![Imagem1](http://tokdehistoria.files.wordpress.com/2012/07/imagem1.jpg?w=211&h=300)
Autor – Clerisvaldo B. Chagas
Fonte – http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/
Alagoas, no geral, sempre foi um estado quase arredio para assunto de
cangaço e para cantador repentista. Talvez, pelo gosto mais reservado
para esses temas, não tenha havido repercussão por aqui do livro
embargado pela Justiça “Lampião, o Mata Sete”, do juiz Pedro de
Morais. Grandes repentistas e famosos livros sobre Lampião também não
causam impacto nenhum no “Paraíso das Águas”, assim como já antevejo o
nosso “Lampião em Alagoas”, cujo esforço está concentrado para o lançamento ainda este mês.
Embargado pela Justiça, através da família Ferreira, “Lampião, o Mata Sete”, conseguiu
escapar com alguns exemplares, lidos por abnegados pesquisadores do
tema cangaço. Alguns ficaram horrorizados com as baboseiras e delírios
do autor (um verdadeiro Zé Limeira cantador do absurdo). Confesso que
não li o citado livro que, mesmo clandestino, não circulou por essas
bandas. Reagindo aos sonhos eróticos do juiz, surgiu na praça um
veemente protesto comandado pelo livro antagônico “Lampião contra o Mata Sete”, do
delegado de polícia, estreante na Literatura e como novo escritor do
cangaço, colunista, “blogueiro” e pesquisador Archimedes Marques, no
estado sergipano.
Quando o escritor atinge certa idade, reduz quase a zero a sua
leitura livresca em troca das escritas frenéticas como a querer
reconquistar o tempo. Pela minha parte, abri exceção para o início da
frase acima, ao receber o calhamaço de 552 páginas do homem da lei
Archimedes Marques. Há muito, não passando de , uma leitura de 50 páginas, mergulhei no “Lampião contra o Mata Sete” como
nos velhos tempos da adolescência, lendo-o em dois dias. Sobre qualquer
tipo de assunto, desde a crônica ao romance, tenho atração pelo
fraseado simples, acessível, porém, mágico, burilado e criativo que faz a
diferença entre o ótimo escrito da pessoa comum e o jogo atrativo de
palavras e frases literárias. É assim que Archimedes consegue levar o
leitor até o fim do livro como se fosse a sua linguagem a de um veterano
escritor de qualquer coisa. Portanto, esse seu estilo, é um dos
atrativos das páginas contra o “Mata Sete”.
Lendo o livro de Marques, não preciso mais espiar a safadeza de “Lampião, o Mata Sete”,
pois as constantes citações sobre ele − apresentadas e contestadas por
Archimedes − provocam náuseas desde os escritores sérios às raparigas
mais fuleiras dos becos do Nordeste. O livro “Lampião contra o Mata Sete”, de Archimedes Marques, é um terremoto máximo nas pretensões do juiz aposentado Pedro de Morais.
II
O ilustre delegado (profissão motivo de orgulho de Archimedes) nem
precisava de citações para defender a sua tese, todavia, ele preferiu
reforçar defesa e ataque incorporando uma tropa de elite, colocando-a,
ora na linha de frente ora na retaguarda dos combates contra o Mata
Sete. Estão ali os mais destacados escritores do cangaço apostos à
frieza do comando. Além disso, é grande a contribuição do pano de fundo
com as diversas passagens apresentadas por Marques, carimbadas pelos
pesquisadores de peso do cangaço.
Dois sábios alemães deram o caráter científico autônomo da Geografia
no século XIX. Alexandre de Humboldt (naturalista) e Karl Ritter
(historiador e filósofo). O primeiro viajou em pesquisa pela Europa,
América do Norte, Ásia Setentrional e publicou o livro “Cosmos”. O segundo, pouco viajou. Dedicado ao Magistério e baseado em leituras entregou ao público o livro “Ciência Comparada da Terra”. Isso
quer dizer que o pesquisador tanto pode fazer pesquisas de campo,
quanto usar as fontes diversas e honestas sem sair de casa. Aliás, fora
outros atributos, para pesquisas in loco é preciso ganhar bem, ou dispor
de boa fonte financeira e coragem para enfrentar cobras, mosquitos, sol
abrasador, água ruim, péssimas estradas e não ter ojeriza à pobreza.
O juiz escritor, Morais, pode ter feito como o historiador Karl
Ritter, pesquisando nos melhores livros sobre o cangaço ao alcance do
seu poder aquisitivo. O seu estilo é bom, escreve bem, mas infelizmente
sua inteligência o guiou para uma inovação literária que transforma água
limpa, potável, cristalina, em marrons, turvas, negras lamas de
barreiro.
![Imagem3](http://tokdehistoria.files.wordpress.com/2012/07/imagem3.jpg?w=300&h=224)
O
autor no dia do lançamento do seu livro, tendo a sua direita o nosso
amigo Francisco Pereira, a maior referência em venda de livros sobre o
cangaço no Brasil. A esquerda de Archimedes está o pesquisador e autor
João de Sousa Lima e Antônio Lira.
Não sei, não quero a crítica literária, não tenho vocação para o
mister. Mas, como leitor atento às citações de Archimedes, fiz algumas
comparações particulares, isto é, fora do foco do seu livro para melhor
entendimento sobre o cangaço. Nada que compromete o desenrolar dos fatos
e que os abordaremos na sequência.
Detesto o “puxa-saquismo” para os lados de Lampião ou da Polícia,
quando usado por “monstros sagrados” ou iniciantes sobre o tema cangaço
com Lampião como personagem central. Isso não encontrei nos textos
escritos por Archimedes Marques. O autor fala com toda clareza em vários
trechos sobre a monstruosidade do bandido, porém, da mesma maneira não
nega as suas qualidades. Sua atração pelo assunto, não o conduz à paixão
explícita por Lampião como mais de um “grande” tentam passar ao leitor
menos exigente. Talvez seja esse equilíbrio levado pelo novo escritor
que vai conquistando o seu fã clube. Para melhor situar a obra do homem
de Sergipe, passamos a informação: (MARQUES, Arquimedes. Lampião contra o Mata Sete. 1 ed. Aracaju, Info Graphics, 2012).
III
Acho que o primeiro livro sobre o cangaço que eu li foi do autor Nertan Macedo: “O capitão Virgulino Ferreira da Silva – Lampião”,
da Editora Leitura, 1962, no início da minha adolescência. Linguagem
vigorosa, porém, muito poética e que impressiona os jovens no alvorecer
das grandes leituras. Daí para cá, ou antes, disso, inúmeros
pesquisadores esmiunçaram a existência de Virgolino e, ultimamente
escrevendo até a vida de vários de seus muitos mais de duzentos
seguidores. Em Alagoas ainda resta um ex-cangaceiro vivo, motivo de uma
conversa que tive com um dos seus genros para escrever os feitos do
sogro. Não aposto que pode acontecer, pois não me empenho para isso.
Quando o livro de Archimedes fala sobre o autor de “Lampião na Bahia”, Oleone Coelho Fontes (1998), como coiteiro de Pedro de Morais, pela sua apresentação tendenciosa no livro “Lampião, o Mata Sete”, é
sem dúvida motivo de tristeza. Dizem que é um ótimo livro, o escrito
por Oleone, mas sair da condição de festejado para coiteiro de Morais,
pelo amor de Deus!
![LUCENA](http://tokdehistoria.files.wordpress.com/2012/07/lucena.jpg?w=538)
Coronel José Lucena Albuquerque Maranhão – Fonte -
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br
Quanto às páginas referentes e contra o coronel José Lucena de
Albuquerque Maranhão, não batem com o que sabemos. Informações amplas
sobre o assunto, inclusive a morte de José Ferreira, logo estarão
disponível brevemente em “Lampião em Alagoas”. Mesmo
assim, na próxima crônica narraremos a nossa opinião sobre Lucena,
baseada na tradição oral em Alagoas e nas linhas de outros escritores do
cangaço.
Diante de tantas e tantas obras publicadas sobre Virgolino, vimos
afirmações sobre ele, muitas, exageradas: Era parteiro, poeta, artesão,
almocreve, agricultor, vaqueiro, pecuarista, dançarino, devoto, entres
outras qualidades. Expressando minha humilde opinião sobre o que tenho
lido do montante de títulos a seu respeito, no Sertão nordestino, o
fazendeiro, vaqueiro, pequeno proprietário nasce naquele meio fazendo
quase tudo. Lampião apenas fazia o que todos faziam, sem os exageros dos
que dizem que ele era o melhor isso, o melhor aquilo, numa adoração sem
fim. Quantas besteiras! Compositor razoável, poeta sofrível, almocreve
comum, bom dançarino como muitos outros sertanejos, vaqueiro, artesão,
pequeno agropecuarista com o pai, dentro da normalidade. Agora, quando
se fala da sua capacidade militar, aí sim. O homem nasceu mesmo para
guerrear. Era na verdade muito superior em estratégia a todos os
comandantes de volantes que enfrentaram a luta. Não confundir com
valentia, pois valentes e covardes nunca faltaram nas tropas do governo e
nem nos bandos cangaceiros. Lampião nunca foi coronel dos coronéis e
nem todos temiam suas investidas. Lampião nunca passou de falso capitão,
mas foi o gênio militar das caatingas nordestinas em torno de vinte
anos. Não há contestação. Ele nunca foi herói por ter participado de
guerras do Brasil com outros países, herói nacional. Entretanto, o
mestre Aurélio diz: “Herói: homem extraordinário por seus feitos guerreiros; pessoa que por qualquer motivo é o centro de atrações”. É
o mestre quem diz em seu “Novo Dicionário AURÉLIO” e não eu. Está aí: o
monstro, estuprador, assassino, torturador, ladrão, assaltante,
bandido, herói do conceito acima pelo seu extraordinário quengo militar e
convergência das atenções. VE E VE A D O DÓ, doutor Pedro de Morais, com certeza o “Diabo dos Sertões” nunca foi e nem teve vontade. A coisa tá feia doutor.
IV
Muitas coisas foram ditas sobre José Lucena de Albuquerque Maranhão em nosso livro “O boi, a bota e a batina: história completa de Santana do Ipanema” que
ficou para o ano para novas inclusões e por ter cinco outros livros na
fila, antes dele. Lucena também está amplamente no livro “Lampião em Alagoas” que,
pelos preparativos de lançamento, não vai dar para o dia vinte e oito
deste mês, como prevíamos, ficando talvez para agosto. Uma crônica só é
pouco para nossas observações sobre o Capítulo 8 do livro “Lampião
contra o Mata Sete”, mas tentaremos pelo menos com reduzidas palavras
afirmar posições. Desde 1918 que o sargento Lucena lutava na Zona da
Mata Alagoana e no Alto Sertão, época em que a Família Ferreira veio
morar em Alagoas. Lutou contra bandos de cangaceiros, inclusive o dos
Porcino que foram chefe de Lampião. Aliás, Lampião não foi somente
chefiado por Sinhô. Ele teve três chefes, pela ordem: Matilde, os
Porcino e depois Sinhô Pereira. No caso da morte de José, está claro em “Lampião em Alagoas”. Lucena
estava em busca do criminoso Luís Fragoso, cercou sua casa, sem
resistência, morrendo aí, por infelicidade, José Ferreira, durante a
invasão, pelo instinto de cão do soldado Caiçara, o assassino. Lucena
esbravejou contra Caiçara, mas como comandante da pequena força, assumiu
o ato do soldado. Quanto à morte do oficial de que fala o Capítulo 8,
de “Lampião contra o Mata Sete”, também está escrito de forma inédita detalhadamente, em “Lampião em Alagoas”.
O oficial tentara assassiná-lo na noite de escuro, anterior. Chamado
para esclarecimento o tenente Porfírio desafiou o comandante e não quis
atender o seu pedido por duas vezes, o que Lucena para não ficar
desmoralizado mandou que dois soldados que foram chamar o oficial o
trouxessem vivo ou morto. Porfírio preferiu ir morto. (Aguarde “Lampião em Alagoas”).
Em relação à morte do coronel José Rodrigues de Lima, Lucena havia
sido emboscado no município de Água Branca quando morreu o capitão
Eutíquio Rafhael de Medeiros. Essa emboscada foi atribuída a Zé
Rodrigues. Naquele tempo − o companheiro Archimedes sabe que era assim −
ou um ou outro. Lucena até demorou com a vingança. (Detalhes no mesmo
livro acima).
Em 1936, com a criação do 2º Batalhão de Polícia de Alagoas e sua
instalação em Santana do Ipanema, Lucena torna-se o seu primeiro
comandante. O batalhão passa a ser a sede de todas as forças volantes
distribuídas estrategicamente no semiárido. São frases do conhecido
comandante João Bezerra “Como dei cabo de Lampião” (…) “S.S.
sempre possuía dados importantes. Trabalhador valoroso, não se
descuidava de um só instante de pesquisar por todos os meios ao seu
alcance dos paradeiros dos grupos assassinos”.
(…) esse valente militar dava ordens à distância e nunca perdia o
contato com os seus comandados, auxiliando-os constantemente por todos
os meios, ora com avisos, informações escritas, por portadores e
telegramas quando possível, ora fiscalizando as marchas através das
caatingas, animando, estimulando e orientando os comandados que
surpreendia em toda parte com a sua agradável presença de chefe
destemeroso.
Ainda Bezerra (1983, p. 177): O coronel Lucena nunca vacilou para
dar ordens enérgicas sempre que o interesse da campanha o exigisse. A
confiança que tinha em si mesmo, a sua fé e a sua coragem aliadas à
expectativa feliz de êxito nas diligências, se irradiavam sobre os seus
comandados, estimulando-os a imitá-lo na esperança da vitória.
Foi Theodoreto quem sugeriu a criação do 2º Batalhão de Polícia com
sede em Santana do Ipanema. O comando seria entregue ao major José
Lucena de Albuquerque Maranhão, oficial reconhecidamente destemido e
experimentado nas lutas cangaceiras. Sobre ele fala o santanense
sargento Oscar Silva, seu comandado, depois escritor de conceito, em “Fruta de Palma”:
(…) sob o comando de um homem de cultura limitada, mas de
inteligência rara e férreo espírito de disciplina: o major José Lucena
de Albuquerque Maranhão (…).
(…) senso de intransigente cumpridor da Lei e da Ordem. Era um
amigo incondicional dos comandados, ao mesmo tempo, um intransigente
adversário de qualquer deles, conforme a adaptação ou não dos
subordinados à sua maneira de comando.
V
Respondendo ainda ao Capítulo 8 do livro “Lampião contra o Mata Sete”. Zé
Lucena criou fama perseguindo bandidos, desde 1918, em Alagoas. Com a
revolução de 30 continuou fiel ao governador e acabou preso acusado de
desviar dinheiro da Caixa Beneficente da Guarda Civil. Muito sereno,
provou sua inocência, foi solto e passou a ser homem de confiança do
governador. Assumiu o comando do 2º Batalhão de Polícia com sede em
Santana do Ipanema, criado para ser o centro de operações contra
cangaceiros. Foi ele quem escolheu seus homens a dedo. Recebeu carta
branca contra cangaceiros, ladrões de cavalos, arruaceiros e
malfazejos em geral que atormentavam a sociedade. Em Santana
incorporou-se ao social fazendo dupla com o padre Bulhões, os dois
homens mais prestigiados de todo o interior. Brincava carnaval com os
comerciantes locais e participava ativamente de todos os movimentos em
prol do progresso de Santana. Foi prefeito dessa cidade, deputado e
prefeito de Maceió. Tem razão o juiz Pedro de Morais quando diz em
citação de Archimedes na página 186: “(…) Lucena foi um militar
probo, valente, e seus feitos de glória honraram a briosa Força Pública
das Alagoas, pela retidão de seu caráter, no mister de valoroso
guerreiro, cumpridor de seus afazeres. (…). O resto da citação é
loucura. Zé Lucena foi um dos mais valentes comandantes do Nordeste à
caça de cangaceiros. Deu o prazo de 15 dias para a entrega da cabeça de
Virgolino pelas volantes alagoanas e, o prazo foi cumprido. Quem fala
que Lucena era covarde porque matou inúmeros bandidos em cova aberta ou
não, ainda não apresentou um nome sequer de algum comandante de polícia
ou volante candidato a santo. Estamos aguardando. Esperem mais detalhes
do seu caráter logo, logo em “Lampião em Alagoas”.
Lucena hoje é nome da avenida principal da cidade de Santana do
Ipanema e do 7º Batalhão de Polícia sediado nessa cidade de cinquenta
mil habitantes, “Capital do Sertão” de Alagoas. Zé Lucena sempre
reconheceu as estratégias militares de Lampião, pois brigara com ele
desde o tempo em que Virgolino era capanga dos Porcino (Antônio, Manuel e
Pedro). Por outro lado, Lampião tinha um cuidado especial com Lucena,
pois já provara da sua coragem e ferocidade nos combates. Desafiar
Lucena não era tarefa para qualquer um, tanto que após a instalação do
Batalhão em Santana, Virgolino nunca mais ali passou por perto. Querer
tirar os méritos do morto Lucena, é querer fazer o que o juiz Pedro de
Morais quer fazer com Lampião.
VI
É sempre difícil falar nossas opiniões sobre o pensamento dos grandes
sobre qualquer assunto. Oscar Niemeyer, por exemplo, foi autor de
prédios famosos, alguns feios, outros sem ventilação. Mas quem ousa
criticar o mestre, como vi em certa revista? Mas também já vi críticas
sobre teses absurdas de um grande do cangaço, no próprio espaço virtual
dedicado ao tema. Bem, quem escreve é formador de opiniões, cabe aos
leitores, como nós aceitar ou não. Com as melhores das intenções, com
seu trabalho exaustivo, sério e de fôlego, Arquimedes deixa ao leitor
alguns ganchos que não comprometem sua obra. O assunto é vasto e nem
sempre o autor dispõe de outras fontes para confronto. Pag. 129: Água
Branca, Alagoas, não pertence à região do Pajeú. Págs. 150, 151 e 152:
Excelente sobre Frederico Bezerra Maciel. Pag. 228: O peitica também é
uma ave do interior (Empidonomus varius) parecido com o Bem-te-vi. Seu
canto é considerado de mau augúrio. Págs. 252, 253: Faltando entre os
quatro mais importantes combates, o primeiro de Poço Branco, quando
Virgolino se firmou para o cangaço. Houve um segundo combate de Poço
Branco, logo após o assalto a Água Branca (ver depois detalhes: “Lampião em Alagoas”). Pag. 277: Ótimo,
dignidade do tenente alagoano José Joaquim Grande, ao resguardar Volta
Seca, mas, Pag. 351, sobre o mesmo tenente, o contrário? O tenente era
homem de toda a confiança do comando. Pag. 430: Se os seguidores de
Bezerra naquela noite de 27 de julho de 1938, não fossem destemidos, não
teriam passado a noite enfrentando o frio terrível e o escuro para
enfrentarem o bandido Lampião. Sobre as imundícies praticadas por
Panta e outros, é outra coisa: abomináveis. Pag. 445: Nunca vi uma
fotografia de Lídia para afirmar que ela era mesmo a mais bonita, pois,
pelas fotos vistas, somente “bonita” era o apelido de Maria de Lampião.
Aliás, beleza é questão particular de cada um. Pag. 453: O grande e
excelente Costa incorporou tanto o tema cangaço, dá inúmeros títulos a
Lampião e chega ao absurdo de chamá-lo Herói Nacional, (talvez um
Caxias, um Tiradentes, um Plácido de Castro…) essa, com toda vênia, não
engulo nem com manteiga. Pag. 455: Foram chefes de Virgolino: Matilde,
os Porcino e só depois Sinhô, quando veio o apelido Lampião. Pag. 463:
Tentando diminuir o mérito de José Rufino em cercar um paralítico. Quem
já viu cobra cascavel paralítica sem veneno? Pag. 484: Lampião, Justiça
de Deus: Um absurdo maior do que o paralítico. Essa opinião nem com
manteiga e iogurte.
Não sou vaqueiro do cangaço, não sou associado ao movimento, não sou
escritor e pesquisador do cangaço, propriamente dito, sou apenas um
leitor exigente e como leitor, não me pode ser negado o direito de
opinar, certo ou errado. Sobre a parte relativa à Maria Bonita, preferi
apenas ler as palavras do Dr. Pedro de Morais, nas citações de
Archimedes, bem como os veementes protestos de defesa.
Sobre ridículos, pequenos, médios e grandes escritores do cangaço:
Muitos querem colocar Lampião no céu; poucos enfiá-lo no inferno; e
pouquíssimos enquadrá-lo no purgatório.
Encerro aqui os meus trabalhos de uma série de seis crônicas sobre a
obra de Marques, agradecendo a paciência dos leitores e a confiança do
autor. Desejo todo o sucesso do mundo ao pesquisador, delegado, advogado
e novo escritor desse tema complexo e de borracha que se chama cangaço.
Almejamos, meu amigo Archimedes Marques, outros livros seus na praça,
tão bons e gostosos de leitura quanto “Lampião contra o Mata Sete”. Parabéns.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
As postagens que venham a desrespeitar moralmente ou legalmente a algo ou alguém, serão excluidas.. Para evitar que isso aconteça evite esses tipos de comentários.. Desde já agradecemos..