vida de figuras públicas, o fim da privacidade e critica duramente o grupo Procure saber

Ronaldo Pelli
  • Historiadora lançou recentemente um blog, onde quer estreitar a relação com entusiastas da história [Foto: Divulgação]
    Historiadora lançou recentemente um blog, onde quer estreitar a relação com entusiastas da história [Foto: Divulgação]
    Ela já escreveu biografias de amantes de imperadores, mostrou bastidores do poder, revelou segredos de príncipes para o grande público, abriu as portas da vida privada do brasileiro de séculos passados, contou segredos de grandes nomes da cultura nacional. Isso só para ficar em alguns dos exemplos da sua longa lista de obras históricas publicadas. A professora Mary del Priore tem, portanto, experiência no tema para opinar sobre a recente polêmica das biografias [entenda toda a questão aqui]. Para ela, entre todas as questões levantadas pelo grupo Procure Saber, formado por artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Roberto Carlos, Djavan, a pior acusação seria a de que biógrafos ganhariam muito dinheiro com as obras de pessoas famosas – e que esse valor deveria ser dividido entre os biografados.

    “A ênfase do grupo Procure Saber em transformar biógrafos em ‘gente que ganha dinheiro’ é chocante! Uma tal visão das coisas só revela a ganância dos membros deste grupo. Somos jornalistas, historiadores, escritores, apenas interessados em fazer nosso trabalho pelo qual somos pagos proporcionalmente ao mercado de livros que no Brasil ainda é muito pequeno. O que querem de nós, que paguemos ‘dízimo’? E chamar essa gente de ‘artistas’? Melhor seria: agiotas ou comerciantes”, diz ela, em conversa por e-mail.
    A intenção da professora da pós-graduação de Historia da Universidade Salgado de Oliveira nesta discussão é, em vez de diminuir as produções de cunho histórico, divulgar o conhecimento sobre o assunto. Mais biografias, e sem autorização de ninguém. Se houver calúnia ou exageros, que a Justiça seja chamada para resolvar a questão. Herdeiros impedindo a publicação de qualquer texto? Um absurdo. Imagine ter que atender todos os descendentes dos cerca de 40 filhos bastardos de D. Pedro I?
    Confirmando esse interesse na difusão, recentemente ela lançou o blog História hoje, para dialogar com os entusiastas do tema. Além disso, após estudar as crianças e as mulheres em separado, acaba de publicar a História dos homens no Brasil, nada menos que seu 37º livro, segundo o seu site oficial. Seu interesse pelas biografias vem desde o início de sua carreira. Em entrevista para a Revista de História da Biblioteca Nacional, em 2010, ela já explicava como começou a escrevê-las:
    “Quando me mudei para o Rio de Janeiro, descobri o riquíssimo arquivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e percebi quantos filões poderiam nascer dali. E, nesse momento, houve uma ruptura naquilo que eu considerava que poderia ser uma carreira, como historiadora, e não como professora. Nunca me senti professora de nada e nem de ninguém. Então, naquele período, vislumbrei a possibilidade de fazer livros de divulgação que chamassem atenção para a questão da História do Brasil. Escrever sobre personagens que fossem desconhecidos, usando-os como janelas para o passado. E aí o meu trabalho deu uma guinada, e comecei a focar nas biografias, onde tenho tido bastante sucesso.”
    Agora, em entrevista por email, ela reforça que os textos sobre a história de homens - ilustres ou não -, inclusive, não devem ficar
    Novo livro da historiadora aborda a trajetória masculina no Brasil [Foto: Divulgação]
    Novo livro da historiadora aborda a trajetória masculina no Brasil [Foto: Divulgação]
    restritos ao ambiente universitário, mas ser tratado como uma das vertentes da literatura, como “romances, thrillers policiais, auto-ajuda”.
    “Considerado um gênero menor, paradoxalmente ele atrai milhões de leitores e tem autores desde a Antiguidade. O pioneiro Plutarco em sua obra Vidas paralelas tratou da biografia de Rômulo, Cesar entre outros personagens históricos”, explica a professora, que vai participar de um evento na Estação das letras, no Flamengo, Zona Sul do Rio, no dia 28 de novembro, discutindo exatamente “Literatura e História: Limites Ilimitados”.
    “Outra característica que se esquece é que a biografia é filha de seu tempo. Ela reflete as formas de pensar de uma época. Na Antiguidade, a biografia fabricava heróis, na Idade Média, santos e personagens de vida espiritual irreprochável, na Idade Moderna, obras como a de Vasari ou Brantome procuravam personagens moralizantes, capazes de transmitir ideais por meio de seu comportamento.”
    A professora recorda que “no século XIX, biografias de reis e generais serviram a consolidar a ideia de nação, com seus heróis e feitos”. Já no seguinte, autores famosos como Stefan Zweig e Marguerite Yourcenar escreveram romances históricos, ao abordar personagens famosos como Maria Antonieta ou o imperador romano Adriano, respectivamente. Já no atual século, o grande tema é a intimidade, “objeto de estudos das ciências humanas, através da história, da psicanálise e da antropologia e é natural que essas questões se transfiram para as biografias”, escreve ela.
    Mary del Priore, em foto para a entrevista publicada na RHBN em abril de 2010 [Foto: Fernando Rabelo]
    Mary del Priore, em foto para a entrevista publicada na RHBN em abril de 2010 [Foto: Fernando Rabelo]
    “Some-se a isso o fato de que vivemos numa sociedade do espetáculo que aprecia o voyeurismo através da internet, de programas como Big Brother, de sex texts. Como impedir que essas questões que emanam da sociedade não contaminem o trabalho literário?”, questiona.
    Segundo Mary, em nossa sociedade pós-burguesa, os valores do exibicionismo se tornaram mais fortes do que os da discrição e do pudor. Assuntos que frequentam as páginas de revistas de fofocas vão necessariamente aparecer na obra de biografados. 
    “Figuras públicas são públicas. Então que tenham coerência entre o que dizem e o que fazem”, opina, lembrando que os limites entre o que é público e o privado está ficando cada vez mais difícil de se perceber. “Em meu livro, Historias Intimas, demonstrei que a privacidade, um fenômeno cultural que foi lentamente construído pela burguesia entre os séculos XVIII e XIX está sendo desmontado.”
    A professora argumenta que o estudo da vida privada, em vez de ser um problema, deve ser encarado como uma qualidade das biografias. Ela já comentava essa propostana entrevista em 2010 para a Revista de História da Biblioteca Nacional, quando afirmou que um dos principais pontos quando se escreve sobre a vida de alguém é exatamente o detalhe.
    “Isto é absolutamente inquestionável. A possibilidade de o leitor ver aquilo que você está contando. O escritor deve estar menos interessado em interpretar ou justificar determinados fatos e mais preocupado em recuperar a atmosfera de um período e descrever certos acontecimentos. E, para isso, é preciso estudar sobre a vida privada.”
    Basta, agora, os biografados concordarem.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PECULIARIDADES DE UMA ÉPOCA

  Recentemente conversando com um amigo contemporâneo da década de  1970, relembramos alguns hábitos peculiares às crianças e adolescentes da época. Um deles era, além de engraçado,perigoso: Subir no telhado para girar a antena da televisão e tentar conseguir uma melhor imagem pros gigantescos aparelhos de  tv em preto e branco. De tanto subir na casa, a marca dos meus pés quase ficaram eternizados.
  Outro tormento por nós enfrentado, eram as constantes falta de energia. Era rara a semana em que o apagão não acontecia, principalmente quando era final de novela. Ficávamos a mercê das revistas, ou de algum parente distante que nos ligava e contava como tinha se desenrolado o tão esperado final.
  Havia umas telas  horrorosas que as pessoas fixavam no aparelho para dar a impressão de que a tv era em cores, uma coisa pavorosa.!
  As primeiras televisões em cores chegaram por aqui com muito atraso e a um preço impraticável, poucos dispunham desse privilégio. Tudo mudou em tão pouco tempo.
  No colégio, éramos induzidos a comprar pequenas gravuras estampadas com o rosto dos presidentes do regime militar.Que função tinha aquilo??? Ainda hoje me pergunto o quão éramos bobinhos.....
  Nos desfiles "cívicos" do Sete de setembro, conduzíamos cataventos verde e amarelo para saudar as escolas passantes,e era enorme a multidão que se formava, praticamente "quarávamos" no sol causticante, mas com prazer.
  Jogávamos "bafo" defronte ao cine Lourimar para conseguir as figurinhas dos álbuns que eram super comuns e disputados, as figurinhas mais difíceis custavam caríssimo: Álbuns das seleções, do Super Man, de ciências, de figurinhas fosforecentes , da turma da Disney, da Mônica, entre outros. Saudades de tudo aquilo!!!!!
                             Israel Vianney