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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PIO GIANTTI


               
                   Nasceu em Bozzano (Itália), a 05.11.1898, filho de Félix Gianotti e D. Maria Gianotti. Foi batizado no dia seguinte na Igreja Paroquial dos Santos Prósperos e Catarina e crismado a 15.06.1908, em cerimônia realizada pelo então Cardeal Benedetto Lorenzelli, Arcebispo de Lucca (outra cidade italiana). Iniciou os estudos religiosos aos 12 anos de idade mas só em maio de 1914 ingressaria a Ordem dos Capuchinhos (uma derivação da Ordem Franciscana), recebendo o hábito religioso no convento de Vila Basílica em junho do ano seguinte, ocasião em que adotou o pseudônimo de "Damião" (doravante passando a ser conhecido como "Frei Damião de Bozzano"). Fez votos simples, à época, e a "profissão perpétua" (1921), ordenando-se sacerdote em 5 de agosto de 1923 na Igreja de São Lourenço de Brindisi (Roma). Formado em Teologia, Filosofia e Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma 1923), lecionou em Lucca e foi vice-mestre de noviços (1925-1928). Em 1931 foi designado para missão pastoral no Brasil (Recife). Exercendo o apostolado dentro dos mais rígidos princípios cristãos, porém, estenderia sua atuação pelos diversos Estados do Nordeste, atraindo (e influenciando) multidões de seguidores. Possuidor de extraordinário Carisma, o exercício das incontáveis romarias - as chamadas "Santas Missões" - construiu um dos mais expressivos movimentos de massa, de caráter religioso, ocorridos no interior do País no decurso do Século XX. Comparável ao Padre Cícero Romão Batista (Juazeiro, Ceará), a diferença fundamental que os distingue e personaliza deriva da intensa ação política desencadeada por este último, em alguns momentos assemelhando-se mais a Antônio Conselheiro, igualmente  cearence (ambos chegaram a chefiar bandos de jagunços). Frei Damião, num estilo essencialmente ortodoxo, tradicional, cingiu-se à  mensagem evangélica, notadamente marcada por uma visão de mundo presa aos padrões ético-religiosos predominantes no princípio do século. Destarte, era radicalmente contra a maioria dos avanços, senão, proporcionados pelas encíclicas desde o Papa joão XXIII (1958-1963). No princípio de 1997 (19 de fevereiro) foi internado no hospital Português (Recife), devido a problemas respiratórios. Semanas depois teve alta, mais duraria pouco tempo: Frei Damião internado em estado desesperador, esta a manchete de uma notícia divulgada pelo Diário de Natal (edição de 14.05.1997, p.5). O texto da informação dava conta do dia anterior, acometido de um quadro vascular cerebral, segundo terminologia médica (desde 1991 foram dezessete internações em hospitais de Recife e Brasília). Era o princípio do fim: ao amanhecer do dia 27 teve morte cerebral (duraria mais alguns dias, com a utilização de aparelhos). Para o Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, Ele (Frei Damião) é o testemunho de um santo missionário que consagrou toda sua vida ao Evangelho e ao bem-estar das pessoas, logo completando: Eu também considero um santo. Faleceu em 31 de maio, e foi sepultado na Capela Nossa Senhora das Graças, construída no Convento São Félix de Cantalice, Bairro do Pina, em Recife.

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