NOVOS TEMPOS, NOVAS FORMAS DE ENSINAR E DE APRENDER.
Hortência Pessoa Rêgo Gomes-
hortenciapessoa@bol.com.br
A sociedade muda. Mudam
os conceitos, os valores, as formas de comunicação e a forma como executamos
até as tarefas mais simples. As máquinas substituem o homem nas mais variadas
funções, das mais simples às mais complexas, como controlar o trânsito ou
realizar cirurgias cardíacas, acompanhadas por médicos que estão a milhares de
quilômetros de distância.
A educação, mais
precisamente a escola como principal instituição responsável pela educação
formal, não poderia ficar de fora. Com o avanço dos meios de comunicação, o
ensino pode se espalhar pelos mais variados espaços do mundo. Comunidades ou
indivíduos que não teriam acesso à educação formal podem contar com variadas
formas de ensino a distância. Além da
escola, o indivíduo pode aprender através da televisão, cursos por
correspondência, rádio, telecursos, Internet, entre outras maneiras de
acesso ao conhecimento.
Desde os tempos mais
remotos os seres humanos buscam novas formas de comunicação e transmissão do
conhecimento. O surgimento da linguagem proporcionou a troca de informações
entre os indivíduos, principalmente das informações mais importantes para a
sobrevivência dos grupos, perceptível no filme “A Guerra do Fogo”, cujo domínio
do fogo era imprescindível para a sobrevivência do grupo. Com o surgimento da
escrita, esse conhecimento pode ser registrado e perdeu o caráter efêmero.
Conhecimentos adquiridos puderam ser registrados, transportados e armazenados,
ficando à disposição de quem quiser consultá-los, primeiro com os pergaminhos e
posteriormente com os livros. Durante a era das grandes navegações a
popularização das viagens intercontinentais propiciou a troca de conhecimentos
entre povos de diferentes culturas, o desenvolvimento nos meios de transporte
acelerou essa permuta entre as populações dos mais variados
pontos da Terra.
Os jornais, primeiro meio de acesso popular às notícias,
eram acessíveis apenas às classes mais
abastadas das cidades, excluindo a maioria da população pobre e analfabeta do
acesso à informação e ao conhecimento. Com a invenção do rádio, as notícias
passaram a invadir os lares. Até quem não sabia ler podia acompanhar aos noticiários e radionovelas transmitidos diariamente. O
grande avanço deu-se com a televisão. Além do som, a televisão proporciona a
visualização da imagem, que torna esse meio de comunicação mais atrativo. Com a
popularização da televisão, a população mais pobre pode ter acesso às notícias
e ao conhecimento científico mais recente, democratizando o saber.
Os computadores, antes
equipamentos gigantes e lentos, ficam a
cada dia menores e torna possível a mobilidade
dessas informações. Cada vez
mais modernos, os computadores são vistos
como o futuro das mais modernas formas de comunicação e aprendizagem. Chegando-se a questionar a substituição de
professores por estes equipamentos, num futuro próximo, provocando um receio
nesses profissionais de perder sua importância social e função como mediadores
do conhecimento.
No filme “2001: uma
odisseia no espaço”, os computadores são tão “evoluídos” que pensam pelos seres
humanos, retiram destes até a obrigação de se responsabilizar por uma missão
espacial. As chamadas inteligências artificiais, retratadas em filmes como AI:
inteligência Artificial (2001,, Steven Spielberg), Eu, robô (2004, Alex
Proyas), O Homem Bicentenário (1999, Chris Colombus), Assassino Virtual (1995, Brett
Leonard), O Exterminador do Futuro ( 1984, James Cameron) substituiriam o homem
nas mais variadas tarefas, não apenas aquelas consideradas mecânicas, mas
também subjetivas e apresentam emoções como o amor, a empatia. o medo e a arrogância, típicas do ser humano.
Com o avanço nas formas
de comunicação e transporte, os seres humanos puderam democratizar o acesso à
educação formal e informal. Os primeiros cursos à distância foram criados no
século XIX, na Europa. A partir daí, foram criadas e melhoradas diversas formas
de democratização do saber. Através do rádio, dos cursos pelos correios, pela
televisão e, mais recentemente com a Internet.
A televisão está
presente na maioria dos lares brasileiros, levando informações para todas as
classes sociais. Programas educativos, noticiários, novelas, cursos de educação
à distância, os telecursos são
acessíveis à população, mostrando-se como um dos instrumentos para a inclusão
social e melhoria da qualidade e quantidade da educação. Os canais educativos
como TV Escola, Canal Futura são exclusivamente voltados para a educação,
ampliando o leque de opções para a educação fora do ambiente escolar. Os
telecursos como o Telecurso 2000, veiculado pela Rede Globo, é voltado para
trabalhadores que não puderam estudar em tempo hábil e precisam ampliar seus
estudos para permanecerem no mercado de trabalho. Algumas empresas utilizam
esse programa para formar seus funcionários e reproduzem seus programas num
ambiente dentro da própria empresa.
Os cursos
profissionalizantes por correspondência permitem que pessoas façam cursos que
não estão disponíveis em suas regiões, sem contar que o estudante faz seu
horário de estudo, geralmente de acordo com seu horário de trabalho.
A Internet é uma das mais recentes fontes de
informação, comunicação, transmissão e troca de conhecimento. Por meio desta,
temos acesso aos mais variados conhecimentos disponíveis na atualidade. Podemos
trocar informações com pessoas nos mais variados pontos do planeta e acessar
sites que dispõem das notícias mais atualizadas, livros digitais e uma grande
quantidade de informações, que podem se tornar conhecimento.
Apesar das várias fontes
de informação disponíveis, não podemos chamar essa geração de “sociedade do
conhecimento”, mas “sociedade da informação”, pois com a sobrecarga de
informações que invadem nosso dia a dia, nem sempre nos preocupamos em
selecionar aquelas que nos serão mais úteis. É importante que, dentre todas as
fontes de informação disponíveis, possamos selecionar as informações mais pertinentes
e transformá-las em conhecimento real. Essa enxurrada de equipamentos permite o
acesso aos meios de comunicação, mas não gera conhecimento. É preciso que os
utilizemos como meio para buscar o conhecimento real, não como substitutos do
pensamento e da crítica reflexiva, acerca dos conteúdos disponíveis. Essa
percepção é notada no filme “Muito além do Jardim”, no qual um jardineiro
analfabeto obtém informações através da televisão, mas não se prende a nenhum
conhecimento específico, mudando de canal o tempo inteiro. Obtém informações
mas, não as transforma em conhecimento.
A cada instante somos
bombardeados por milhares de informações que chegam até nós através dos mais
variados meios: televisão, o rádio, revistas, jornais, livros e Internet. Essas
informações não são armazenadas na totalidade em nossos cérebros. Cabe a cada
um selecionar as informações mais importantes e transformá-las em conhecimento,
utilizando-o para a melhoria das condições de vida de cada um e da
coletividade. Os cursos de educação à distância são uma forma de democratização
do saber, que modificaram a maneira de ensinar e aprender nos últimos anos,
visto que professores e alunos ficam separados no tempo e no espaço, mediados
pelas tecnologias.
Muito interessante. Parabéns
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