03

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

AINDA DO ALTO DO AÇUDE II

A primeira matéria sobre o bairro Alto do Açude causou uma repercussão muito positiva e um afago à toda equipe, porém muitos lembretes nos foram feitos através de e mails, telefonemas e nos encontros casuais. Realmente fomos muito limitados, massssssssssssss....aqui estamos para abordar outros ângulos do tema em questão.
 Até meados da década de 1980 o açude 25 de março era a nossa "Copacabana" nos meses em que sangrava. Era o programa predileto do Pauferrense, tomar banho no açude, se arriscar no sangradouro, flutuar sobre bóias improvisadas de câmaras de ar de pneus, cavaletes feitos de caule de bananeiras e as famosas "Cabaças"(fruto do cabaceiro). Cheguei até a  "Gazear" aula para me misturar à multidão que afluía ao 25. Quando a sangria extrapolava Hum metro de altura, o acesso ficava proibido, pois correríamos o risco de parar no mar, além do mais morto. Aconteceram vários casos de afogamento, lembro-me inclusive de um caso que envolveu dois irmãos ainda crianças que morreram juntos.  Mas desceram também vacas, ovelhas, grandes ilhas de capim, nos chamados remansos.
 O Dr: Licurgo Nunes Quarto me enviou uma foto via Facebook, possivelmente da década de 1950,maravilhosa, em que ele e alguns irmãos e amigos estão bem acomodados na parede do referido açude. Pena que não consegui transferir para ilustrar esse artigo (ainda vou tentar outras vezes). Recebi também relatos bem ilustrativos do Querido Dr: João Escolástico Filho que me motivaram  a publicação de mais uma matéria.
 Quanto aos personagens conhecidos,quero lembrar das "Alfredas", que vendiam chupetas de mel queimado com um sabor inconfundível, as "Colher de pau"(solteironas que quando insultadas jogavam excrementos pela janela: fezes, urinas e o que tivesse mais próximo). Dona Augusta sorridente que vendia deliciosos lanches à frente do patronato durante o intervalo(Principalmente as tapiocas com côco, bem úmidas) Seu Silvestre e Dona Chiquinha que chegaram aos cem anos de idade, Dona Lindalva e seu Adalto Fernandes (casal respeitadíssimo e muito religioso e conciliador, ambos falecidos), Odete de Manoel de Mocinha que vendia Alfinins e cocadas no patronato e também pelo bairro e também "Das dores" de numerosa família ,mas sempre alegre e festeira(faleceu recentemente).
 As vazantes são um capítulo à parte, pois além de riquíssimas em variedade de frutas e hortaliças, também havia capim para o gado, azeitonas pretas deliciosas, cajus, Mangas em abundância, Batata-doce, pitombas e ervas medicinais. Hoje as construções invadiram seu espaço e resta talvez  Dois por cento do que havia nos anos anteriores à década de 1990. 
 O açude , além de aterrado, recebe esgotos não tratados e tudo aquilo que era mágico, virou um filme de terror.
               Israel vianney

Um comentário:

  1. Caro blogleiro,sua postagem é como se fosse para min,pois também sou ator dessa hístória de cenário tão encantador.Fico triste em saber desse crime ambiental( Ligações clandestinas e aterro).Proponho-lhe,com humildade,postagens à respeito dos voluntários da pátria que passaram aí;Susana não foi sua vizinha?

    ResponderExcluir

As postagens que venham a desrespeitar moralmente ou legalmente a algo ou alguém, serão excluidas.. Para evitar que isso aconteça evite esses tipos de comentários.. Desde já agradecemos..