Casamento, hoje? "Até que a vida os separe", responde o psicanalista. As estatísticas não o deixam mentir. Desde a década de 1980, o número de casamentos vem declinando e o de divórcio, aumentando. Quem contabiliza é o IBGE. Golpes e mais golpes fustigam a família. Menos sensível às sanções religiosas, menos atenta às tradições, ela já é chamada por cientistas sociais na Europa de "família pós-familial". Segundo estudiosos, ela só continua a existir na imaginação ou na memória.
A culpa? É do casamento, que não resistiu às mudanças. A recolução tecnológica permitiu a emancipação econômica dos indivíduos, desobrigando - os da vida familiar, até recentemente uma proteção contra as ameaças do mundo, lá fora. A Amélia - que se encarregava de lavar e passar para o marido - foi substituída pelo micro-ondas. A pílula e a emancipação da mulher alteraram definitivamente as relações dentro da família. Como se não bastasse, envolvimentos extraconjugais fascinam uns e outros, enquanto cresce na sociedade industrializada o número de pessoas que querem viver sozinha. A autofelicidade vem na frente dos cuidados entres os cônjuges e desde com os membros da família. Hoje, sou "eu", depois o "tu" e, bem mais longe, "eles". Enfim, a modernidade parece querer dispensar o casamento e a família de sua função histórica básica: garantir a nossa sobrevivência.
Retirado do Livro Histórias Íntimas, p. 227
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