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domingo, 30 de novembro de 2014

TRISTEZA



Faleceu ontem na cidade de Natal, o Ex professor,Francisco Edivaldo de Assis. De personalidade alegre e boêmia,Edivaldo por muitos anos trabalhou na igreja e era raro não o ver nos eventos , principalmente na procissão de N. Senhora da Conceição. Meu amigo de infância, vizinho de bairro, costumo dizer que não fazia mal a ser vivo algum, a não ser a si próprio. Vai deixar muita saudade.Que Deus o dê o descanso necessário!!
 Vianney

sexta-feira, 28 de novembro de 2014


No dia 29 de novembro, sábado, o Éden Clube de Pau dos Ferros vai receber os shows dos “Tremendões” e do artista paraibano Glauco Meirelles, que irão animar a noite com os maiores sucessos dos anos 60.
Na edição 2014, a festa ganhou um caráter beneficente, sendo organizada pelo Rotary Club de Pau dos Ferros, que promete a realização de um evento diferenciado, com serviço de bar e buffet, recepcionistas, decoração personalizada, dentre outros diferenciais, que irão surpreender a todos.

Todo o lucro do evento será revertido para o Rotary Club de Pau dos Ferros realizar suas ações sociais em conjunto com o Rotaract e Interact do município. De acordo com Jaime de Carvalho, Presidente do Rotary, "Os clubes de serviço e as ONG’s, em geral, precisam encontrar alternativas para arrecadar recursos que financiem suas ações sociais e nós, do Rotary, enxergamos esta oportunidade, através do resgate desta festa tão tradicional e importante para a nossa cidade, que estava esquecida há tantos anos”.

As mesas e senhas individuais estão à venda na Eletro Play.

Maiores informações: (84) 9818-6743 / 8889-2037

MUDANÇA À VISTA !!!

A atual secretária de Educação do município de Pau dos ferros, Francisca Dantas Neta, após seis anos à frente da referida pasta, pretende passar a bola pra frente. Justiça seja feita: Apesar do grande choque de gestão proporcionado durante sua estadia, enquanto secretária, Neta(como a chamamos na intimidade), deixa a casa arrumada e em pleno funcionamento, com índices respeitáveis de produtividade e creio que com a consciência limpa, pois apesar do seu temperamento forte, foi e é uma trabalhadora incansável (Acho difícil se acostumar com a vida de dona de casa e mãe dedicada 24 hs). Ninguém conseguirá retirar suas pilhas Rayovac!!
  Comenta-se pela cidade que a próxima escolhida será a professora e sindicalista Josefa Aldacéia, conhecida de todos pela sua militância em  prol dos educadores...Esperemos então....
                        Israel Vianney

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sábias palavras da escritora e intelectual Vasti Marques

Caminhos que se cruzam

Tudo nesta vida é questão de dividir almas.

“Quando as pessoas cruzam nossos caminhos, há sempre uma mensagem para nós. Encontros casuais não existem. Mas o modo de respondermos a esses encontros, determina se somos capazes de receber a mensagem. Se temos uma conversa com alguém que cruza nosso caminho e não vemos uma mensagem, significa apenas que não a captamos, por algum motivo.”
Às vezes nos mantemos “distantes” das pessoas e/ou situações atendendo a propostas na qual fomos educados. Dessa forma, não fazemos uma leitura adequada das “coincidências” que ocorrem conosco. Perdemos, então, oportunidades preciosas de conhecimentos que pessoas ou possíveis experiências teriam nos passado, mas o desafio consiste em descobrir o elo dessas pessoas ou situações com nossas questões atuais.
A mensagem está lá, à espera da nossa percepção e, enquanto isso, ficamos inteiramente ligados aos afazeres diários achando que estamos desempenhando bem o nosso papel.
Construímos ao nosso redor um muro intransponível, mantendo-nos assim afastados, isentos da vida, assim deixamos de receber e de enviar mensagens. Alguém esperava ouvir algo de nós. As respostas para as nossas perguntas estão nas pessoas. Mas... Como saber o momento de abordá-las? Há os sinais! É necessário, portanto, que fiquemos atentos, ligados à energia que há em nós, nos objetos, nas plantas...

O grupo a que pertencemos certamente nos oportuniza respostas, entretanto não podemos correr o risco de nos tornamos dependentes de tais pessoas. É necessária a ampliação do nosso círculo, estendermos a busca da sabedoria que certamente há além dos muros.

Seu Lunga é sepultado com a presença de pelo menos 4 mil em Juazeiro

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Milhares de pessoas deram o último adeus ao homem que se tornou um dos personagens mais populares do Brasil, principalmente da terra onde viveu a maior parte da sua vida, emJuazeiro do Norte. Joaquim Santos Rodrigues, ‘Seu Lunga’, como ficou conhecido nacionalmente, foi sepultado no final da tarde deste domingo (23), no cemitério do Socorro, em Juazeiro do Norte, sob os aplausos de uma multidão de cerca de 4 mil pessoas. Ele morreu aos 87 anos, vítima de uma parada cardíaca. Há mais de um ano, chegou a fazer uma cirurgia do esôfago e havia suspeita de um câncer, não confirmado pela família. Na última quarta-feira ele foi levado ao Hospital São Vicente de Paulo, em Barbalha, onde faleceu no sábado, por volta das 9h30.
Antes de ser sepultado, foi celebrada uma missa às 15 horas no Centro de Velório Anjo da Guarda, onde foram prestadas as primeiras homenagens ao comerciante, dono de uma sucata que se tornou atrativo para turistas e admiradores do Seu Lunga, que queriam conhecer o personagem das histórias do homem pouco tolerante às pessoas que não sabiam perguntar. O estabelecimento funcionava na rua Santa Luzia, 588, no Centro da cidade, que até bem pouco tempo ele fazia questão de ir até o local de trabalho.

Parabéns Cilas!

Atleta Pau-ferrense Caio Cilas conquista duas medalhas de bronze no Nordeste Open de Jiu jitsu



Muito emocionado ele agradeceu a todos que lhe ajudaram para bela conquista, através de seu facebook:

Meu Deus obrigado por ser bom comigo!!! Estou voltando para Pau dos Ferros com duas medalhas na bagagem duas medalhas conseguidas com muita força, raça e determinação! 

Fiz grandes lutas e nem eu esperava lutar tão bem pois só tem monstro nessa competição e na faixa marrom ainda mais, com a graça do senhor me superei fui terceiro na categoria e terceiro lugar no absoluto geral!! 

Agradecer a minha mãe Rita Alda Silva por sempre está ao meu lado ao meu professor Clistenes Jorge obrigado amigo e em Pau dos Ferros tem jiu jitsu e o nome e Punho Forte! 


Aos meus patrocinadores;

Net Online 
Ótica Aquino
Farmácia Rei Davi 
Farmafórmula 
Nutre Line 

A minha nutricionista Raiara Freitas muito obrigado! 
Obrigado ao amigo Ricardo Décio da Silva por ficar na torcida me dando os toques que precisava!
Diego Dias Ramalho por demonstrar ser uma grande pessoa,
Obrigado Musashi Fost por está ao meu lado esses dias você e um campeão! 
A Rejania Maria por me hospedar tão bem em sua casa!

E por fim, a todos pau-ferrenses e aqueles que acreditam no meu trabalho.
Natal sediou nos dias 22 e 23 de novembro, a maior competição esportiva indoor do Estado. 

A terceira etapa de 2014 do Nordeste Open de Jiu-Jitsu reuniu mais de 1200 atletas, de 50 academias e de dez estados diferentes em dois dias de lutas no Ginásio do SESI. 

Foram mais de 24 horas de lutas, com arquibancadas lotadas e competidores de alto nível.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

MUSEU DA CULTURA SERTANEJA

Exposições temáticas retratam o cotidiano do sertanejo,seus hábitos, costumes  e cultura.
Retirado da revista UERN, edição especial  nº 46.
 O alto oeste potiguar guarda fragmentos da memória do homem do semiárido nordestino.O tradicional chapéu de couro do vaqueiro, as cabaças utilizadas para guardar água ,as formas para moldar  a rapadura,as panelas e outros utensílios de ferro e de madeira utilizados pela mulher sertaneja com sua inseparável máquina de costura, além de artigos religiosos e cordéis. Esses são alguns dos itens que podem ser apreciados no museu da cultura sertaneja, localizado no Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia(CAMEAM/UERN).
 Criado em 31 de outubro de 2012, mas as discussões para a criação do espaço começaram em 2009, sendo um sonho coletivo de toda a comunidade acadêmica.
 O museu da cultura sertaneja realiza periodicamente exposições temáticas, dessa forma, em dois anos foram realizadas as exposições "O SERTANEJO E O TRABALHO", "CASA ARRUMADA" E "MEMÓRIAS DOS ENGENHOS E DAS CASAS DE FARINHA".
Comentário do blogueiro: Aleluia!! Pelo menos uma iniciativa memorável já que o nosso antigo museu, o Centro Cultural Joaquim Correia encontra-se ABANDONADO.
                                     ISRAEL VIANNEY

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

NÃO ESQUEÇAM!!!!!!!!!!!!!


DOMINGO,23 de novembro, acontecerá a CAVALGADA COM MARIA, ainda restam  algumas camisetas que equivalem à inscrição. Procurar Ceneide ou Ricardo vaqueiro e ainda a secretaria da paróquia ao preço de  15,00. É praticamente de graça!!
 No encerramento haverá missa solene e muito baião de dois para os cavalheiros.

PARABÉNS GUSTAVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Pau dos Ferros tem um finalista da Olimpíada de Língua Portuguesa

Foto: Soraya VieiraA edição de 2014 da Olimpíada de Língua Portuguesa ‘Escrevendo o Futuro’ concluiu, em Brasília, a seleção dos 152 estudantes finalistas.Eles representam as cinco regiões do País e são os vencedores entre 5,1 milhões de alunos que cursam do quinto ao nono ano do ensino fundamental e os três anos do ensino médio.

Todos participaram da competição desde a etapa inicial, em 46.902 escolas públicas.


Na quarta edição da olimpíada, os trabalhos abordaram os gêneros literários opinião, crônica, poema e memórias literárias. Em todas as categorias, os estudantes escreveram sobre um tema único, O Lugar Onde Vivo.


A seleção dos 20 competidores que serão premiados caberá a uma comissão nacional, que vai se reunir de segunda-feira, 24, até o dia 28 próximo, em Brasília, que também receberá a solenidade de premiação, em 1º de dezembro.


E Pau dos Ferros será representada pelo jovem Gustavo ítalo Freire Martins, aluno do 3º ano de Informática IFRN, ele concorre alunos de todo Brasil no gênero Artigo de opinião.

HCCA PRIMEIROS TEMPOS I

        
              Muitos funcionários ainda em atividade no Hospital Regional de pau dos Ferros, estão aqui, mesmo antes da inauguração oficial  em  10-03-1990(eu por exemplo). Explicamos:  Em 1989 com a estrutura física já pronta, Dr Nelsom Maia (Doador do terreno e primeiro diretor) resolveu acelerar o funcionamento dessa enorme unidade de saúde. Para cá foram transferidos ambulatório, com várias especialidades, gabinete odontológico e Laboratório de Análises Clínicas. Cheguei de Mala e cuia de Natal, Vindo de uma temporada no CEFOPE com mais Nove amigos, onde nos tornamos TÉCNICOS EM PATOLOGIA CLÍNICA. 
 Trabalhamos ainda quatro meses em regime ambulatorial, enquanto o restante da unidade era organizada detalhadamente.Lembro-me do esforço dos enfermeiros e médicos pioneiros em deixar tudo como manda o  figurino: Enfermeiros Egídio, Cristina, Bebeta(Elizabete Fernandes), Fátima Filha, Jô, Iara, Percília, Celi, Elizabete Aragão, Clézia, entre outros...Bioquímicos: Dr: Genildo Fernandes, Lamarck, Lobinho, Pierre, João veras, Flávio Chaves, Ageu....De médicos Lembro: Dra Ana Maria  responsável pelas clínicas(Exigente- In Memorian), Dr João Bosco(cunhado de Dr. Clécius), Dr Antônio (Hoje em Ererê, salvo engano),Dr Laurentino, Pio X, Dr Geraldo Figueredo, Dr Etelânio Vieira, Raimundinho e muitos, muitos outros profissionais que passaram pelas nossas vidas e nos deixaram além de saudades, muito conhecimento. o que nos mantém até hoje aqui, quase como peças de museu...Volto depois com algumas fotos da época.
                                  Vianney e  Izonete

O QUE HOUVE EM PALMARES ?

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Versão dos vencedores não dá conta da organização política de uma sociedade que se manteve por mais de meio século

Laura Perazza Mendes Nascimento - http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/o-que-houve-em-palmares
Corria pelos engenhos e senzalas da capitania de Pernambuco a notícia de que, para o lado das serras, na região dos palmares, havia um refúgio. Um lugar onde era possível viver fora do poder dos senhores de engenho e manter vivas tradições africanas recriadas na América. Lá, uma nova sociedade era construída: guerreiros, agricultores, comandantes de guerra, líderes religiosos e uma linhagem real que determinava os rumos políticos e militares.
Aquelas povoações foram chamadas de mocambos, acampamentos que poderiam ser desmontados e montados em outras regiões, como estratégia de fuga ou de busca por melhores terrenos. Chegar a essa zona de vegetação de palmares não era tarefa fácil. Após fugir dos engenhos ou das vilas, era necessário trilhar caminhos íngremes e fechados pela mata. Qualquer descuido poderia resultar em recaptura ou morte, pois havia pessoas dedicadas especialmente à perseguição de escravos fugitivos, como os capitães do mato. Mesmo assim, muitos conseguiram chegar ao local, incluindo índios e pessoas livres. Foi mais fácil fugir para os mocambos no início do século XVII, quando a produção de açúcar foi desorganizada pela invasão dos holandeses (1630) e, mais tarde, pelas batalhas de expulsão desses estrangeiros (1645-1654).
Panorâmica do Parque Memorial do Quilombo dos Palmares, em Alagoas, que desde 2007 reconstitui o cenário do antigo Quilombo.
Panorâmica do Parque Memorial do Quilombo dos Palmares, em Alagoas, que desde 2007 reconstitui o cenário do antigo Quilombo.
Como era feito em Angola, os habitantes extraíam dos palmares a vegetação que deu o nome para os mocambos, fibras e palmito, além de produzir vinho e óleo. Não viviam isolados da sociedade colonial, mas buscavam reagir ao escravismo governando a si próprios.
Mas quem contou a história dessa sociedade? Infelizmente, não há nenhum registro escrito por habitantes dos Palmares. O que chegou até nós foram documentos produzidos por representantes da Coroa portuguesa que governaram a capitania de Pernambuco, e relatos de pessoas que lutaram contra os negros dos mocambos durante o século XVII. Por causa disso e de uma interpretação preconceituosa dos primeiros historiadores de Palmares, a sua história foi contada do ponto de vista da destruição. Era a versão dos vencedores.
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O principal meio tentado pelos governadores de Pernambuco e pela Coroa portuguesa para pôr um fim em Palmares foi enviar expedições militares. Elas deveriam encontrar o caminho dos mocambos e fazer o máximo de prisioneiros possível. Os prisioneiros seriam devolvidos a seus antigos senhores ou vendidos para fora da capitania, para que não retornassem aos mocambos. Poderiam render um bom lucro, mas durante os confrontos muitos morriam ou ficavam feridos. Como meio de se defender dos ataques, os habitantes de Palmares faziam emboscadas e levantavam acampamento, mudando os mocambos de local.
Um dos primeiros estudiosos do assunto, o escritor Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906), dividiu a história de Palmares em três fases. A primeira corresponde ao período da invasão holandesa, no qual o número de habitantes dos mocambos cresceu rapidamente. Seu marco seria o ano de 1644, data do confronto entre os negros amocambados e a expedição comandada por um holandês chamado Rodolfo Baro. O próximo marco escolhido por Nina Rodrigues foi uma expedição militar comandada pelo capitão Fernão Carrilho, em 1677. Vindo de Sergipe especialmente para fazer uma guerra contra Palmares, o militar promoveu um grande ataque. Segundo relatos posteriores, 200 habitantes de Palmares foram feitos prisioneiros, incluindo a rainha e filhos do rei, chamado Gana Zumba. Muitos morreram ou ficaram feridos, mas sobre estes não há números. Importava mais aos vencedores contar aqueles que poderiam ser vendidos. A fase final de Palmares foi a da morte do líder Zumbi, em 1695, seguida pela destruição dos mocambos remanescentes. Mas o salto na história promovido por Nina Rodrigues não dá conta de explicar a mudança da liderança do rei Gana Zumba para Zumbi. Muitas coisas acontecerem nesse meio-tempo: acordos de paz, mudanças nas localizações dos mocambos, diferentes posicionamentos políticos.
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Como a maioria decidiu contar essa história a partir da destruição, o foco escolhido foi a morte de seu líder mais famoso. No final do século XVII, o governo de Pernambuco, cansado das expedições militares que fracassavam na luta contra os mocambos, decidiu investir no contrato de um tipo diferente de tropa: as bandeiras paulistas. Liderados por Domingos Jorge Velho, os indígenas e descentes de europeus que compunham essa tropa assinaram um contrato se comprometendo a destruir os mocambos de Palmares. Em troca, receberiam prisioneiros, terras e benefícios da Coroa, chamados de mercês.
Em 1694, os homens de Jorge Velho atacaram o mocambo principal de Palmares, localizado no Outeiro do Barriga, juntamente com homens da capitania de Pernambuco. Lá estavam Zumbi e seu exército, na capital conhecida como Macaco, protegidos por uma cerca alta que rodeava o local, à espera do ataque. Para rompê-la, os paulistas decidiram subir até o local carregando dois pesados canhões. Após horas de combate entre os que estavam do lado de fora e do lado de dentro da cerca, as tropas a serviço da Coroa conseguiram entrar em Macaco. Seu principal objetivo era capturar ou matar Zumbi, para provar que Palmares havia sido derrotado. Mas não o encontraram. Estaria ele morto? Teria escapado?
Os primeiros historiadores de Palmares acreditaram na versão de que Zumbi havia se suicidado pulando de um penhasco. Teria preferido morrer assim a ser capturado ou morto pelos inimigos. Posteriormente, foram encontrados documentos que relatam a morte de Zumbi um ano depois.
Inconformado por não poder atestar a morte de Zumbi à Coroa e a todos que viviam em Pernambuco, o governador da capitania, Caetano de Melo e Castro, decidiu enviar mais uma tropa aos mocambos. Em 1695, um habitante de Palmares que havia sido capturado anteriormente foi coagido a ajudar os homens a serviço da Coroa, e informou onde Zumbi estava escondido. Em uma emboscada, o líder palmarino foi capturado e morto. Sua cabeça foi exposta em Recife, para que todos soubessem – principalmente os escravos – que o refúgio de Palmares estava definitivamente destruído.
Quase todos os historiadores posteriores adotaram esses marcos cronológicos, mas quantos outros episódios importantes ficaram de fora da história contada pelos vencedores? Em 1678, após a expedição comandada por Fernão Carrilho, Gana Zumba decidiu enviar representantes seus para negociar um tratado de paz com o governo de Pernambuco. Sua embaixada era formada por 11 pessoas, entre elas seus filhos e importantes líderes militares. Em Recife, a comitiva de Gana Zumba foi recebida com a pompa e a circunstância dignas de uma negociação entre chefes de Estado. Cartas e presentes foram trocados entre os governantes de Palmares e de Pernambuco.
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Gana Zumba aguardou em Palmares os resultados das negociações. O governador de Pernambuco desejava que os mocambos fossem esvaziados e os escravos que lá viviam fossem devolvidos a seus senhores. Já Gana Zumba esperava que os palmarinos pudessem escolher um novo local para viver e que os nascidos nos mocambos fossem considerados livres.
As condições foram acertadas entre as partes, e os habitantes de Palmares, liderados por Gana Zumba, mudaram-se para um local chamado Cucaú. Porém uma parte dos palmarinos foi contra o acordo. Liderados por Zumbi, decidiram permanecer nos antigos mocambos e resistir aos ataques das novas expedições. Outras tentativas de acordo de paz foram feitas com Zumbi, mas nenhuma obteve sucesso. Algum tempo depois da mudança para Cucaú, Gana Zumba morreu, provavelmente assassinado por seus opositores políticos. A nova povoação foi então desfeita. Alguns retornaram a Palmares e outros foram feitos escravos pelos senhores locais, sendo vendidos para fora de Pernambuco.
O acordo feito em 1678 comprova que os habitantes de Palmares estavam organizados politicamente e que seu governo, com base em conhecimentos acumulados na África e na América, soube conduzir uma negociação com os representantes da Coroa portuguesa. A destruição de Palmares apaga uma história de mais de meio século de organização social e resistência política. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ATENÇÃO GAROTOS ACIMA DE 40.!

Novembro Azul




Novembro Azul (Movember) é uma campanha de conscientização realizada por diversas entidades no mês de novembro dirigida a sociedade e aos homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças masculinas.1
Em vários países, o Movember é mais do que uma simples campanha de conscientização. Há reuniões entre os homens com o cultivo de bigodes (ao estiloMario Bros), símbolo da campanha, onde são debatidos, além do câncer de próstata, outras doenças como o câncer de testículos, depressão masculina, cultivo da saúde do homem, entre outros.2
O movimento surgiu na Austrália, em 2003,3 aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, realizado a 17 de novembro.4
Na verdade, novembro azul é mais tradicionalmente dedicado ao diabetes mellitus. Em 14 de Novembro, data do nascimento do Dr. Banting, descobridor da insulina, comemora-se o dia mundial do diabetes (a data foi instituída pela Federação Internacional de Diabetes - IDF e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde1991, e conta com o reconhecimento e apoio da Organização das Nações Unidas(ONU), que em dezembro de 2006 assinou uma Resolução reconhecendo o diabetes como uma doença crônica e de alto custo mundial), e no mundo inteiro, ações são desenvolvidas para que o diabetes seja mais divulgado, seus modos de prevenção, diagnostico precoce e manejos. Em muitos locais do mundo, instituições são iluminadas de azul, caminhadas são propostas, ações em ruas movimentadas, etc.
Há também o agosto azul, mês dedicado à prevenção das causas gerais de mortes masculinas, incluindo a violência urbana com mortes por armas de fogo e armas brancas, mortes no trânsito, câncer de próstata, etc, mas sem menção ao diabetes. Portanto, classicamente, novembro azul é o movimento mundial para o diabetes. a IDF- Federação Internacional de Diabetes estima que haverão 410 milhões de diabéticos em 2025, hoje há mais de 230 milhões de diabéticos, uma doença que traz inúmeras complicações, mortes cardiovasculares, incapacitações e amputações, cegueira, etc

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

MULHERES MARAVILHOSAS....



 Sra:Adélia Vieira de França,ela foi um marco importante na história do mundo feminino de Pau dos Ferros.

CURIOSIDADES!!!!!!!!


VOCÊ SABIA?????
Luzia Vieira de França, Filha do Sr Chico França e de D. Adélia Vieira de França foi a primeira mulher filha de Pau dos ferros a se formar em odontologia e exercer na terra , um profissionalismo correto.

.A primeira eleitora da América Latina foi a mossoroense Celina Nunes Guimarães e o pedido de inscrição da mesma como eleitora, foi deferido pelo Juiz Israel Ferreira Nunes, que era  filho de Pau dos ferros. A inscrição aconteceu no dia 25 de novembro de 1927. No mesmo ano em 27 de Dezembro, Pau dos ferros registrava a inscrição das primeiras eleitoras: SENHORITAS JOANA CACILDA BESSA E FRANCISCA DANTAS e as senhoras: CLOTILDE CORREIA RAMALHO E CAROLINA FERNANDES DE NEGREIROS.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

No Dia Mundial do Diabetes, médicos alertam sobre excesso de peso e sedentarismo


 Retirado do blog do JP

Especialistas alertam no Dia Mundial do Diabetes, lembrado hoje (14), que o excesso de peso e o sedentarismo são as principais causas do diabetes tipo 2, que atinge 90% das pessoas com problemas em metabolizar a glicose. De acordo com a Federação Internacional do Diabetes, existem hoje 12 milhões de diabéticos no Brasil e 5 mil novos casos são diagnosticados por ano.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, João Eduardo Salles, desfaz o mito de que só os doces contribuem para o diabetes. “Não é o fato de comer doce que leva ao diabetes, é sim o fato de engordar e ser sedentário, independentemente de comer doce. Se está engordando o risco de diabetes é maior”, ressaltou Salles, ao acrescentar que com a idade o risco aumenta. Quem tem muita gordura concentrada na barriga também deve ficar atento e fazer exames, pois este é outro fator de risco. Nesta sexta-feira, a entidade promove ações de conscientização em todo o país.
Segundo o especialista, o diabetes é uma das maiores causas de cegueira, de insuficiência renal, além de aumentar em até quatro vezes o risco de doenças cardiovasculares. “Quem se cuida não tem estas complicações”, frisou Salles. Os alimentos são digeridos no intestino e parte deles se transforma em açúcar (glicose), que é enviada para o sangue para se transformar em energia. Só que para tranformar a glicose em energia, o organismo precisa de insulina, uma substancia produzida nas células do pâncreas. No diabetético, a glicose não é bem aproveitada pelo organismo devido à falta ou insuficiência de insulina, o que causa o excesso de glicose no organismo, a hiperglicemia.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

NO TÚNEL DO TEMPO...


  Foto 1:Obelisco Central, inaugurado por Dr:José Fernandes de Melo para marcar o primeiro centenário do município em 1956.

Foto02: Pavilhão Frei Damião, idealizado e construido pelo prefeito Licurgo Nunes, mas só foi inaugurado em 1953 por Dr: José Fernandes de Melo.


Diagramação: Carmem lùcia

QUE BOM!!!!!!!!!!!


Soube, através de terceiros que um professor do IFRN está trabalhando com seus alunos a história de Pau dos ferros. Que Felicidade! Vale salientar que o professor nem pau-ferrense é...Mais bacana ainda, pois nossa história está se perdendo pelo desinteresse de quem deveria ter. Nosso blog condensa o que pode dessa linda história e estamos às ordens!! Outra coisa: Procurem ir além da história da Oiticica, que é mais batida do que um coquetel, temos muitos  fatos interessantes esclarecidos e à esclarecer. Parabéns!!!! Quando o nome do professor chegar até mim, farei mais ressalva.
                                  Israel Vianney

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

COLUNA PRESTES EM SÃO MIGUEL


A HISTÓRIA DA COLUNA DE REVOLTOSOS EM SÃO MIGUEL


Autor – Rostand Medeiros
O ano de 1926 iniciava de forma tranquila para a pequena cidade de São Miguel, mas pelo Brasil afora fortes tensões e graves problemas políticos cresciam desde 1922.
Em 1924 estouram vários levantes armados pelo país, com os mais sérios ocorrendo em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Grupo Escolar Padre Cosme, em São Miguel, um ano após a passagem dos Revoltosos pela região - Fonte - Livro "João Rufino-Um visionário de fé", pág. 65
Estes movimentos eram sempre motivados pela insatisfação generalizada da jovem oficialidade militar em relação a política do então presidente da República, o mineiro Artur Bernardes. Este era um homem de temperamento complicado e extremamente autoritário. Como exemplo podemos comentar que durante a gestão Bernardes, todo o seu período governamental, do primeiro ao último dia, foi realizado com o país em estado de sítio.

Foto aérea de São Miguel na atualidade - Foto - Prefeitura Municipal de São Miguel - Fonte - Livro "João Rufino-Um visionário de f´é", pág. 367
As forças do governo em pouco tempo esmagam estas ações, mas os grupos revoltosos de São Paulo e do Rio Grande do Sul resistem e formam duas colunas revolucionárias. Os paulistas eram comandados pelo general Miguel Costa e os gaúchos pelo tenente engenheiro Luís Carlos Prestes. No dia 11 de abril de 1925 os dois grupos se encontram próximos a Foz do Iguaçu. Deste encontro os revoltosos, como ficaram conhecidos na época, decidem realizar a “guerra de movimento”, marchando pelo interior do Brasil, permanecendo na luta até a população se sensibilizar com o exemplo destes guerreiros, ajudarem a derrubar o despótico governo de Artur Bernardes e criar uma nova ordem.

Notícia sobre a invaso de São Miguel - Fonte - Coleção do autor
No início de fevereiro de 1926, dez meses depois de deixarem a fronteira com o Paraguai e cruzarem grande parte do país, a Coluna está deixando o estado do Ceará e seu caminho segue em direção ao Rio Grande do Norte, mais precisamente a São Miguel.
O então Governador potiguar, José Augusto Bezerra de Medeiros, sabendo da aproximação da Coluna de Revoltosos, informa ao coronel João Pessoa de Albuquerque, então Presidente da Intendência de São Miguel, cargo equivalente atualmente ao de prefeito, que os Revoltosos se aproximavam de sua cidade. Um curto telegrama informava que o grupo de revoltosos era composto de “70 combatentes”.

A Ladeira do Engenho, local do combate entre os revoltosos e os defensores de São Miguel - Foto - Rostand Medeiros - Fonte - - Fonte - Livro "João Rufino-Um visionário de f´é", pág. 269
Foi formado então um contingente para interceptar o grupo na conhecida Ladeira do Engenho, um antigo caminho que ligava a região serrana ao Jaguaribe, no Ceará.
O advogado, atualmente residente na cidade de Coronel João Pessoa, Nivaldo Moreno Pinheiro, comenta que seu pai, o comerciante João das Chagas Moreno, mais conhecido como “Joca Gato”, participou da resistência. Homens da cidade se reuniram em seu ponto comercial, um bar conhecido como “bodega de Joca Gato”, onde o grupo aproveitou para tomar algumas “lapadas” de cachaça para dar o combustível da coragem. O proprietário do bar estava preocupado e questionou o grupo se os homens da cidade de São Miguel que se dispunha a lutar contra os Revoltosos, possuíam armamento e munição em condições adequadas? Ao invés de debaterem seriamente sobre a dúvida informada pelo precavido vendeiro, este foi sumariamente perguntado “-Se estava com medo?”. Diante destas discussões, “Joca Gato” nada mais perguntou, nem esperou por novos debates. Apenas foi em casa, pegou seu rifle Winchester, farta munição de calibre 44, lubrificou sua arma e partiu juntamente com um grupo, que os pesquisadores locais apontam como sendo superior a vinte homens armados.

Ata da então Intendência de São Miguel, sobre os Revoltosos - Fonte - Coleção do autor
Sobre esta questão, a ata da “Sessão Ordinária da Intendência Municipal de São Miguel”, datada de 3 de maio de 1926, elaborada três meses após a passagem da Coluna de invasores, lista nominalmente vinte “patriotas”, mas informa haver “alguns outros” membros que faziam parte do grupo de defensores da cidade. Este importante e histórico documento se encontra atualmente nos arquivos da prefeitura municipal de São Miguel.
Já Raimundo Nonato é categórico ao afirmar em seu livro que os “patriotas” foram vinte civis e quatro policiais do destacamento de São Miguel. Este grupo potiguar foi reforçado por mais quatro homens do vizinho município cearense de Pereiro.
No total, apenas vinte e oito combatentes.

Aspecto da trilha da Ladeira do Engenho - Foto - Rostand Medeiros
Do outro lado os números são diversos. O documento elaborado pela municipalidade de São Miguel aponta que a Coluna de Revoltosos era composta de 2.000 homens. Os que se debruçaram sobre o assunto apontam um número mais modesto, entre 450 a 1.000.

O advogado Nivaldo Moreno Pinheiro em uma solenidade quando era prefeito da cidade de Coronel João Pessoa - Fonte - Livro "João Rufino-Um visionário de fé", pág. 132
Mas voltando ao dia 3 de fevereiro de 1926, que São Miguel jamais esqueceu, Nivaldo Moreno informa que o grupo se posicionou na “cabeça”, no alto da ladeira do Engenho, já em território da vizinha cidade cearense de Pereiro, aguardando os “70 Revoltosos”, como dizia o documento do governo estadual.
O que os valorosos defensores avistaram do alto da sua privilegiada posição, a uma altitude em torno dos 650 metros, nem de longe se parecia com o reduzido grupo anteriormente informado. Diante dos seus olhos se avolumava uma grande quantidade de combatentes, mostrando-se como um verdadeiro exército em marcha.
Mesmo diante desta multidão motivada, armada, a maioria fardada de uniformes de cor kaki, lenços vermelhos ao pescoço e extremamente calejados na guerra de guerrilha, o grupo de combatentes de São Miguel não titubeou.
O primeiro a atirar teria sido Francisco da Costa Queiroz, o “Chico Queiroz”. Ele teria disparado não contra o grosso de um dos quatro grupos que formavam a Coluna, mas contra um contingente de umas trinta pessoas, que efetuavam a averiguação do terreno, em busca de possíveis inimigos. Os jornais antigos existentes no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte afirma que o grupo de defensores de São Miguel ainda conseguiu atingir e matar um dos revoltosos.
Mas a resposta dos experientes seguidores de Miguel Costa e Luís Carlos Prestes foi uma intensa chuva de balas. Um dos revoltosos atirou a poucos
metros da trincheira dos defensores com duas armas curtas. Os rebeldes recuaram deixando alguns materiais. Por sorte o grupo de defensores de São Miguel se protegeu atrás de várias pedras.
Logo outros membros da Coluna retornavam para novo combate. Os defensores da cidade serrana recuaram, se entrincheirando em uma casa e, segundo Raimundo Nonato, sustentaram forte tiroteio por duas horas.

A conhecida “Cruz do Revoltoso”. Segundo a tradição oral da região neste lugar estaria enterrado um membro da Coluna Prestes - Foto - Rostand Medeiros - Fonte - Livro "João Rufino-Um visionário de fé", pág. 271
 Diante do volume avassalador de fogo efetuado pelos membros da Coluna, que cercava a casa, além da noite se aproximando, o grupo onde estava “Joca Gato” percebeu que a sua resistência era inútil e todos fugiram deste local.
Nas primeiras horas do dia 4 de fevereiro de 1926, um novo grupo de doze defensores voltou para fustigar a Coluna de Revoltosos.
O grupo partiu armado de rifles, comandados por Manoel Vicente Tenório, tendo sido reunido em São Miguel, quando o fazendeiro Manuel Antônio Nunes, utilizou uma prática comum na época e atualmente esquecida nas cidades do
sertão; com um búzio marinho, ele “buzou”, alertando e chamando as pessoas na casa do coronel João Pessoa, para seguirem para a luta.

Resto do antigo engenho, que serviu de abrigo aos defensores de São Miguel contra os Revoltosos - Foto - Rostand Medeiros
Era noite fechada quando no sítio Crioulas, a alguns quilômetros da cidade, os defensores defrontaram-se com um contingente de trinta rebeldes. O tiroteio foi rápido, mas rendeu para os defensores a prisão do revoltoso Policarpo Gomes do Nascimento.
Este era natural do Maranhão, onde havia aderido às hostes revoltosas quando da sua passagem pelo seu estado natal.
O dia vinha clareando quando este grupo de defensores retorna a São Miguel com o prisioneiro. Tenório está com mais dois outros companheiros quando na entrada da cidade estoura um novo tiroteio. Apesar da reação dos defensores, este grupo de rebeldes era mais numerosos e o chefe Tenório recebeu dois
balaços de fuzil na coxa esquerda.
Agora não tinha mais jeito, a Coluna de Revoltosos entrou em São Miguel.

Fonte - Coleção do autor
Ao adentrarem a cidade, primeiramente um oficial em um cavalo negro percorria as ruelas e gritava para que o povo não tivesse medo, que eles lutavam para derrubar um governo podre.
Depois um grupo vai direto á a agência dos correios onde destroem a estação telegráfica, para evitar a transmissão de informações à polícia em Pau dos Ferros. Estas informações foram transmitidas pela micaelense Zenaide Almeida Costa, autora do livro “A vida em clave de dó”. Na época da invasão Zenaide era uma criança, que juntamente com a família, foram alguns dos poucos habitantes de São Miguel a ficarem na cidade e testemunharem os fatos.
Logo uma grande quantidade de cavaleiros, com algumas mulheres, que acompanhavam seus homens pelos sertões afora, entraram na pequena cidade. Tiros eram dados para o alto e um grupo acampou diante da casa da família de Zenaide.

Igreja de São Miguel Arcanjo, com a fachada igual a época do ataque dos Revoltosos - Foto - Manuelito, através de material cedido pelo historiador René Guida - Fonte -- Livro "João Rufino-Um visionário de f´é", pág. 287
Segundo Nivaldo Moreno, os líderes dos revoltosos ficaram na casa de Manoel Vieira de Carvalho, que buscou receber o grupo da melhor forma possível. Outros membros foram ao cartório público, retiraram praticamente toda a documentação, fizeram uma pilha diante do prédio, jogaram querosene sobre a papelada e atearam fogo. Outro grupo ateou fogo em documentos diante da prefeitura.
Nivaldo conta que os invasores solicitaram ao então tesoureiro municipal, Chico Dias, a chave do cofre da prefeitura. Ao tentar entregar a chave, o tesoureiro foi obrigado ele próprio a abrir o cofre da municipalidade e o material que se encontrava no interior foi examinado pelos revoltosos. Membros do grupo obrigaram pessoas da comunidade a lavrar um termo onde apontavam o que continha este cofre. Foi encontrado dinheiro, que foi contado, listado, mas nada foi retirado.

Antiga Cadeia Pública de São Miguel, edificação com mais de 200 anos, que viu a Coluna passar diante de suas portas. Foto - José Guadêncio Torquato - Fonte - Fonte - - Livro "João Rufino-Um visionário de f´é", pág. 357
Segundo o advogado, algumas pessoas indicaram para um grupo retardatário e revoltosos que determinados proprietários de casas comerciais afirmavam ser contra as causas que motivavam aquele grupo contra o Governo Federal, ou que este ou aquele dono de loja havia participado do tiroteio na Ladeira do Engenho.
Ao tomarem conhecimentos destes relatos, muitos destes inverídicos, alguns revoltosos promoveram diversos saques em várias casas comerciais de São Miguel. Foram espalhadas pelas poeirentas ruas de terra batida farta quantidade de produtos. Peças de tecidos foram abertas, a farmácia de Chico Queiroz foi saqueada, gêneros alimentícios subtraídos e em outros locais a cena foi se repetindo. Segundo a edição do jornal natalense “A Republica”, de 10 de fevereiro de 1926, o número de casas comerciais atingidas foi de dezessete. Para Nivaldo Moreno, inúmeras pessoas, algumas até mesmo com determinado nível financeiro de São Miguel, se aproveitaram da situação.

Nezinho Moreira, quando criança ficou frente a frente com os Revoltosos, nunca esqueceu que utilizavam lenços vermelhos no pescoço - Fonte - Livro "João Rufino-Um visionário de f´é", pág. 330
Um grupo de batedores seguiu da cidade em direção a fazenda Riacho Fundo, analisando o caminho por onde seus companheiros deveriam prosseguir. Ao chegar neste local foi feito um contato e ocorreu uma troca de tiros com um contingente da polícia militar do Rio Grande do Norte comandado pelo tenente Juventino Cabral. Este pelotão policial havia saído de Pau dos Ferros, sendo composto por vinte homens e haviam levado oito horas para chegar ao Riacho Fundo.
Como resultado do encontro armado, um jovem morador deste sítio foi morto por disparos feitos pela força governamental, com balaços que lhe atingiram a cabeça.
Para a polícia potiguar, diante da realidade de se combater um grupo lutador e motivado, que superava todo o contingente policial potiguar da época, o melhor a fazer era dar meia volta em direção a Pau dos Ferros. Nesta cidade, esperando a chegada dos revoltosos, se encontrava um contingente de 150 homens armados e sob as ordens do major Luís Júlio, então comandante do Regimento de Polícia Militar.

Sítio Riacho Fundo, local do combate entre os membros da Coluna e a Polícia Militar do Rio Grande do Norte - Foto - José Correia Torres Neto
Para os rebeldes, o tiroteio no Riacho Fundo aparentemente motivou o grupo a seguirem pôr uma rota que os levaria para os sítios da Serrinha de João Paulo e Pau Branco.
Segundo Raimundo Nonato, se não tivesse ocorrido os confrontos na Ladeira do Engenho, nas Crioulas, na entrada da cidade e o encontro armado com a polícia no Riacho Fundo, provavelmente o tempo que os revoltosos ficariam em São Miguel seria mais longo. Ou como resultado destes combates a Coluna, ao invés de seguir em direção a Paraíba, poderia ter tomado o rumo de outras cidades potiguares, que seriam interessantes de serem conquistadas, como Pau dos Ferros, Apodi, Mossoró, ou até mesmo Areia Branca e seu importante porto.
Os historiadores que se debruçaram sobre este assunto não concordam com esta versão. Para eles a entrada da Coluna no território potiguar era apenas uma passagem para os estados vizinhos e não tinham o intuito de atacar outras localidades potiguares.
Os líderes dos revoltosos esperavam que os oficiais do Exército Brasileiro, Souza Dantas, Seroa de Melo e Cleto Campelo, todos ligados a causa revolucionária, conseguissem rebelar os seus respectivos quartéis e aderissem ao grupo de combatentes revolucionários. Os dois primeiros militares estavam lotados na capital paraibana e o último em Recife. Mas as tentativas de rebelião destes militares fracassaram.

Membros do batalhão criado para defender Caicó dos membros da Coluna - Fonte Livro "Era uma vez em Caicó", de Marcelo Rocha Coelho
Já o então deputado federal e futuro governador potiguar, Juvenal Lamartine de Faria, temeroso que diante de alguma ação bélica da polícia da Paraíba, houvesse a possibilidade dos revoltosos retornarem ao Rio Grande do Norte pela região do Seridó, organizou grupos de defesa em Caicó, Serra Negra do Norte, Jardim de Piranhas, Parelhas e outras localidades. Em Caicó, a mais importante cidade da zona seridoense, o grupo de defensores ali criado foi pomposamente chamado de “Batalhão Patriótico de Caicó”, ou “Batalhão Treme Terra”. Este era formado, segundo o pesquisador Adauto Guerra Filho, autor do livro “O Seridó na memória de seu povo” (2001), por um contingente que chegava a 300 combatentes. Para muitos, Juvenal Lamartine aproveitou a passagem dos revoltosos para ganhar politicamente com o fato e assim ratificar sua indicação como futuro governador potiguar. Fato que ocorreu em 1927.

Juvenal Lamartine a frente do Batalhão de Caicó - Fonte - Coleção do autor
O certo é que a partir das notícias do combate no Riacho Fundo, o grosso dos combatentes rebeldes converge em direção ao sítio Pau Branco.
Uma parte do contingente de milicianos revoltosos passou na mesma estrada que hoje passa exatamente defronte a sede da fazenda São Gonçalo, pertencente à família de João Alves de Lima, o João Rufino, o nosso biografado.
A Coluna de Revoltosos seguiu em direção aos atuais territórios dos municípios potiguares de Venha Ver e Luís Gomes, onde o trajeto utilizado aparentemente foi através dos sítios Bananeira, Formoso, Bartolomeu e depois Venha Ver, na época uma fazendola com algumas casas na beira de um açude.

A rezadeira Maria Bernarda de Aquino, conhecida como Dona Cabocla - Foto - Rostand Medeiros
Nesta cidade, segundo relatos da conhecida rezadeira Maria Bernarda de Aquino, conhecida como Dona Cabocla, através do que seus pais lhe contaram, enquanto o grosso da tropa seguia adiante, alguns membros da Coluna acamparam próximos ao açude, aonde chegaram a permanecer alguns poucos dias na região, inclusive com suas mulheres. Estas utilizavam lenços e panos na cabeça de cor vermelha, mostrando orgulhosamente que faziam parte do grupo rebelado.
Logo os revoltosos mataram vários porcos para sua alimentação e não molestaram ninguém. Estavam sempre com um vigilante permanentemente de plantão e andavam todo o tempo “equipados”, com suas amas e munições prontas para o uso imediato.
Uma mulher de Venha Ver, conhecida como Josefa, ou Zefa de Zé Lauro, ajudou as mulheres dos rebeldes com lavagens, concertos de roupas e preparação de alimentação. Como pagamento pelo seu trabalho ela ganhou farta quantidade de dinheiro, tecidos, redes, lençóis, roupas prontas e utensílios variados.

A cidade de Venha Ver - Foto - José Correia Torres Neto
Para Dona Cabocla a pobreza naquela época era tão grande que sua mãe, Maria das Dores de Jesus, comentava que com este material, a família de Zefa de Zé Lauro se tornou “rica” do dia para a noite em Venha Ver.
Após saírem deste lugarejo, a Coluna de Revoltosos seguiu em direção a propriedade Cacos (ou Cactos), e após passarem pela Ladeira dos Miuns, estiveram na região dos sítios Tigre, Imbé, São Bernardo, Feira do Pau e na pequena área urbana da cidade de Luís Gomes.

Praça central da cidade de Luiz Gomes - Foto - Rostand Medeiros
Em Luís Gomes se repetiram as “ações revolucionárias”, com uma sequência de saques de casa residências e comerciais. Foram provocados incêndios no cartório e na agência dos correios. Já no dia 6 de fevereiro, os revoltosos deixaram Luis Gomes e o Rio Grande do Norte, adentrando na Paraíba.
Depois de deixarem terras potiguares, a Coluna de Revoltosos combateu ainda por vários estados brasileiros.

Cruzeiro nas proximidades da Ladeira dos Miuns, local de passagem dos revoltosos - Foto José Correia Torres Neto - Fonte - Livro "João Rufino-Um visionário de f´é", pág. 277
Exatamente um ano após passar por São Miguel, a 4 de fevereiro de 1927, o grupo cruzou a fronteira com a Bolívia, onde foi dissolvido.
Já seus líderes tomaram rumos diversos. Luís Carlos Prestes, o mais conhecido e respeitado de todos, inspirou o mito do “Cavaleiro da Esperança”, que durante anos alimentou aspirações das camadas médias urbanas por uma vida melhor. Em 1930 Prestes adere ao comunismo e continua fiel a esta ideologia até a sua morte em 1990. Com o passar dos anos, conforme a popularidade do antigo comandante crescia, o exemplo de sua liderança e ideais se tornam conhecidos, a Coluna de Revoltosos é esquecida e se torna a Coluna Prestes.
Para São Miguel e região, este foi o mais importante acontecimento histórico ocorrido no século passado.
Mesmo diante de um inimigo extremamente experiente e poderoso no número de combatentes, mesmo com invasão da cidade pelos revoltosos sendo inevitável, a postura de seus defensores demonstra a capacidade de luta do seu povo e merece ser lembrada sempre.

Fonte - Coleção do autor
Entretanto, na opinião deste pesquisador, este momento histórico é timidamente recordado pela comunidade e consequentemente pouco conhecido pelos habitantes mais jovens de São Miguel.
Na região oeste potiguar é notório o enorme sucesso do trabalho de resgate da memória, em relação à resistência da população da cidade de Mossoró contra o bando do cangaceiro Lampião, no dia 13 de junho de 1927.
Entretanto não podemos deixar de comentar que no dia do ataque de Lampião a esta cidade, um número em torno de 200 defensores em armas estavam preparados, em diversas barricadas, para defender Mossoró contra um grupo de cangaceiros que girava em torno de cinquenta membros.

Capa do nosso trabalho onde está inserido este artigo - Fonte - Coleção do autor
Proporcionalmente a “Capital do Oeste” teve uma nítida vantagem. Já no caso de São Miguel, sem contar o tiroteio na fazenda Riacho Fundo, protagonizado entre revoltosos e policiais, nos outros três entreveros antes da Coluna adentrar a cidade, o número máximo de defensores foi apenas de vinte e oito homens.
Mesmo fracionada, os revoltosos chegaram a esta região serrana com um número muito superior ao de cangaceiros que atacaram Mossoró. Além do mais, sem desmerecer o fato, mas não se pode esquecer que Mossoró se defendeu de cangaceiros. De bandoleiros que praticavam a rapinagem e o sequestro em larga escala. Mesmo levando-se em conta a capacidade de combate dos homens de Lampião, São Miguel tentou a defesa, considerada impossível, contra um número muito maior de calejados e motivados combatentes. Homens e mulheres comandados por alguns dos mais corajosos, idealistas e preparados grupos de oficiais que o Exército Brasileiro já formou.

Noite de autógrafos em São Miguel - Fonte - Coleção do autor
Os quatro dias da passagem do bando de Lampião em território potiguar, teve um enorme saldo negativo. Foram assassinatos, diversos sequestros, suspeitas de estupros, roubos, saques e outros tantos delitos.
Nos dias da passagem da Coluna Prestes no Rio Grande do Norte, é inegável que os revoltosos saquearam casas comerciais, em busca de medicamentos e materiais para a continuidade da luta. Várias foram às apropriações de equinos para a continuidade de sua marcha e, antes deles terem matado alguém, tiveram um dos seus combatentes morto na subida da Ladeira do Engenho.

Show do grande Raimundo Fagner em São Miguel no dia do lançamento do livro - Fonte -http://doutorseverianonews.blogspot.com
Para quem estuda o fenômeno de banditismo social ocorrido no Nordeste do Brasil entre 1820 e 1944, conhecido por cangaço, conversar com os raros sobreviventes ou suas famílias, tentar uma entrevista com muitas destas pessoas, muitas vezes é tratar de um assunto delicado, difícil e complicado, diante do que as pessoas passaram nas mãos de bandidos da pior espécie.
Já ao tratarmos do tema Coluna Prestes em São Miguel, ocorre uma situação totalmente inversa. Na região da serra as pessoas têm orgulho em contar que a “Coluna passou na minha casa”, como os descendentes de João Rufino têm ao comentarem sobre a passagem de membros da Coluna Prestes diante de sua propriedade na fazenda São Gonçalo.

Festa de lançamento, com exposição fotográfica - Fonte - Coleção do autor
Para as pessoas da região, diferentemente de Lampião, os revoltosos possuíam um ideal, eram educados, tinham um objetivo.
Apesar de serem movimentos históricos distintos em diversas características, pelo que aqui foi descrito, em nossa opinião, este momento histórico deve ser lembrado na região de São Miguel com maior ênfase, para evitar o seu total esquecimento.