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quarta-feira, 25 de março de 2015

MATA BURRO Por Licurgo Nunes Quarto






É um dispositivo que impede a passagem e consequente saída de animais (bovinos, equinos ou muares) de uma propriedade rural, bem como impede a entrada de animais estranhos - alheios - à mesma. 
Consiste na colocação de estrados – de ferro, madeira ou concreto - que, instalados, com espaços entre eles e por sobre um fosso – buraco - funciona como ponte para automóveis, mas que impossibilita que os quadrúpedes passem, sob pena de, ao pisarem nos citados estrados, caiam no fosso. 
Os mais modernos mata-burros são construídos de aço (canos de aço, ou mesmo trilhos de estrada de ferro) pois são mais resistentes, dispensando, portanto, a necessidade de substituições e manutenções constantes, diferente dos antigos mata-burros de madeira ou concreto.
São instalados obrigatoriamente ao lado de uma cancela, para que esta permita o acesso dos citados animais.
São várias as vantagens e benefícios oriundos da existência de um mata burro em uma propriedade rural. Entre esses benefícios, poderia citar alguns, como:
1 - Impedir o acesso de animais estranhos, forasteiros – e que por acaso estejam contaminados com alguma doença – não venham a contagiar o rebanho com alguma patologia, como brucelose, febre aftosa, mastite, doença do casco, tuberculose, leptospirose, etc.
2 – Evitar que algum animal que escapou do curral ou de um cercado, saia da propriedade e se perca, ficando perambulando pelas estradas;
3 – Facilitar o acesso de automóvel, uma vez que não há necessidade de abrir cancela nenhuma. Esse fato, aliás, está sendo de grande importância nos dias atuais, uma vez que – a exemplo das cidades – a violência urbana chegou ao campo, e o ato de parar o automóvel para abrir uma cancela tornou-se um fator de alto risco; o condutor do veículo, bem como os demais passageiros, ficam vulneráveis a uma emboscada, a um atentado, a um assalto!
Na Fazenda Galeão – distante 02 km da Cidade de Marcelino Vieira – RN - atribui-se ao “mata burro” - instalado há muito tempo - a inexistência de ocorrência de qualquer doença – comum nas suas cercanias – que afetasse o seu rebanho. É que o seu proprietário, Desembargador Licurgo Nunes, sempre preocupado com a saúde animal do seu criatório, prezava em manter bem conservado tal equipamento, assim como era rigoroso no sentido de recomendar conservar fechada a cancela instalada ao lado, sem se descuidar da vacinação periódica de todo o rebanho, missão esta desempenhada pela grande figura humana – o Joaquim Osório – Veterinário prático; pessoa amena e cordeira.
Quanto a esse mata burro – equipado na entrada da Fazenda Galeão – há um fato hilário e que ficou marcado em todos nós que convivemos à época:
“Corrinha” – Maria do Socorro Silvestre da Silva, filha caçula do casal João Silvestre/Maria Vieira – Gerentes da Fazenda Galeão – quando aprendeu a dirigir automóvel, e achando que já era perita no mister, saiu dirigindo um “Chevette” de Marcelino Vieira à fazenda. Passou pelo “Rio Panatís” - seco à época - por sob as frondosas e seculares oiticicas existentes no caminho, pela “Várzea de Laurindo Preto”, e ao chegar à entrada da Fazenda e tentar passar pelo citado mata burro, não teve o devido controle emocional – ou “munheca” suficiente – e deixou que o carro caísse a sua lateral no fosso que compõe o equipamento; acontecimento inédito, inusitado! Formou-se, então, uma força tarefa constituída por uma turma de moradores fortes para retirar o veículo do buraco. Ronildo, Cláudio, Manezinho, Chicão, João Pequeno, Manezão, Cuíca, Zé Bezerra, Zé Vitor, Zé de Ronildo, Babá e o próprio João Silvestre resolveram logo o problema, alçando o veículo, avariado na sua suspensão e lataria.
Desnecessário dizer que esse fato fez com que o mata burro passasse a ser denominado de “Mata burro de Corrinha”, em uma homenagem à autora do feito!
Observação: as fotos dos mata burros são ilustrativas e foram obtidas no google!

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