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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ABANDONO CRIMINOSO


                       É muito triste ver o descaso com que o Brasil trata seu patrimônio histórico arquitetônico. Por falta de interesse ou por desconhecer o valor dos monumentos? Eu não sei, mais sei que em toda parte é possível encontrar um colosso da história ruindo, entregue ao abandono ou descaracterizado sem nenhuma preocupação.
                       Aqui em Pau dos Ferros, temos alguns exemplos disso: o Centro Cultural Joaquim Correia, que teve todo seu acervo extraviado e nunca mais foi reaberto, o Salão Paroquial e ex-centro de Velório que foi descaracterizado com portas de vidro e outros detalhes desastrosos  para dar lugar a uma loja ($ para a igreja), o antigo sobrado que existia vizinho à agência da Caixa Econômica, pertencente ao Sr. Leão Fernandes e que foi derrubado para dar lugar a um prédio comercial HORROROSO... e muitos outros ainda virão por ai.
                       Assim, o pouco que ainda nos resta da história da cidade está indo pro beleléu.

Israel Vianney

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PALPITE INFELIZ


                   Os próximos dois anos prometem grande alvoroço. Já começou a contagem regressiva para mais um fim do mundo. O antigo calendário maia revela que o planeta passará por uma renovação em dezembro de 2012. Para muitos, isso significa a realidade de uma profecia que nos assombra há séculos: o Juízo Final.
                   Que esses mitos encontrem terreno fértil na imaginação coletiva não é novidade. A história da humanidade está repleta de profetas e figuras santificadas pela religiosidade popular que anunciaram o fim dos tempos e a volta de Cristo. Ou de D. Sebastião, o rei Encoberto. Mas, ao que parece, eles não têm data certa para retornar.
                    À espera da batalha final entre o Bem e o Mal, homens de letras, beatos impregnados de misticismo ou religioso, com o jesuíta Antônio Vieira, profetizaram um tempo de glorias e de riquezas. ou, como os caraíbas da mitologia tupi, um mundo sem doenças nem morte.
                   Desafiando padrões, muitos que se apresentaram como profetas sucumbiram às forças da ordem que ousaram questionar. Alguns caíram nas garras da Inquisição, que abafou a voz "herética" do padre Manoel Lopes de Carvalho. Outros foram considerados loucos, como o Profeta Gentileza, que escancarou nos pilares de um viaduto a necessidade urgente de recuperação dos valores essenciais da humanidade. Quem sabe se pelo menos essa profecia não se cumpre?

FELIZ ANO NOVO!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

É NATAL, É NATAL, É NATAL....


                Chegou a época de todo mundo tentar passar uma esponja nas imperfeições, sorrir mesmo que à força e fingir que tudo está MARAVILHOSO, afinal de contas é Natal.
                Vamos seguir o resto da humanidade e fazer força para crer que existe Papai Noel, que não sabemos que foram cortadas verbas na esfera federal para educação e para a ciência e tecnologia, que não fomos informados que os deputados mais uma vez aumentaram em 100% os seus salários, que Dona Dilma acenou com a diminuição do crédito para as camadas populares, entre outras coisitas mais.
                No fundo, há uma força muito poderosa por trás do espírito natalino, imagine nós nordestinos, decorando a casa com pinheiros, neve artificial, renas, bonecos de gorro...
                Que coisa Louca!!!
                Mas... Para não destoar das outras pessoas... Quero que todos vocês leitores tenham um Feliz Natal!!!

                How, how, how!!!

Equipe Cultura Pau-ferrense

- Israel Vianney
- Janiéle Aquino
- Dgenane Pessoa

DESCASO


                A agência da Caixa Econômica Federal em Pau dos ferros tem tratado com muito descaso os funcionários municipais que recebem proventos naquela casa. Desde setembro que recebemos pagamento com atraso e  a desculpa é sempre "falha no sistema".
                Por que esse sistema só entra em pane no período de pagamento?
                Hoje são 21 de dezembro e a 2ª parcela do décimo terceiro ainda não entrou nas contas.
               Vai virar rotina??

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PAUFERRENSE NO PÂNICO

                O Professor de Educação Física e coreógrafo, Angêlo Rocha foi entrevistado pela equipe do "Pânico na TV" quanto faziam a cobertura do CARNATAL 2010.
                A matéria foi ao ar ontem (19/12) e será reprisado sexta-feira (24/12) Kojado, como o conhecemos trabalha num hotel da Via Costeira como monitor de esportes aquáticos.

ELEIÇÃO DO SINDSAUDE


               É grande a expectativa para a eleição do SINDSAUDE. Nos corredores do Hospital Regional os votos são disputados fortemente pelas chapas, capitaniadas por Edneudo Fernandes (Chapa 2) e Jaqueline Sampaio (chapa 1).
              O pleito acontecerá nos dias 21 e 22 de dezembro.
              Vamos aguardar!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

PARABÉNS!!

                 Ontem à noite estive na cidade de Marcelino Vieira acompanhado do meu amigo Genário Pinheiro para prestigiar o grupo de Teatro "Amigos da Arte" que é coordenado pelo talentoso Erinaldo e Cia.
                 Através do projeto "Avivar Culturas e tradições" o grupo mais uma vez Arrasou num espetáculo de concepção simples, mas com muita empolgação do elenco, o que já não é mais surpresa pra ninguém.
                 Parabéns a todos!!
                 Aguardo fotos!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

TORTURA PARA TODOS


                    Os canais de TV aberta vivem uma crise sem precedentes de ideias que agradem ao público. Com a comodidade do controle remoto, ficamos o tempo todo a mudar de canal na tentativa de encontrar algo interessante.
                    Os telejornais se enquadram muito bem na afirmação de que "quem viu um, viu todos", com algumas exceções àqueles que adoram uma tragédia. Há jornalistas tão imbecis que não respeitam nem pessoas em coma, querem entrevistá-las de todo jeito.
                     Já observaram que quanto mais barra-pesada for a matéria, mais tempo ela demora no ar? tenho a ligeira impressão que o mercado de filmes de terror esteja amargando prejuízos numéricos, pois já há produções demais em andamento.
                    O melhor disso tudo é que a Rede Globo anda perdendo feio para outros canais, principalmente em programas humorísticos. O "Casseta e Planeta" que era um máximo, não faz rir nem mais o mais bobinho dos seres e o "Zorra Total" todo mundo já sabe de cor. Viva o Pânico e o CQC, isso sim é que é novidade.
                    Gente, e que programa besta aquele do Faustão??
                    Santa Maria Madalena... !!!

Pauferrense Edivan Silva será um dos conferencistas da Jornada Nacional de Educação


                 Nos dias 17, 18 e 19 de dezembro de 2010 acontecerá a Jornada Nacional de Educação na cidade de Afonso Bezerra-RN e a entrega do Prêmio Mérito Educacional – Profª Gildecina Bezerra. O pauferrense Edivan Silva será um dos conferencistas do evento, ao lado de feras como:  Jairo de Paula (SP), Edilene Castro (BA), Dr. José Pacheco (Portugal), Pedro Demo (DF), Wilson Azevedo (RJ) e Celso Antunes (SP). Será uma palestra de Motivação cujo tema falará de: “Dilemas e desafios do Professor na atualidade”. Edivan Silva também é nome certo nos diversos eventos das Semanas Pedagógicas de 2011, cujo objetivo será aprimorar e capacitar os profissionais da Educação com sua palestra show. Maiores informações através do site do escritor www.edivansilva.com.br  ou pelos fones (84) 8893 6570/ 9988 0523.

OCORRÊNCIAS MARCANTES NA VIDA DO MUNICÍPIO II

       - Revolução do "Quebra-Quilos" - 1874 

                      A revolta ou insurreição do "Quebra-Quilos" foi uma decorrência do estado de insatisfação e ignorância generalizada a que foram levadas as massas incultas da região nordestina pela implantação do sistema métrico decimal cuja lei determinante fora aprovada desde 1862 e que só dez anos depois seria posta em execução. Ao repúdio contra o sistema métrico decimal se juntaria a onda de terror e arbitrariedades voltada contra o recrutamento militar que se processava sob os mais revoltantes critérios de favoritismo políticos e interesses escusos. Além da violência na distribuição dos pesos e medidas houve incêndios em arquivos de cartório, repartições públicas, depredações e demonstrações de hostilidade contra comerciantes, autoridades fiscais, etc. Na cidade de Pau dos Ferros (vila na época) não se registravam danos, depredações e outros atos de rebeldia. Porém, no então povoado de Vitória (hoje Marcelino Vieira), grupos de fanáticos e arruaceiros vindos da Paraíba cometeram toda a sorte de violências e arbitrariedades causando verdadeiro terror aos habitantes da pacata povoação. Cenas semelhantes haviam praticado em Luiz Gomes ferindo inclusive algumas pessoas que resistiram aos fanáticos. Vitória à época, pertencia ao município de Pau dos Ferros, o que justifica esse registro.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

OCORRÊNCIAS MARCANTES NA VIDA DO MUNICÍPIO I


       - Tentativas de sublevação da ordem pública

                 Em meados do ano de 1935, partidários da Aliança Liberal (Ala radical) procedentes do município de Luiz Gomes invadiram a cidade de Pau dos Ferros. Tinham como chefe revolucionário o Sr. Baltazar Meireles, proprietário e agricultor naquele município serrano.
                  O grupo constituído de elementos filiados aos liberais, tinham como objetivo central destituir o então governador Rafael Fernandes de suas funções e implantar um novo governo fundamentando nas estruturas liberais  que a aliança havia pregado e feito bandeira de luta ideológica.Graças  a interferência benéfica e pacificadora  do sr José Meireles,filho de Baltazar e elemento de prestigiosa influência na sociedade  pau ferrense onde exercia a função de  coletor federal,não se registraram cenas de violência e depredações no comercio e em residências particulares de adversários políticos,com raras exceções.
      Em Caraúbas,o grupo foi disperso tendo seus intentos fracassados em virtude da consolidação do poder governamental firmado na capital e em outros pontos de importância do estado.O movimento perdera o seu significado pela inconsistência política.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JESUÍNO BRILHANTE


                  Ficaria conhecido pela alcunha de "Jesuíno Brilhante". Nasceu no Sítio "Tuiuiu", no município de Patu (1844), filho de um sertanejo que tinha o mesmo nome: Jesuíno Alves de Melo Calado. Foi caçador e comboieiro, "destemido e valente". Tornou-se cangaceiro, chefe de bando, e muitas vezes aterrorizou as áreas de sua atuação, mostrando-se cordato, não obstante, com os mais humildes. No decurso de curiosa agitação popular contra mudanças no sistema de pesos e medidas, movimento denominado "quebra quilo", ocorreram arruaças lideradas pelo seu grupo, a cujo desempenho se atribuía "cavalheirismos" e "pervecidades". Seus maiores assaltos se deram na cidade de Martins e à cadeia pública de Pombal. Cascudo designa-o como o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, espécie matuta de Robin Hood..., costumando defender os mais fracos. Foi emboscado em Brejo do Cruz na Paraiba, vindo a falecer em seguida (1879), com apenas 35 anos de idade.

PIO GIANTTI


               
                   Nasceu em Bozzano (Itália), a 05.11.1898, filho de Félix Gianotti e D. Maria Gianotti. Foi batizado no dia seguinte na Igreja Paroquial dos Santos Prósperos e Catarina e crismado a 15.06.1908, em cerimônia realizada pelo então Cardeal Benedetto Lorenzelli, Arcebispo de Lucca (outra cidade italiana). Iniciou os estudos religiosos aos 12 anos de idade mas só em maio de 1914 ingressaria a Ordem dos Capuchinhos (uma derivação da Ordem Franciscana), recebendo o hábito religioso no convento de Vila Basílica em junho do ano seguinte, ocasião em que adotou o pseudônimo de "Damião" (doravante passando a ser conhecido como "Frei Damião de Bozzano"). Fez votos simples, à época, e a "profissão perpétua" (1921), ordenando-se sacerdote em 5 de agosto de 1923 na Igreja de São Lourenço de Brindisi (Roma). Formado em Teologia, Filosofia e Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma 1923), lecionou em Lucca e foi vice-mestre de noviços (1925-1928). Em 1931 foi designado para missão pastoral no Brasil (Recife). Exercendo o apostolado dentro dos mais rígidos princípios cristãos, porém, estenderia sua atuação pelos diversos Estados do Nordeste, atraindo (e influenciando) multidões de seguidores. Possuidor de extraordinário Carisma, o exercício das incontáveis romarias - as chamadas "Santas Missões" - construiu um dos mais expressivos movimentos de massa, de caráter religioso, ocorridos no interior do País no decurso do Século XX. Comparável ao Padre Cícero Romão Batista (Juazeiro, Ceará), a diferença fundamental que os distingue e personaliza deriva da intensa ação política desencadeada por este último, em alguns momentos assemelhando-se mais a Antônio Conselheiro, igualmente  cearence (ambos chegaram a chefiar bandos de jagunços). Frei Damião, num estilo essencialmente ortodoxo, tradicional, cingiu-se à  mensagem evangélica, notadamente marcada por uma visão de mundo presa aos padrões ético-religiosos predominantes no princípio do século. Destarte, era radicalmente contra a maioria dos avanços, senão, proporcionados pelas encíclicas desde o Papa joão XXIII (1958-1963). No princípio de 1997 (19 de fevereiro) foi internado no hospital Português (Recife), devido a problemas respiratórios. Semanas depois teve alta, mais duraria pouco tempo: Frei Damião internado em estado desesperador, esta a manchete de uma notícia divulgada pelo Diário de Natal (edição de 14.05.1997, p.5). O texto da informação dava conta do dia anterior, acometido de um quadro vascular cerebral, segundo terminologia médica (desde 1991 foram dezessete internações em hospitais de Recife e Brasília). Era o princípio do fim: ao amanhecer do dia 27 teve morte cerebral (duraria mais alguns dias, com a utilização de aparelhos). Para o Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, Ele (Frei Damião) é o testemunho de um santo missionário que consagrou toda sua vida ao Evangelho e ao bem-estar das pessoas, logo completando: Eu também considero um santo. Faleceu em 31 de maio, e foi sepultado na Capela Nossa Senhora das Graças, construída no Convento São Félix de Cantalice, Bairro do Pina, em Recife.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

HEMETÉRIO FERNANDES RAPOSO DE MELO

                Nasceu em Pau dos Ferros, a 03.10.1869, filho de Manoel Hemetério Raposo e D. Umbelina Fernandes de Melo. Iniciou seus estudos em Ceará-Mirim, concluíndo o secundário em Recife e, também naquela Capital, cursando Direito, bacharelando-se em 1893. Foi Juiz de Direito em Martins, Mossoró e Ceará-Mirim; Chefe de Polícia (1908), durante a segunda gestão do então Governador Alberto Maranhão; Secretário de Governo e Procurador Geral, no Governo Ferreira Chaves, e desembargador, chegando à presidência do Tribunal de Justiça (1921-1926), quando se aposentou do serviço público. Foi o fundador do Instituto da Ordem dos Advogados (1932) e seu primeiro presidente; o organizador do Código de Processo Civil e Comercial do Estado (lei nº 551, de 11.12.1922); o relator da comissão de juristas que procedeu à revisão e consolidação das leis da organização judiciária. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Para Cascudo, Era o maior advogado da época, depois de ter sido juiz magnifico (História do Rio Grande do Norte, p. 501). Faleceu em Natal, a 30 de agosto de 1932.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PATRONATO ALFREDO FERNANDES - 64 ANOS SERVINDO A PAU DOS FERROS


                Desde 08 de dezembro de 1946, a partir do lançamento de sua Pera Fundamental, o Patronato Alfredo Fernandes, vem se destacando na história de Pau dos Ferros. Tendo como idealizador e responsável por esta brilhante obra social, o vigário desta paróquia, Padre Manoel Caminha Freire Andrade(IN MEMORIAN).
                Este, sonhava em criar uma instituição prestadora de assistência social e cristã que atendesse à comunidade pau-ferrense e municípios circunvizinhos. Seu sonho foi realizado em 27 de novembro de 1953, com a inauguração desta obra que recebeu o nome do Sr. Alfredo Fernandes em reconhecimento à sua valiosa doação do terreno. Começou a funcionar com a chegada das irmãs de caridade da Ordem de São Vicente de Paulo. A superior irmã Barreira e suas auxiliares que desenvolviam trabalhos voltados para a formação religiosa, vocacional e profissional, contando com a colaboração de diretorias formadas por pessoas da comunidade.
               Sob o regime de Internato e Externato, em 1957, saiu a primeira turma de Concluintes do Curso Primário.
               Apesar dos obstáculos que contribuíram para a extinção do Internato, em 1966 os trabalhos continuaram com recursos oriundos da comunidade e de outras entidades filantrópicas e a escola passou a ser conveniada com a Secretaria de Estado da Educação da Cultura e dos desportos, passando a ser dirigido voluntariamente.
               Em seu Jubileu de Ouro, foi reformado com o apoio da comunidade escolar e local, período em que a escola foi incorporada à Rede Estadual de Ensino, ministrando primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental.
              Ao longo dos anos o Patronato Alfredo Fernandes mantém a prestação de serviços sociais e religiosos, dentre os quais destacam-se: Pastoral nos Bairros, Grupo de Idosos "Alegria de Viver", Movimento Marial Vicentino, Catequese, Infância Missionária, Educação Infantil em caráter particular, Pastoral do Batismo, Grupo de Jovens Juventude Marial (JUMIC), encontros de cunho pastoral, educacional e social.
              Ente ano, esta instituição completará 64 anos de serviços prestados à comunidade pau-ferrense e com muita alegria agradece à valiosa colaboração de todos aqueles que durante todo o período de sua existência contribuíram para sua manutenção e sustentação, com o intuito de servir sempre melhor.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

FESTA? QUE FESTA?


                Até a pouco tempo, todos os pau-ferrenses ficavam numa grande expectativa pelos festejos alusivos à nossa padroeira N. Srª. da Conceição.
                Esse ano, depois de todo randevú que aconteceu nos bastidores da paróquia, uma nova tempestade varreu de uma vez só várias tradições perpetuadas há décadas.
                Não há mais fogos de artifício, a procissão virou uma coisa muito estranha denominada "Motoromaria" com um percurso absurdamente longo, as homilias superficiais e a bateria? Também foi banida. Pra fechar com chave de ouro, a ausência de um parque de diversões para a criançada.
                não há fé que resista a tanto desinteresse. Alguém  pode me explicar o que esta acontecendo? Duvido que essas mudanças foram sugeridas por um pau-ferrense nato. Enquanto isso... acontece uma fuga em massa para as igrejas evangélicas.

BEM FEITO!

Israel Vianney

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

OS PAU-FERRENSES CAMPEÕES


fotos retiradas do Portal Uol


                Os estudantes da Escola Estadual Tarsísio Maia, Sara Viviane de Almeida Oliveira e Alexandre Mateus de Queiroz foram vencedores nacionais nas Olimpíadas de Língua Portuguesa, ela na categoria crônica e ele na categoria poesia.
              Foram verdadeiros momentos de glória em Brasília na entrega da premiação, com direito à presença do Presidente Lula, Ministro da Educação, atores da rede globo e show com Adriana Calcanhoto.
                A Escola está na expectativa pela chegada da equipe, que conta com os pais dos alunos, a diretora da escola e das professoras orientadoras.

Amanhã traremos mais detalhes e fotos
Abaixo a crônica e poesia vencedoras:


Eu, tu, eles e nós


                   Não diria que esse fato é comum apenas onde moro, porque não é. Mas, em meio a essa euforia ufanista e ao otimismo em que nosso país se encontra, diria que as pessoas preferem vendar seus próprios olhos para não vê-los em qualquer lugar: tentar mantê-los, de alguma forma, escondidos em becos tétricos; ignorá-los até é muito comum. Eles não parecem importantes, mas estão sempre lá, quer você os veja, quer não.
                 Eu particularmente prefiro não ir a festas. Parece-me um mundo à parte comandado pelo nosso mundo, e essa junção me aterroriza. Na ocasião a que me refiro, porém, estava eu na feira promovida pelo município para comemorar sua emancipação política, a Finecap. Não me orgulho de dizer-lhes isso, mas aquela foi a primeira vez que eu notei que eles existiam. Certamente, muitos deviam ter percebido antes de mim, mas em uma festa tão importante quem se importaria com eles? A noite seria longa para todos... Para eles, principalmente.
                   Estava eu em uma barraquinha de sorvetes que ficava no centro da feira, próximo ao palco. Meus pais pediram uma pizza, um sorvete para mim e minha irmã, pizza novamente, mas para meu avô. Sentei em uma cadeira de ferro dobrável próxima a uma mesa amarela, já meio enferrujada, de modo que ficasse de frente para as pessoas. O vento começava a ficar frio com a chegada das altas horas, porém mais e mais pessoas chegavam conforme os
ponteiros do meu relógio avançavam. Alguns olhavam os estandes, outros, como eu, ficavam com a família em barracas de lanche, enquanto a grande maioria esperava a chegada das bandas que iriam tocar. É sempre assim. Ninguém vem pelos eventos culturais, apenas para dançar até o dia seguinte.

                   Enquanto tomava meu sorvete e minha família conversava, passei a observar o ir e vir incansável das pessoas. Eram muito diferentes, percebia-se logo; entretanto, estavam todos vestidos com o mais apurado esmero; compraram perfumes franceses especialmente para a ocasião. Meninas de chapinha e de jeans muito justos, maquiagem e sempre alguma bijuteria. Os garotos passavam conversando, com seus cabelos moicanos reluzentes pelo gel, exibindo seus tênis novos em folha. Crianças com suas roupinhas infantis recém-compradas diante da aglomeração e dos vendedores de pulseiras brilhantes, sempre de mãos dadas firmemente com seus pais. Os adultos, também elegantes, esbarravam vez por outra neles, os únicos com roupas gastas e desbotadas. Não pediam desculpas. Seguiam em frente como se não valesse a pena olhar para trás, ou mesmo para a raquítica mão estendida que pedia tantas vezes uma moeda.

                  Os garotos magrinhos passavam carregando sacolas repletas de latinhas de alumínio que amassavam com os pés. A tez morena era quase unânime, variando bastante nos tons. Os cabelos negros, despenteados e malcuidados, balançavam ao vento por precisarem já de corte. Alguns usavam sandálias visivelmente velhas e desgastadas. Muitos andavam de pés descalços. Carregavam no olhar inquieto contraste: a esperteza que eram obrigados a ter para sobreviver e, ao mesmo tempo, temor.
                   Eles eram muitos, por toda parte. Anônimos em meio a tanto garbo, procuravam meios de superar suas não poucas dificuldades, em silêncio. Não reclamavam de parecerem invisíveis.

                   Voltei a mim quando minha mãe me chamou para irmos assistir ao show. Percebi que o sorvete acabou derretendo. Não importava. Nesse momento, a minha venda acabara de cair, e se manteria assim desde que o espectro do egoísmo não voltasse a reatá-la.
                   Lembro-me de que no dia seguinte falei sobre todos eles a quem eu conhecia, para que também suas vendas caíssem e passassem a valorizar a existência desses que por aí vivem como se não fossem também parte de nós. Talvez, se o fantasma do egocentrismo voltar a assombrá-los, terão para combatê-lo uma certa luz denominada solidariedade, que orientaria não só eles, mas você, eu, nós.


Cidade marcada a ferro


Se acaso “ocê” tiver tempo
para uma história escutar
vai conhecer nessa prosa
um pouco do meu cantar
que é história que se canta
quando se conta um lugar.
Quando essa terra, seu moço,
não tinha o nome que tem
era um simples povoado
que abrigava homens de bem,
senhores donos de gado
e gente humilde também.
Uma frondosa oiticica
o centro dali marcava
e ali sentavam vaqueiros
que da lida descansavam
e o tronco daquela árvore
a ferro forte marcavam.
De marcar com precisão
o tronco com quente ferro,
ferro que ferrava o gado,
ferro com que o homem ferra,
deram a minha cidade
o nome de Pau dos Ferros.
Pois dessa terra, seu moço,
o tempo fez outro povo:
homem que andava a cavalo,
sem rodovia e semáforo,
estacionamento ou carro,
hoje vê um mundo novo.
O pão de cada manhã
do “trigo” de cada dia,
o povo tirava da terra,
do que plantava, comia,
hoje muito do que compra
vem de outra freguesia.
Um céu de lua e de estrelas
encantava os namorados,
hoje, luzes amarelas
não deixam tão encantados
casais que enfeitam as praças
a andar de braços dados.
Há, porém, nessa terrinha
que Deus do céu povoou
um povo simples e alegre
feito mariposa em voo.
Valente feito lagarta,
que do casulo voou.